Brasil
Covid-19: Brasil deve ter 140 milhões de doses da vacina até junho de 2021
Governo anuncia negociação com nove laboratórios sobre possíveis imunizantes e prevê produção própria no segundo semestre de 2021. Segundo Ministério da Saúde, vacinação contra a covid-19 exigirá CPF
Com mais de cinco milhões de infectados pelo novo coronavírus, o Ministério da Saúde promete estar próximo de garantir uma vacina contra a doença. Mais do que isso, ontem, a pasta estimou que terá 140 milhões de doses do imunizante disponíveis no primeiro semestre de 2021. O governo anunciou, em coletiva, que pagou a primeira parcela da iniciativa Covax Facility, no valor de R$ 830 milhões, de um total de R$ 2,5 bilhões.
“Foi feito um pagamento antecipado de R$ 830 milhões. Depois, de acordo com as condições contratuais será feito o restante do pagamento quando se definir um dos laboratórios (com uma vacina que se mostrar efetiva)”, disse o secretário executivo da pasta, Élcio Franco.
As doses têm duas fontes de fornecimento: o acordo fechado com a iniciativa Covax Facility, uma aliança global que visa acelerar o desenvolvimento de vacinas contra a covid-19 e fazer uma distribuição equitativa, e o contrato com a AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. Além disso, o governo espera produzir vacinas em território nacional, até o fim do ano que vem, com a transferência de tecnologia prevista no contrato da vacina de Oxford.
“Somando as duas iniciativas, nós já temos garantido para o primeiro semestre de 2021 o acesso a 140 milhões de doses de vacina para aderir ao nosso Programa Nacional de Imunização (PNI)”, declarou o secretário-executivo da Saúde, Élcio Franco, em coletiva de imprensa. Franco explicou que 100 milhões de doses são referentes ao acordo para fornecimento da vacina de Oxford; as outras 40 milhões vêm da parceria com a Covax Facility. Com elas, o governo pretende imunizar 10% da população, ou seja, 20 milhões de pessoas. As vacinas candidatas do portfólio da Covax preveem que cada cidadão precisa de duas doses. No Brasil, portanto, seria necessário 40 milhões de doses.
Segundo o ministério, contudo, os 10% são baseados em estudos científicos que apontam grupos de risco principais para o desenvolvimento de formas graves da doença. O secretário-executivo explicou que a pasta chegou no número somando idosos com 80 anos ou mais, pessoas com morbidades e trabalhadores de saúde. Ainda não se sabe, porém, qual vacina será oferecida pela iniciativa da Covax, já que até o momento nove integram seu portfólio.
A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e pelo laboratório AstraZeneca, por exemplo, que está inclusa no leque da Covax, também prevê aplicação de duas doses. Com isso, os 140 milhões de imunizantes previstos pelo governo seriam suficientes para imunizar 70 milhões de pessoas. Para aumentar a oferta, o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Hélio Angotti Neto, afirmou que o Brasil mantém tratativas com laboratórios e centros de pesquisas que atuam no desenvolvimento de vacinas contra a covid-19.
Segundo ele, nove desenvolvedores manifestaram interesse em negociar com o governo brasileiro. São eles: Oxford/Astrazeneca (Reino Unido), Sinovac/Butantan (China), Pfizer (Estados Unidos e Alemanha), Sinopharm (China), Sputinik5 (Rússia), Covaxx e Novavax (Estados Unidos), Janssen (Bélgica) e Merck (Estados Unidos, França e Áustria).
Identificação
No caso de êxito e aprovação de uma vacina, a aplicação do imunizante na população será feita pelo Plano Nacional de Imunização. Diferentemente de outras campanhas, essa exigirá a identificação do cidadão por meio do CPF. “Esse registro vai permitir o monitoramento constante de eventos adversos. Todos os sistemas de notificação estarão conectados”, indicou o diretor do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SUS), Jacson Venâncio de Barros. Para isso, o Sistema de Informação do PNI está sendo modernizado.
“Hoje, nós temos uma, duas, três vacinas possíveis de serem aplicadas. E quando tivermos quatro, 10? Se não tivermos controle, o paciente pode tomar a dose de uma vacina A e nós teremos que evitar que ele tome a segunda dose da vacina B. Ter essa rastreabilidade é muito importante. Além disso, a identificação unívoca vai permitir que a gente tenha a carteira nacional digital de vacinação”, justificou o diretor.
Para planejar a estratégia de vacinação e definir grupos prioritários, a Secretaria de Vigilância em Saúde criou uma comissão técnica para imunização e doenças transmissíveis. A apresentação do plano preliminar de imunização está prevista para acontecer em meados de novembro e dezembro.
Atraso
O Ministério da Saúde espera começar a campanha de vacinação contra a covid-19 no primeiro trimestre de 2021. “Temos grande crença nessa data. Pelo prognóstico, pelo acompanhamento das fases de teste do desenvolvimento e pela capacidade produtiva em escala que se está desenhando. Mas é bom lembrar que, por se tratar de um produto ainda inacabado, existe uma possibilidade de atraso”, afirmou Élcio Franco.
Mesmo sem ainda ter começado uma campanha de vacinação, o ministério foi questionado sobre grupos que se manifestam contra a vacina da covid-19. De forma breve, o secretário de Ciência da pasta informou que o governo cumpre o papel de dar informação para que cada um possa tomar decisões responsáveis. “O dever e responsabilidade do Ministério da Saúde é garantir segurança, eficácia, dar informação, conscientizar o cidadão brasileiro para que cada um possa tomar sua decisão de forma consciente. Nós respeitamos a vida, a consciência e a liberdade do cidadão brasileiro e estamos cumprindo nosso papel”, declarou Angotti.
Mais perto das 150 mil mortes
Os números do novo coronavírus no Brasil confirmados pelo Ministério da Saúde, ontem, continuam indicando uma queda das atualizações diárias de casos e mortes pela doença. O órgão registrou mais 27.750 infecções e 729 óbitos em decorrência da covid-19. Com isso, o país acumula 5.028.444 de casos e 148.957 vítimas.
Segundo levantamento feito pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a média móvel brasileira dos últimos sete dias é de 25.907 casos e 611 fatalidades diárias. Apesar de comemorar a queda vista na média móvel de casos e mortes, especialistas alertam que os números ainda continuam altos e que a população não deve deixar os cuidados de lado.
Divulgados nesta quinta, os dados do Boletim Epidemiológico Semanal, que se referem a semana epidemiológica de número 40, a última concluída, apontam tendência de estabilização do número de registros de casos e redução nos registros de óbitos por covid-19 em comparação com a última semana.
Entre os casos registrados na semana 40 e na semana 39 houve uma variação de -0,5%, demonstrando estabilidade no número de novas notificações da doença. Já em relação aos óbitos, houve redução de 6% entre as semanas.
Regiões
Ao observar as regiões separadamente, é possível notar redução nos registros de casos nas regiões Centro-Oeste (-6%) e Nordeste (-7%). Enquanto isso, nas regiões Norte e Sudeste, os dados mostraram estabilização; e na região Sul, as atualizações de novas infecções cresceram (+19%).
Em relação aos óbitos, o Centro-Oeste também observou uma redução (-9%); o Sudeste viu uma queda ainda maior (-13%). Já o Nordeste e o Sul constataram uma estabilização.
O Norte teve incremento de 22% nos registros, o que, de acordo com o ministério, “pode ser explicado pela conclusão da investigação de óbitos ocorridos em meses anteriores pela Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas, que só foram contabilizados como óbitos por covid-19 nesta semana”.
O país, que ocupa o terceiro lugar no ranking das nações com mais casos do novo coronavírus, está praticamente tomado pela doença. Isso porque até o último sábado, (3/10), apenas cinco municípios não confirmaram nenhum teste positivo. Das 5.565 cidades que já atestaram casos positivos, 4.608 registraram pelo menos um óbito pela doença. Ou seja, 83% dos municípios brasileiros.
Venda de imunizante falso
Uma empresa de Niterói (RJ) foi alvo de operações da Polícia Federal (PF), ontem, após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reportar uma denúncia recebida no fim de setembro que relatava venda de vacinas falsas contra o novo coronavírus. A PF cumpriu mandado de busca e apreensão na sede do grupo, que atua no ramo hospitalar. “A suspeita é de que os responsáveis se aproveitavam do período de pandemia para criar a ilusão de que já possuiriam a vacina, sem que isso fosse a realidade, perpetuando assim a fraude”, informou a corporação. Devido à repercussão do caso, a Anvisa emitiu uma nota alertando que, até o momento, não há nenhuma vacina contra a doença autorizada para ser comercializada e utilizada pela população brasileira. “Até que seja autorizada pela Anvisa, o cidadão não deve comprar e utilizar qualquer vacina que tenha alegação de prevenir a covid-19”, afirmou.
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
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