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Brasil

Delegado da PF pode ser o primeiro brasileiro a ocupar Secretaria-Geral da Interpol

(JEFF PACHOUD/AFP/Getty Images)

O delegado de Polícia Federal Valdecy Urquiza, diretor de Cooperação Internacional da PF, pode se tornar o primeiro policial brasileiro a ocupar o cargo de secretário-geral da Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal que mantém bases e correspondentes em quase todo o planeta.

O processo de seleção para um dos postos mais sensíveis da Interpol foi aberto em julho passado e deve se prolongar até junho de 2024. Urquiza tem recebido sucessivas declarações de apoio para chegar lá.

Carreira na Polícia

Aos 42 anos, pai de dois filhos, maranhense de São Luís, Urquiza ingressou na Polícia Federal no concurso de 2004 e iniciou as atividades em 2007. Ao longo da carreira, atuou em cargos estratégicos na corporação.

O secretário-geral representa a Interpol em questões internacionais e é o principal responsável por promover a cooperação entre as unidades nacionais e “garantir a execução eficiente das operações policiais internacionais”.

Repercussão mundial
Diversos países já se manifestaram a favor da candidatura brasileira. A expectativa é de que o delegado federal poderá assegurar uma maior “diversidade, dinamismo e inovação” à organização que completará 100 anos em 7 de setembro próximo.

Os ministérios brasileiros de Relações Exteriores e de Justiça e Segurança Pública estão empenhados nos esforços da candidatura brasileira.

O cargo

O cargo de secretário-geral da Interpol é crucial na administração da organização. É nomeado pelo Comitê Executivo e confirmado pela Assembleia-Geral. Cabe a ele liderar o corpo executivo da instituição, formado por mais de 1.000 profissionais, entre homens e mulheres que atuam nas atividades estratégicas e operacionais da Interpol.

Após a apresentação das candidaturas, o Comitê Executivo da Interpol avalia cada candidato com base em critérios estabelecidos, como experiência em aplicação da lei, liderança, habilidades diplomáticas e capacidade de gestão.

A conclusão dessa etapa do processo de seleção está prevista para ocorrer em junho de 2024.

Encerrado o processo de seleção, o candidato que alcançar o apoio da maioria dos membros do Comitê Executivo é indicado como novo secretário-geral, sendo então confirmado e formalmente designado durante a Assembleia-Geral da Interpol que ocorrerá em novembro de 2024.

Fontes ouvidas pelo Estadão destacaram que esse processo assegura a escolha de um “líder competente e qualificado para dirigir a organização em seus esforços contínuos de combate ao crime em escala global”.

A Interpol mantém uma rígida e efetiva estrutura de governança, com a missão de garantir que as atividades da organização respeitem os objetivos e interesses comuns de seus membros. Essa estrutura é formada pela Assembleia-Geral, pelo Comitê Executivo e pela Secretaria-Geral.

Em um século de existência, o cargo de secretário-geral foi sempre ocupado por representantes de países europeus e um dos Estados Unidos. Urquiza poderá romper essa tradição.

O processo de candidatura ao cargo de secretário-geral da Interpol é um procedimento rigoroso e transparente. As candidaturas são abertas a representantes de todos os países-membros. Os candidatos devem apresentar suas credenciais formalmente, acompanhadas de currículo detalhado e uma carta de motivação, onde demonstram suas “habilidades e experiências” relevantes para liderar a organização policial internacional.

Policiais brasileiros ouvidos pela reportagem do Estadão avaliam que Valdecy Urquiza ostenta currículo, experiência e liderança para chegar à Secretaria-Geral da Interpol.

Quem é Valdecy Urquiza?

Aos 42 anos, pai de dois filhos, Valdecy Urquiza é delegado da Polícia Federal desde 2004. Atualmente, o Brasil ocupa a vice-presidência da Interpol – cargo ocupado por Urquiza, por mandato.

Eleito em 2021, com término de sua gestão previsto para 2024, ele representa todos os países das Américas no Comitê Executivo da organização.

Urquiza já representou a Polícia Federal junto à Interpol na sede da organização em Lyon, na França, onde liderou a Diretoria de Combate ao Crime Organizado e proteção de comunidades vulneráveis.

O delegado federal coordenou as atividades globais da Interpol nas áreas de tráfico de seres humanos, contrabando de migrantes e exploração sexual de crianças na internet.

Acumula a função de diretor de Cooperação Internacional da Polícia Federal.

Em 2021, foi eleito pelos 195 países-membros da Interpol para servir como vice-presidente da Interpol para as Américas, para mandato de 2021 a 2024.

Anteriormente, atuou como chefe de Cooperação Jurídica Internacional na PF. Também exerceu o cargo de diretor na Diretoria de Crimes Organizados e Emergentes da Interpol em Lyon na França, onde liderou a estratégia global da organização sobre crimes contra crianças, tráfico humano e contrabando de migrantes. Nessa função, liderou operações da Interpol na África Oriente Médio e nas Américas.

Ele foi chefe do Escritório Central Nacional da Interpol no Brasil, chefe da Divisão de Cooperação Policial Internacional e liderou a Diretoria de Tecnologia da Informação na Polícia Federal.

Urquiza é formado em Direito pela Universidade de Fortaleza, possui MBA em Administração Pública pelo IBMEC e em Direito Ambiental pela PUC/SP.

Estudou Justiça Criminal na Universidade de Virginia, Telecomunicações e Tecnologia da Informação na Agência Japonesa de Cooperação Internacional em Tóquio e Gestão e Liderança na Universidade Harvard em Boston.

Também é formado pela Academia Nacional do FBI em Quantico/Virgínia.

Brasil

Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Brasil

Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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