Brasília
Como usar o botão delete do seu cérebro
É possível aprender a eliminar informações inúteis e guardar o que realmente importa
São Paulo – Exercitar o cérebro constantemente é o grande segredo para aprender e fixar conteúdos. A ciência defende que, quanto mais um circuito neurológico é executado no cérebro, mais forte ele se torna. Apesar da grande capacidade cerebral, uma medida importante, mas pouco lembrada, também deve ser tomada para melhorar a performance da mente: aprender a “deletar” as informações.
Parece estranho, mas nosso cérebro limpa diariamente o conteúdo que considera excessivo ou desnecessário para dar espaço a novas informações, em um processo chamado de “poda sináptica”. Além dos neurônios, o tecido nervoso conta com células auxiliares com funções específicas que dão suporte ao funcionamento do sistema, as chamadas “células da glia”. Uma delas, a micróglia, é especializada no processo de digestão celular. É ela a responsável por limpar nossa mente, podando certas conexões sinápticas.
Mas como elas sabem quais conexões devem podar? De acordo com o site FastCompany, os pesquisadores estão apenas começando a desvendar o processo, mas já sabem que as conexões sinápticas menos usadas – e, portanto, aptas a serem deletadas pelo cérebro – são marcadas por uma proteína chamada C1q. Quando a micróglia detecta essa marcação, ela se liga à proteína C1q e destroem a sinapse indicada. Dessa forma, o cérebro passa a ter mais espaço para construir novas e mais fortes conexões para aprimorar o aprendizado.
Como apertar o botão
A sensação comum de que o cérebro está “cheio” após um dia de muito trabalho ou de estudo intenso não acontece por acaso. Nossa mente precisa mesmo descansar para que o sistema nervoso se recupere e a micróglia entre em ação. Durante o sono, as células cerebrais encolhem até 60% para dar espaço ao processo de limpeza e renovação das conexões sinápticas. É por isso que, após uma noite bem dormida, temos a sensação de que podemos pensar com mais clareza e rapidez.
Essa é a mesma razão pela qual os cochilos durante o dia são tão recomendados para o aprendizado. Pequenos momentos de descanso dão à micróglia a chance de entrar, limpar algumas conexões não usadas e deixar espaço para as novas. Um estudo de 2010 feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia pôde comprovar a eficiência do cochilo ao realizar uma pesquisa com 39 participantes divididos em dois grupos. Ambos tiveram que realizar uma tarefa ao meio-dia envolvendo a absorção de muitas informações. Às 14h, um grupo tirou um cochilo de uma hora e meia, enquanto o outro permaneceu acordado.
Às 18h, os grupos refizeram a tarefa. Os resultados mostraram que não só o grupo que dormiu teve uma performance melhor que os acordados, mas também superaram suas próprias marcas antes do cochilo.
Pensamentos recorrentes indicam ansiedade e depressão
A capacidade de estimular o cérebro conscientemente vai além: manter a concentração sobre os acontecimentos e informações importantes pode ativar a marcação de C1q, ajudando o tecido nervoso a eliminar o que não é relevante. Dessa forma, passar menos tempo refletindo sobre temas improdutivos e voltar o foco para o que realmente importa é o caminho mais rápido para esvaziar a mente.
Ter a cabeça ocupada por pensamentos recorrentes também pode acender um sinal de alerta, pois a persistência de certas reflexões pode ser um sintoma do Transtorno de Ansiedade, segundo a psicoterapeuta Elaine Mardegan. “Estes pensamentos podem causar um medo aterrorizante sobre coisas nas quais pessoas não pensariam duas vezes. Muitas pessoas com transtornos de ansiedade entendem que seus pensamentos são irracionais, mas ainda assim não conseguem detê-los, e por isso passam a maior parte de suas vidas em um estado agitado”, explicou Mardegan .“Depois de um tempo, isso pode ter um enorme impacto emocional, e muitas vezes a depressão se instala. Não há explicação conclusiva sobre por que a ansiedade e a depressão coexistem com tanta frequência, mas é muito comum”, afirma a psicoterapeuta.
Um estudo de 2013 feito pela Escola de Medicina de Harvard com 2.197 adolescentes e adultos ao longo de um ano demonstrou que a exposição a eventos estressantes tende a levar as pessoas à “ruminação dos pensamentos”, indicando que a atenção ao surgimento de comportamentos parecidos pode ajudar a prevenir problemas com a saúde mental.
Exercícios para assumir o controle
Mardegan sugere algumas maneiras de lidar com os pensamentos recorrentes. “Escreva os pensamentos um um diário, mude o foco com uma distração, pratique uma atividade física e evite rotinas estimulantes próximas ao horário de dormir”, indica.
Além disso, praticar a aceitação costuma ser eficaz. “Muitas vezes, os pensamentos acelerados tornam-se piores quando você faz duras tentativas para detê-los. Ficar chateado com isso só vai torná-lo mais irritado e fazer com que seus pensamentos aumentem ainda mais”, explica ela.
Para melhorar o aprendizado, a psicoterapeuta dá algumas dicas que envolvem concentração e descanso.
Exercite-se com regularidade. “É claro que os benefícios do exercício são numerosos, mas para o cérebro, em particular, o exercício regular é fundamental para melhorar as habilidades cognitivas, além de aumentar a capacidade da memória espacial.”
Mastigue chiclete enquanto aprende algo novo. “Um motivo pelo qual a goma de mascar pode afetar nossa lembrança de memória é que ela aumenta a atividade no hipocampo, uma área importante do cérebro para a memorização. Outra teoria se concentra no aumento do oxigênio provocado no organismo pelo ato de mascar, melhorando desta forma o foco e a atenção, ajudando-nos a criar conexões mais fortes no cérebro à medida que aprendemos coisas novas.”
Medite para melhorar a memória de trabalho. “A meditação tem o poder de nos ajudar a nos concentrar, e como é algo contra intuitivo, também ajuda a ‘esvaziar a mente’. Além disso, ao meditar, você vai se sentir um pouco menos estressado, o que ajudará a se lembrar um pouco mais do que realmente é importante.”
Durma mais para consolidar memórias. “É quando dormimos que ocorre a maior parte do nosso processo de consolidação do que aprendemos, assim faz sentido que, sem dormir o suficiente, tenhamos dificuldade em lembrar as coisas que precisamos.”
Elimine ruídos. “O estresse resultante do ruído de fundo pode diminuir a função cerebral,
prejudicando o aprendizado e a memória”.
Melhore seu foco para potencializar sua memória. “Para isso, é necessário eliminar distrações e interrupções, como notificações de aplicativos, YouTube, telefone. Esses fatores tornam quase impossível alcançar um alto nível de concentração – o que é uma notícia terrível se você está tentando melhorar a memória e aprender. Então, sempre que possível, silencie todas as notificações, trabalhe em um tópico por vez e evite atividades de multitarefa e de alternância”. Fonte: Portal Exame
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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