Brasília
Covid-19: novas doses de vacinas devem chegar ao DF até o início de março
Em reunião com o governo federal, na segunda-feira (22/2), gestores da Secretaria de Saúde do DF receberam a informação de que o lote de vacinas previsto para chegar nesta terça-feira (23/2) será entregue até o início de março. Contudo, não há prazo definido nem previsão de quantidade
A população do Distrito Federal esperava receber, hoje, mais doses de vacina contra a covid-19. No entanto, após a Secretaria de Saúde (SES-DF) ter a informação de que o repasse de novas unidades deve sofrer atrasos, a campanha de imunização corre risco de ser interrompida nesta semana. O informe saiu ontem, após reunião entre representantes da pasta e do Ministério da Saúde — que garantiram o envio dos imunizantes até o início de março.
Até ontem, a capital federal tinha em estoque, aproximadamente, 6 mil unidades para aplicação da primeira dose. A quantidade é suficiente para mais um dia de vacinação, considerada a média diária. Caso fosse entregue na data esperada, o novo lote permitiria ampliar a campanha para, ao menos, pessoas com 78 anos. No entanto, com o atraso e sem um indicativo do total de novas vacinas que chegarão, integrantes da SES-DF não sabem quando novos grupos farão parte do processo de imunização.
Os gestores da SES-DF também se preocupam com uma possível pausa forçada na aplicação da primeira dose, devido à falta de imunizantes. No estoque, restam 23.435 vacinas ao todo — sendo 17.249 reservadas para o reforço. Para o infectologista do Hospital Sírio-Libanês de Brasília Alexandre Cunha, a notícia do atraso é ruim . “Quanto mais demorarmos para avançar na imunização da população, mais a pandemia vai se estender. Todo atraso é relevante”, destaca.
Alexandre Cunha acrescenta que o DF não está em uma situação confortável em relação à pandemia. “Não estamos em meio ao caos igual a outras unidades da Federação, mas, também, não está tranquilo. Neste momento, é importante reforçarmos as medidas de segurança sanitária, para evitar mais proliferação da covid-19”, completa o médico.
Pressão
Após saber do atraso na entrega de mais doses e, consequentemente, da ampliação da campanha, representantes do Legislativo se pronunciaram. A Comissão da Vacinação da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), por exemplo, informou que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir celeridade no julgamento de uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) do governo da Bahia. O objetivo é pedir a anulação da medida provisória (MP) que centraliza no Ministério da Saúde a compra de imunizantes.
Integrantes da bancada do DF na Câmara dos Deputados informaram que devem levar a pauta da vacinação à reunião com o governador Ibaneis Rocha (MDB), nesta quarta-feira (24/2), e que cobrarão respostas do governo federal em relação à disponibilidade de vacinas em todo o país. Os senadores que representam a capital federal pretendem reforçar na agenda questões relacionadas à vacinação.
O Ministério da Saúde informou que o cronograma de envio das vacinas contra a covid-19 será divulgado após a entrega dos produtos pelos laboratórios fornecedores. A pasta acrescentou que está prevista para esta semana a chegada de 2 milhões de doses da Covishield — da AstraZeneca/Oxford — importadas da Índia. Outra remessa, com 2,7 milhões de doses da CoronaVac, deve ser entregue ao governo federal nesta semana, pelo Instituto Butantan, em São Paulo. O Ministério teria adotado estratégia para priorizar as unidades da Federação em situação mais crítica, segundo fontes informaram ao Correio. Entre elas, estariam estados com mais casos, mortes e maior ocupação de leitos por pacientes com covid-19.
Pandemia
Entre domingo e segunda-feira (22/2), a SES-DF confirmou 951 novos casos da doença e mais nove mortes. O total de registros chegou a 290.771, sendo que cerca de 280 mil (96,5%) se recuperaram e 4.766 (1,6%) não resistiram às complicações da infecção. A ocupação de leitos em unidades de terapia intensiva (UTIs) voltadas ao tratamento de pacientes com o novo coronavírus chegou a 90,3% na capital federal. Atualmente, há 172 vagas na rede pública e 220, na particular. Do total, 310 estão ocupados, 64 livres e 18 bloqueados, aguardando liberação.
A secretaria informou, por meio de nota, que ativou 40 leitos no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e 15 no Hospital Daher. Até quarta-feira (24/2), a pasta pretende abrir 13 vagas, sendo sete no Hospital Regional de Samambaia (HRSam), com inauguração de nova ala, e seis no Hospital de Campanha da Polícia Militar. Em relação à quantidade de vacinas disponíveis até a noite de ontem, o total era suficiente para meio dia de atendimento hoje, com aplicação da primeira dose. No caso do reforço, as disponíveis no estoque permitem a vacinação por 19 dias. Segundo balanço mais recente divulgado pela SES-DF, 116.604 pessoas receberam a primeira dose no DF, e 23.791, a segunda.
Aplicação por agendamento
Mesmo com as incertezas que envolvem a campanha de vacinação no Distrito Federal, ontem, teve início a aplicação da segunda dose da CoronaVac em pessoas que haviam recebido a primeira e tinham o reforço agendado para até a próxima sexta-feira (26/2). A Secretaria de Saúde informou que, até o início do dia, cerca de 1.145 brasilienses haviam feito o agendamento. Apenas pontos drive-thru receberam esse público.
A reportagem percorreu alguns dos locais de atendimento, incluindo unidades básicas de saúde (UBSs), e verificou que, enquanto alguns pontos não tinham fila e estavam com movimento tranquilo, outros ficaram sem doses antes de meio-dia dessa segunda-feira (22/2). Na UBS nº 1 da Asa Sul, na Quadra 612, havia 10 unidades disponíveis, mas elas acabaram no início do dia. Cada uma é suficiente para vacinar uma pessoa. No bairro Lucio Costa, a situação era semelhante. Entre 8h e 10h, não havia imunizantes disponíveis. As entregas de vacinas ocorrem diariamente, mas não há previsão da chegada de mais ao DF.
Maria Aparecida Silva Santos completou 79 anos no domingo (21/2) e foi uma das 10 pessoas que conseguiram se vacinar na manhã de segunda-feira (22/2), na 612 Sul. Moradora da região, ela chegou cedo para garantir a primeira dose. “Estava aflita para me vacinar, com aquela angústia de que chegasse o dia (do aniversário), acabassem a dose e eu ficasse sem vacinar. Ainda bem que chegamos mais cedo”, comemorou.
Outra aniversariante que passou pela UBS nº 1 foi Maria Francisca de Jesus. Desde o início da pandemia, ela estava isolada com o marido. em um sítio em Abadiânia (GO). Ela precisou esperar até segunda-feira (22/2), quando completou 79 anos, para tomar a primeira dose, pois passou a integrar o grupo prioritário. “É um presente que estou ganhando. Agora, só espero boas coisas”, disse. A Secretaria de Saúde garante que há vacinas para a aplicação em todos que precisam da segunda dose da CoronaVac, pois as unidades estão reservadas. Quem foi imunizado com a Covishield tem até três meses para receber o reforço. (SS)
Situação no DF exige prevenção
Prevemos que as próximas semanas serão as piores no Distrito Federal, em relação ao número de casos e à ocupação de leitos em hospitais que tratam covid-19, devido às aglomerações e festas clandestinas registradas no feriado de Carnaval. O impacto da pausa da vacinação não será imediato, mas, quanto mais tempo demorarmos para vacinar as pessoas e ampliar a campanha de imunização, mais casos vão aparecer, mais pessoas vão precisar ser hospitalizadas e, consequentemente, teremos mais mortes. Isso tudo somado pode levar a vários outros problemas, como surgimento de mais variantes do novo coronavírus e sobrecarga do sistema de saúde. Reforço que, neste momento, é necessário prevenção. A falta de vacinas é um problema que atinge todo o país, mas é preciso que, enquanto os imunizantes não chegarem, todos façam sua parte. Usem máscaras, realmente evitem aglomerações e higienizem as mãos constantemente.
Leandro Machado, infectologista e professor da Universidade Católica de Brasília (UCB)
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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