Brasília
Conheça os cinco sinais de depressão mais comuns nos adolescentes
Cerca de 50% dos casos da doença surgem antes dos 18 anos, mas costumam ser diagnosticados mais tarde pela dificuldade na detecção
A depressão é um transtorno psiquiátrico que pode ser desencadeado por diversos fatores, como carga genética e ambiente onde o indivíduo está inserido; no entanto, os especialistas ainda não chegaram a um consenso sobre qual deles é predominante. No Brasil, estima-se que sejam diagnosticados aproximadamente 2 milhões de casos por ano e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 30% da população mundial vai enfrentar algum episódio de depressão ao longo da vida.
Apesar de a doença ser comumente identificada durante a vida adulta, pesquisas indicam que cerca de 50% dos pacientes nessa faixa etária apontaram a aparição dos sintomas antes dos 18 anos. Em entrevista à BBC, Lee Fu, psiquiatra especialista em crianças e adolescentes, os jovens são um público mais vulnerável, pois ainda estão descobrindo “alternativas para lidar com a vida e, obviamente, têm mais frustrações”. Por causa disso, ela afirma que o ambiente escolar é extremamente importante na vida do adolescente e o que acontece nesse âmbito não deve ser negligenciado.
Para ajudar a identificar indícios da doença, a BBC preparou uma lista com os principais sinais que familiares, professores e amigos precisam estar atentos para conseguir identificar o problema antes que ele se agrave. Confira.
1. Mudança comportamental
Segundo especialistas, sentimentos de melancolia, tristeza e introversão não são os únicos sinais de um quadro depressivo: mau humor em excesso (o adolescente pode ficar rabugento ou experimentar alterações de humor), irritação, mudanças no peso (geralmente provocadas pelo aumento do apetite) e variações no padrão de sono – (como demorar mais para conseguir dormir e ter mais pesadelos) também podem indicar o aparecimento da doença. Outros sintomas que normalmente surgem são desânimo, choro excessivo, queixas sobre “não saber o que fazer” e perda da capacidade de sentir prazer em atividades que antes eram consideradas divertidas.
2. Prazer virtual
Conforme o adolescente vai perdendo a capacidade de se divertir com amigos, passeios ou a prática de esportes, por exemplo, ele passa a encontrar refúgio na internet, onde tudo parece ser mais perfeito e feliz do que na vida real. Vale ressaltar que os jovens de fato têm uma relação muito próxima com a internet, mas se as redes sociais, jogos, séries e filmes passam ser a única fonte de diversão, é sinal de problema.
“Quando o jovem fica hiperconectado com o mundo virtual, e desconectado do mundo real, acaba ficando sem experiência de vida, fica menos comprometido, um jovem frágil emocionalmente. É um padrão para se ter um olhar mais cuidadoso”, alertou a psicóloga Érica da Costa Garcia à BBC.
3. Sem planos
A fase da adolescência é uma época de descobertas e de tomada de decisões importantes, como escolher que profissão seguir ou que universidade cursar, por exemplo. É normal se sentir inseguro para tomar essas decisões que podem definir o futuro. No entanto, se a insegurança se transformar em completo descomprometimento com o futuro, isso é um alerta amarelo para a depressão.
De acordo com Érica, um jovem que nesta fase está lutando para resolver alguma questão emocional de base não vai conseguir pensar em escolhas importantes, como a orientação vocacional. “Não é possível decidir a carreira, se o jovem não tem autonomia como um todo. A adolescência é marcada por altos níveis de depressão e ansiedade. Trabalhar a saúde mental ajuda o jovem não só a escolher a carreira”, comentou.
A psicóloga faz parte da equipe do Kuau, um aplicativo que oferece orientação vocacional por meio de vídeos. Através da tecnologia ela conseguiu identificar inúmeros estudantes com sintomas de depressão.
4. Queda no rendimento escolar
Segundo Lee Fu, um dos sintomas da depressão é a alteração da forma e da velocidade do raciocínio, o que reflete no rendimento escolar, afetando notas e frequência. Como nem todas as escolas conseguem acompanhar de perto os estudantes, especialmente quando há tantas outras questões características dessa fase da vida ou poucos recursos (principalmente na escola pública), os pais devem encarar as mudanças no boletim como o grande sinal de alerta para o transtorno.
“A criança diz que presta atenção, mas não consegue lembrar de tudo que estudou. Podem ser alunos que antes tinham notas boas, mas agora a cabeça não funciona. Esse tipo de situação faz parte dos sintomas depressivos”, afirmou a especialista.
5. Pensar sobre a morte
Dados da OMS revelam que o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, perdendo apenas para causas externas como acidentes climáticos e homicídios. Apesar de, em casos graves, a depressão ser capaz de levar ao suicídio, nem todos os casos estão relacionados à doença. Para Arthur Danila, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, a depressão não tratada aumenta o risco de pensamentos suicidas. “A falta de esperança que é muito encontrada em pessoas deprimidas é um dos fatores psicológicos mais correlacionados com a ideação suicida”, disse à BBC.
Tratamento
O tratamento para a depressão na adolescência é o mesmo da idade adulta: psicoterapia, para casos leves – muitas vezes também para as famílias; e medicação associada à psicoterapia em quadros moderados e graves. O que define a gravidade da doença é a intensidade dos sintomas, o grau de prejuízo na vida do paciente e a presença de pensamentos ou tentativas suicidas.
“A avaliação por psiquiatras pode ajudar muito a definir qual a melhor conduta em cada caso. E, é claro, a identificação precoce dos sintomas e o adequado encaminhamento para atendimento por um profissional especializado”, destacou Danila.
Prevenção
Para Lee Fu, a prevenção ainda é o melhor remédio. Por isso, é importante praticar exercício físico, manter uma alimentação saudável, estar atento aos hábitos de sono (dormir de sete a oito horas por dia) e buscar relações sociais construtivas. “Tem horas que não dá para mostrar que o mundo é colorido aos jovens porque eles não entendem. O que dá para fazer é ficar do lado”, diz Lee Fu. Fonte: Veja
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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