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Covid-19: vacina feita a partir do tabaco apresenta resultados positivos

Primeiros testes com a CoVLP mostram a geração de uma resposta imune robusta ao Sars-CoV-2. Imunizante desenvolvido no Canadá tem compostos da planta Nicotiana benthamiana que não são prejudiciais ao corpo humano e aceleram o processo de produção das doses

A planta Nicotiana benthamiana é testada contra outros tipos de vírus, como o da gripe e o HPV – (crédito: Mathieu Belanger/AFP)

Desenvolvida com a ajuda de propriedades do tabaco selvagem, uma nova vacina contra a covid-19 mostrou resultados positivos nos primeiros testes clínicos. O imunizante CoVLP provocou uma resposta imune robusta ao ser avaliado em um grupo de 180 voluntários de idades distintas. Os resultados foram publicados ontem, na revista especializada Nature Medicine, e, caso se mantenham nas próximas etapas de análise, o novo fármaco poderá ser usado como mais uma ferramenta no combate à pandemia.

“Várias vacinas contra a covid-19 já foram aprovadas, mas nenhuma pode ser produzida em quantidades suficientes para atender à necessidade global com a rapidez de que precisamos. Por isso, diferentes opções serão necessárias para cobrir essa ampla população”, enfatizam os autores do estudo científico, que foi liderado por Brian Ward, pesquisador da Universidade McGill, no Canadá, e membro da empresa farmacêutica Medicago.

Segundo os criadores, um dos diferenciais da CoVLP é o fato de ela ser feita com base em uma tecnologia totalmente nova e que facilita a produção em larga escala. O imunizante utiliza um pedaço genético do novo coronavírus, a proteína spike, que é responsável pela replicação do patógeno no organismo humano. Esse fragmento do Sars-CoV-2 é misturado a substâncias da planta Nicotiana benthamiana — rica em nicotina e em outros alcaloides, substâncias que não são agressivas ao organismo humano.

Compostos do tabaco selvagem envolvem o fragmento do coronavírus em uma camada de lipídios, o que faz com que ele possa ser incorporado à vacina facilmente (Leia Para saber mais). “Eliminamos a necessidade de criar todo o vírus em laboratório, silenciá-lo e, depois, ainda ter que desenvolver um envelope para poder usá-lo no imunizante (…) A CoVLP utiliza uma estratégia muito inteligente, que dispensa uma série de etapas feitas na produção tradicional de vacinas”, afirmam os criadores.

Nos testes iniciais, a fórmula foi aplicada em um grupo de 180 pessoas, com idade entre 18 e 55 anos, entre 13 de julho e 9 de agosto de 2020. A administração da segunda dose se deu em um intervalo de 21 dias — sozinha ou com um adjuvante — o AS03 ou o CpG1018 —, escolhido de forma aleatória. “Um adjuvante é uma substância usada para aumentar a potência de uma vacina. Usamos dois para observar se um poderia se sair melhor que o outro”, explicam.

No 42º dia da pesquisa, observou-se que, sem um adjuvante, a CoVLP induz uma resposta imune modesta. No entanto, a presença de qualquer um dos potenciadores escolhidos aumenta significativamente a ativação do sistema de defesa do corpo. “Os participantes que receberam a CoVLP com o AS03 produziram anticorpos neutralizantes em nível 10 vezes maior do que aqueles observados em pacientes em recuperação da covid-19. Isso nos surpreendeu”, enfatizam.

Testes no Brasil

A combinação mais promissora será melhor explorada nas próximas etapas do estudo, mas os cientistas já consideram os resultados atuais animadores. “As avaliações de fase dois e três começaram a ser planejadas. Nelas, vamos manter a participação de voluntários canadenses e incluir indivíduos do Reino Unido, do Brasil e dos Estados Unidos. Também queremos ter a participação de outros países da América Latina e da Europa”, planejam.

Cláudia França Cavalcanti Valente, membro do Departamento Científico de Imunização da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), avalia que os dados vistos no estudo canadense são bastante positivos e ressalta que a tecnologia usada pelos cientistas é promissora. “É uma estratégia muito interessante, pois eles conseguem embalar esse vírus, que é usado para despertar a resposta imune, de forma muito inteligente. É algo semelhante ao que é feito nas vacinas de RNA mensageiro, em que uma camada de lipídios também é utilizada para embalar o patógeno, mas com outra técnica. Isso faz com que muitas etapas de produção da vacina sejam dispensadas, aumentando, assim, a velocidade nesse processo. É uma boa vantagem”, detalha.

Para a médica brasileira, o uso dos adjuvantes também foi uma aposta inteligente da equipe de cientistas. “Esse AS03 mostrou-se muito promissor ao ser usado no desenvolvimento de vacinas contra o HPV. Ele parece ser bem mais potente do que outros elementos usados com esse mesmo objetivo, como o alumínio”, justifica. “Assim como os autores do estudo disseram, temos muitas novas fórmulas sendo estudadas, e isso é muito positivo, pois é difícil conseguir imunizar uma quantidade tão grande de pessoas com poucas opções. Precisamos de todas as vacinas que se mostrem eficazes. A fim de comparação, hoje, não teríamos como imunizar todo o mundo contra a gripe porque não temos vacinas suficientes.”

» Apostas diversas

Os pesquisadores canadenses que desenvolvem a vacina contra covid-19 também usaram a Nicotiana benthamiana para auxiliar na produção de uma vacina para gripe. A ideia surgiu após ela ter sido usada na produção de um medicamento contra o ebola em 2014. Nesse caso, a intenção era fazer com que a planta conseguisse produzir apenas a camada externa do vírus da influenza. O material foi usado como base para a fórmula de um imunizante que foi testado em 23 mil pessoas, com resultados animadores. Os dados foram publicados em outubro, na revista especializada The Lancet, e a pesquisa ainda está em andamento. O tabaco selvagem é encontrado na Austrália e tem como características as folhas redondas e de tamanho médio. Para se desenvolver bem, precisa estar em ambientes mais úmidos. Essa planta tem sido bastante usada na área científica, em experimentos feitos com patógenos distintos, por não ser afetada por eles, e também na área de cosméticos, para o desenvolvimento de produtos de origem natural, menos agressivos ao meio ambiente.

Brasil

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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