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Conheça a história da jovem ativista Greta Thunberg

Sueca de 16 anos ficou mundialmente reconhecida pelos discurso firme contra as mudanças climáticas do planeta

Greta Thunberg, em discurso 74ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU)
(foto: Spencer Platt/Getty Images/AFP)

A sueca Greta Thunberg carrega a paixão de uma geração que decidiu enfrentar o monstro das mudanças climáticas, mas também sofre com o desprezo daqueles que a veem como uma marionete messiânica da consciência ecológica.

Aos 16 anos, a adolescente é o rosto e a voz de uma juventude preocupada, que recicla lixo, limpa as praias, evita carne e aviões e vota em partidos ambientais nas eleições.
Há pouco mais de um ano, no início do ano letivo de 2018, Greta deixou sua mochila em casa e passou a se manifestar toda sexta-feira em frente ao Parlamento sueco em Estocolmo com uma placa feita a mão para tentar sensibilizar os deputados sobre a emergência climática.
Sua “greve escolar”, transmitida pelas redes sociais, atravessou fronteiras e promoveu o movimento global “Sexta-feiras para o futuro”.
O fenômeno “Greta” se tornou planetário. Suas contas no Twitter e no Instagram têm mais de seis milhões de assinantes. Os jovens a escolheram como porta-voz das preocupações com as mudanças climáticas. E o tom é claramente acusatório.
“Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias”, disse ela, com lágrimas nos olhos, aos líderes mundiais reunidos para a cúpula climática em Nova York, na segunda-feira (23/9), evento do qual participou após atravessar o Atlântico em um veleiro “zero carbono”.
A adolescente e sua causa mobilizam milhões de jovens nas ruas, fascinados por sua determinação.
Para seus críticos, Greta é um oráculo vergonhoso, cujas “utopias mortíferas” expõem as neuroses de uma adolescente autista (ela foi diagnosticada com Síndrome de Asperger), manipulada pelos agentes do “capitalismo verde” e por seus pais.
Essas reações são porque ela “é poderosa”, diz Severn Cullis-Suzuki, uma bióloga canadense que tinha 12 anos quando desempenhou um papel semelhante durante a Cúpula da Terra, organizada no Rio de Janeiro em 1992.
“Ela pede uma revolução. É por isso que eles tentam silenciá-la”, afirma Cullis-Suzuki à AFP.

Milagre, ou ciborgue

Quando se trata de Greta, nascida em 3 de janeiro de 2003 no país menos “religioso ou espiritual” do planeta, referências místicas, mágicas ou clínicas são recorrentes.
O fotógrafo Yann Arthus-Bertrand a vê como “um milagre”, e o ex-presidente americano Barack Obama, como a personificação de uma juventude que “muda o mundo”.
Outros a veem como “um ciborgue”, nas palavras do filósofo francês Michel Onfray, ou “uma doente mental” que cedeu à “histeria climática”, segundo o comentarista conservador Michael Knowles, da Fox News.
Em abril, o papa Francisco recebeu a jovem em Roma por ocasião do segundo aniversário da “Laudato si” (Louvado seja), a segunda encíclica do pontífice. A legenda “Aos cuidados da casa de todos” ecoa as palavras de Greta: “a casa está pegando fogo”.
Segundo alguns críticos, ela utiliza uma semântica mágica que desfoca a mensagem científica, prejudica a inovação tecnológica e oculta alguns desafios ecológicos.
“A questão climática ofuscou todos os outros problemas ambientais, como abuso de animais, indústria de carne, ou pesticidas”, diz a cientista política Katarina Barrling, da Universidade de Uppsala.
Nesse contexto, as vozes que questionam as posições de Greta são imediatamente suspeitas de “ceticismo climático”, acrescenta a especialista.
Ela também é acusada de gerar ansiedade em vez de produzir um discurso racional.
No Fórum Econômico de Davos, ela disse: “Quero que entrem em pânico, que sintam o medo que sinto todos os dias”. Na semana passada, falando ao Congresso dos EUA, a adolescente moderou o discurso: “Quero que vocês ouçam os cientistas”.

Pensamento crítico

O dedo que acusa os adultos incomoda no exterior, mas não tanto na Suécia.
Tudo nela – a irreverência, o espírito de desobediência e as tranças – lembra o personagem de Pippi Meialonga, criado pela autora sueca Astrid Lindgren, um paradigma da criança liberta da tutela dos adultos e que aprende por si mesma como é o mundo.
“Não é por acaso que Greta é sueca. Acho que ela não existiria sem Pippi, ou Lisbeth Salander”, diz a ensaísta sueca Elisabeth Asbrink, referindo-se à especialista em computadores com um dragão tatuado nas costas, personagem dos romances da saga Millennium.
“Durante décadas, o currículo escolar sueco priorizou a formação do pensamento crítico dos alunos, e não o acúmulo de conhecimento”, destaca Barrling.
Mas a pergunta que muitos se fazem é: para que serve Greta? Para defender os direitos humanos, disse a ONG Anistia Internacional, que concedeu a ela o prêmio de “embaixadora da consciência”. Seu nome também é mencionado como um possível candidato ao Prêmio Nobel da Paz de 2019.
O Comitê Nobel da Paz já concedeu prêmios com cores ambientais no passado – como Al Gore, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), ou o ativista queniano Wangari Maathai -, vinculando-os a questões democráticas.
A contribuição de Greta ainda deve ser demonstrada, afirma o diretor do Oslo Peace Research Institute (Prio), Henrik Urdal.
“O vínculo entre paz e aquecimento global é baseado em alegações que a pesquisa não apoia. Ela deu um impulso impressionante às questões da mudança climática, mas a pergunta permanece: é relevante para o Prêmio? O Prêmio Nobel da Paz?”, questiona.

Mundo

Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

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Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

versão original

 

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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