Brasília
Cresce no Brasil expectativa por vacinação em meados de janeiro
O Ministério da Saúde disse que uma “melhor hipótese” para o começo da vacinação seria em 20 de janeiro, mas Anvisa e Fiocruz correm contra o tempo
As notícias desta semana aumentaram a expectativa de que o Brasil possa confirmar um começo de vacinação ainda para o mês de janeiro. Na terça-feira, 5, a Fundação Oswaldo Cruz divulgou nota afirmando que segue com o plano de importação de 2 milhões de doses da vacina de AstraZeneca e Universidade de Oxford, vindas de um laboratório parceiro que fabrica o imunizante na Índia.
“A estratégia é contribuir com o início da vacinação, ainda em janeiro, com as doses importadas”, escreveu a Fiocruz em nota.
As doses de AstraZeneca/Oxford importadas nesta leva pela Fiocruz estão sendo fabricadas pelo Instituto Serum, parceiro da AstraZeneca na fabricação do imunizante contra a covid-19 e o maior fabricante de vacinas do mundo.
Vale lembrar, não há relação direta entre essa compra e a compra da Covaxin, do também indiano Bharat Biotech, negociada por clínicas particulares, que tentam comprar 5 milhões de doses.
A Fiocruz também confirmou que o Serum venderá as doses a 5,25 dólares cada ao mercado, incluindo ao Brasil. Com a compra das 2 milhões de doses, além de custos de logística e armazenamento, o custo ao Brasil deve chegar a pouco mais de 59 milhões de reais.
Além da importação de doses prontas, a Fiocruz é uma das oito parceiras na produção da vacina de AstraZeneca/Oxford, na fábrica de Biomanguinhos. A fundação espera ter capacidade de produzir 210,4 milhões de unidades da vacina ao longo de 2021. Na compra do insumo para produção, o custo é menor que a das doses prontas, a 2,30 dólares.
Prazo limite
O Ministério da Saúde disse nesta semana que uma “melhor hipótese” para o começo da vacinação seria em 20 de janeiro e a “pior”, em 10 de fevereiro, mas ainda não confirmou uma data.
Para manter o prazo otimista de 20 de janeiro, contudo, a Anvisa terá de trabalhar sob pressão, uma vez que nem Fiocruz nem Sinovac/Butantan apresentaram, por ora, os pedidos de registro das vacinas.
Segundo a agência Reuters, esperava-se que a Fiocruz apresentasse uma solicitação para a vacina da AstraZeneca até esta quarta-feira, 6, mas pedidos adicionais de informações por parte da Anvisa adiaram essa data para até sexta-feira, 8.
Como a Anvisa disse que precisaria de 10 dias para a análise (e com a vacinação começando cinco dias depois disso), fica mais distante a possibilidade de começar a vacinação em 20 de janeiro.
Técnicos da Fiocruz se reuniram ontem com a Anvisa para tratar do pedido de registro emergencial. Nesta quarta-feira, 6, há ainda uma reunião marcada para tratar de outra vacina, a do Instituto Butantan com a Sinovac.
Pressionado pela falta de perspectiva do início da vacinação no Brasil — enquanto vizinhos como Argentina e Chile já começaram a vacinar –, o governo federal espera conseguir começar a vacinação ainda neste mês para conter as críticas.
O Instituto Butantan havia estabelecido prazo de 10 de janeiro para submeter à Anvisa o pedido de registro da Coronavac. Antes disso, falta a divulgação dos dados de eficácia, que estava prevista para dezembro mas foi adiada. Nova divulgação deve acontecer nesta quinta-feira, 7.
Em dezembro, o governo paulista afirmou que o imunizante havia atingido o “limiar da eficácia”, com a expectativa de que seja portanto maior que 50%.
O governo do estado de São Paulo manteve nesta semana sua projeção de começar a aplicar doses da Coronavac, da chinesa Sinovac, em 25 de janeiro.
A AstraZeneca também precisa ainda explicar os resultados de eficácia, que foram maiores com o uso de só uma dose e meia (em vez das duas planejadas), o que gerou questionamentos da comunidade científica. A dosagem menor gerou eficácia de 90%, e a menor, de 70%. A AstraZeneca admitiu que a dosagem menor foi um erro, mas que isso não compromete os resultados. Países como o Reino Unido e o México já começaram a aplicar a vacina.
Vacinados no mundo
Ao todo, mais de 13 milhões de doses de vacinas da covid-19 já foram aplicadas em todo o mundo. Pelo menos 33 países já começaram algum tipo de vacinação fora dos testes, segundo levantamento diário da agência Bloomberg.
O país com maior número absoluto de vacinados até agora são os EUA, com quase 4,7 milhões de doses aplicadas (para 1,4% da população). Já o país com maior porcentagem da população vacinada é Israel, que já vacinou 14% da população, com 1,2 milhão de doses.
Por ora, boa parte da imunização global vem das vacinas de Pfizer/BioNTech e Moderna, embora as primeiras doses da vacina de AstraZeneca/Oxford tenham começado a ser aplicadas no Reino Unido nesta semana. China e Rússia também começaram a imunizar a população mesmo antes do fim da fase de testes de suas vacinas nacionais.
As doses com RNA mensageiro também têm saído mais caras por ora. A vacina da Pfizer custou ao governo americano cerca de 19,50 dólares, e 14,76 dólares à União Europeia (um desconto de 24%, segundo lista obtida pela consultoria Bernstein Research e divulgada pelo Washington Post). Já a Moderna é mais barata nos EUA (15 dólares, contra 18 dólares da UE).
De todas as candidatas, a mais barata é a vacina de Oxford/AstraZeneca. Aos europeus, que financiaram parte da pesquisa e desenvolvimento, a vacina está sendo vendida para os europeus por pouco mais de 2 dólares. Outra expectativa de vacina a baixo custo é a da da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, cuja vacina ainda está em período de testes e que está sendo negociada com EUA e Europa na casa dos 10 e 8,50 dólares, respectivamente, segundo a Bernstein.
A Anvisa afirmou que também acompanha o desenvolvimento da vacina da Janssen, mas preços de negociação com o Brasil ainda não foram divulgados e não há previsão para a conclusão dos testes e aprovação global do imunizante.
Também há no Brasil conversas para uma compra futura de doses da Sputnik V, vacina russa do Instituto Gamaleya e que ainda não terminou a fase de testes, embora já esteja sendo usada na Rússia.
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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