Brasília
Contato com a natureza melhora a saúde mental na idade adulta
Crianças que vivem essa experiência podem se tornar adultos menos vulneráveis ao surgimento de problemas como nervosismo e depressão, mostra estudo espanhol. Resultado reforça a importância de levar os pequenos a ambientes livres
O contato com a natureza durante a infância pode gerar benefícios à saúde mental na idade adulta, preservando indivíduos de males como depressão e ansiedade. Pesquisadores do Instituto Barcelona para a Saúde Global (ISGlobal) identificaram essa relação preventiva ao avaliar dados de quase 3.600 adultos moradores de quatro cidades europeias: Barcelona (Espanha), Doetinchem (Holanda), Kaunas (Lituânia) e Stoke-on-Trent (Reino Unido). O resultado do trabalho foi divulgado ontem, no International Journal of Environment Research and Public Health.
Wilma Zijlema, pesquisadora do ISGlobal e coordenadora do estudo, ressalta que as conclusões “mostram a importância da exposição infantil aos espaços naturais para o desenvolvimento de uma atitude que valoriza a natureza e um estado psicológico saudável na vida adulta”. A especialista lembra que 73% da população da Europa vive em áreas urbanas com acesso frequentemente limitado a espaços verdes. Em muitos outros países fora do continente, o cenário não é diferente. “Portanto, é importante reconhecer as implicações do crescimento em ambientes com limitações oportunidades de exposição à natureza”, acrescenta.
Os autores do estudo defendem que o contato com a natureza passe a ser uma preocupação de autoridades de saúde pública e que, de alguma forma, seja considerada um cuidado essencial para o desenvolvimento infantil, como a vacinação. “Muitas crianças levam um estilo de vida em ambientes fechados. Por isso, seria desejável que os ambientes naturais estivessem disponíveis, fossem atraentes e seguros. Fazemos um apelo aos formuladores de políticas para melhorar a disponibilidade de espaços naturais para elas”, frisa Mark Nieuwenhuijsen, diretor da Iniciativa de Planejamento Urbano, Meio Ambiente e Saúde da ISGlobal.
Do quintal à praia
A exposição a ambientes externos naturais tem sido associada a vários benefícios à saúde, incluindo melhor desenvolvimento cognitivo e físico. Porém, segundo o ISGlobal, poucas pesquisas exploraram o impacto dessa experiência ao longo da vida e a maioria considera mais espaços verdes (jardins, parques urbanos etc.) do que espaços azuis (lagoas, rios, lagos e praias, por exemplo).
Desta vez, a equipe usou um questionário com perguntas referentes à frequência com que adultos, quando crianças, frequentaram espaços naturais intencionais, como ir a um parque natural, e os espaços não intencionais, por exemplo, brincar em um quintal. Os participantes também responderam sobre o contato com a natureza na vida adulta: se sentem satisfeitos com essa experiência e a importância que dão aos espaços verdes.
Quanto à saúde mental, testes psicológicos aplicados sinalizaram a existência de nervosismo e sentimentos de depressão ao longo das quatro semanas anteriores, bem como a vitalidade — níveis de energia e fadiga — dos respondentes. Por fim, imagens de satélite ajudaram os cientistas a avaliar o verde circundante à área residencial dos participantes da pesquisa.
Os resultados mostram que os adultos menos expostos a espaços naturais durante a infância tiveram escores mais baixos em testes de saúde mental, comparados àqueles com maior exposição. A equipe constatou ainda a vivência em áreas verdes pode interferir na forma com que os indivíduos valorizam essa experiência. Segundo Myriam Preuss, primeira autora do estudo, “em geral, os participantes com menor exposição na infância à natureza deram menor importância aos ambientes naturais”. Não foi encontrada associação entre a exposição na infância e vitalidade na vida adulta.
Risco 55% menor
Pesquisadores dinamarqueses conseguiram quantificar os benefícios a longo prazo de estar rodeado de natureza na infância. Com base em dados de satélite de 1985 a 2013, cientistas da Universidade de Aarhus mapearam a presença de espaços verdes em torno dos lares de quase 1 milhão de crianças do país, compararam as informações com o risco de surgimento de 16 transtornos mentais e concluíram que crescer em ambientes mais verdes reduz em até 55% o risco de um adulto desenvolver problemas como depressão.
“Com o nosso conjunto de dados, mostramos que o risco de desenvolver um transtorno mental diminui gradativamente quanto mais tempo você estiver cercado por espaços verdes desde o nascimento até os 10 anos de idade. O espaço verde durante toda a infância é extremamente importante”, frisa, em comunicado, Kristine Engemann, líder do estudo, divulgado, em fevereiro, no periódico americano Pnas.
A proteção se manteve quanto a equipe ajustou fatores de riscos conhecidos, como condição econômica e histórico familiar de transtornos mentais. Jens-Christian Svenning, coautor do estudo, ilustra a importância dos resultados. “O acoplamento entre saúde mental e acesso a espaços verdes é algo que deve ser considerado ainda mais no planejamento urbano para garantir cidades mais verdes e saudáveis e melhorar a saúde mental dos residentes.”
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
Ver essa foto no Instagram
A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
-
Mundo8 meses atrás
México vai às urnas em eleição histórica e pode eleger 1ª presidente mulher
-
Geral8 meses atrás
Saiba como fica a composição do TSE com a saída de Moraes e a chegada de André Mendonça
-
Geral8 meses atrás
Após derrotas no Congresso, Lula faz reunião com líderes do governo nesta segunda (3)
-
Política8 meses atrás
Apoio de Bolsonaro e estrutura do PL podem levar Fernando Rodolfo ao segundo turno em Caruaru, mostra pesquisa
-
Saúde7 meses atrás
Cientistas descobrem gene que pode estar associado à longevidade
-
Polícia8 meses atrás
Homem é executado em plena luz do dia em Bom Conselho
-
Comunidade8 meses atrás
Moradores do São João da Escócia cobram calçamento de rua há mais de 20 anos
-
Comunidade8 meses atrás
Esgoto estourado prejudica feirantes e moradores no São João da Escócia