Cidades
Como o TikTok atua no cérebro e vicia jovens em seus vídeos curtos
Estudo mostrou que a rede social ativa áreas ligadas à sensação de prazer, e especialistas explicam que esse resultado rápido dificulta a mudança de foco para atividades mais complexas
Vídeos curtos, de em média 15 segundos, com edições aceleradas e músicas que grudam na cabeça. O formato de conteúdo priorizado no TikTok leva a rede social a crescer de forma rápida, chegando a ser o aplicativo mais baixado em 2021 e ultrapassar a marca de um bilhão de usuários ativos. O público-alvo, majoritariamente formado por jovens, passa horas e horas com os olhos vidrados na tela do celular, e cientistas da Universidade Zhejiang, na China, descobriram o porquê.
Em estudo publicado na revista científica NeuroImage, os pesquisadores perceberam que áreas do cérebro ligadas ao sistema de recompensa são ativadas pelos vídeos da rede, produzindo de forma rápida uma sensação de prazer e satisfação no organismo. O experimento envolveu exames de ressonância magnética cerebral em 30 participantes enquanto assistiam a dois tipos de vídeos, os personalizados pelo algoritmo do TikTok e os genéricos, como os exibidos a novos usuários que ainda não tiveram suas preferências detectadas pela plataforma.
Entre as partes do cérebro ativadas apenas pelos conteúdos personalizados está a área tegmental ventral (ATV), um dos principais centros dopaminérgicos do órgão e considerado o início do circuito de recompensa. Isso porque ela libera a dopamina, neurotransmissor que, ao chegar na área do córtex pré-frontal, provoca a sensação de prazer.
— Então, quando o jovem está assistindo a um vídeo no TikTok, o cérebro dele recebe uma enxurrada de dopamina que faz com que ele se sinta feliz, alegre, satisfeito. O problema é que, quanto mais dopamina o cérebro recebe, mais ele quer, aí ele acaba entrando em um estágio de saturação em que essas ‘doses’ vão precisar ser cada vez maiores — explica a psicóloga especialista em criança e adolescente Manuela Santo, pesquisadora do Grupo de Pesquisa em Psicologia Comunitária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Essa onda de dopamina leva o jovem a não conseguir desprender a atenção da experiência acelerada para outras tarefas que sejam mais complexas e não promovam a sensação de prazer de forma tão rápida, explica a neurologista Letícia Sampaio, coordenadora do departamento científico de Neurologia Infantil da Associação Brasileira de Neurologia (ABN).
— Quando você pega um vídeo e consegue essa sensação de prazer de forma mais rápida, você vai tender a repetir esse comportamento em detrimento de outros que demandem mais atenção, que a recompensa demore mais para chegar — afirma a especialista.
Um outro estudo sobre a rede, conduzido pela Universidade Zhejiangem parceria com a universidade Texas A&M, nos Estados Unidos, fez ainda um levantamento com 1.051 usuários do TikTok sobre os motivos que os levavam a utilizar a rede. Entre 36 opções, que envolviam alternativas como “para passar o tempo” ou “para ficar mais feliz”, as quatro principais escolhidas foram: “auto-apresentação socialmente gratificante”, “tendência”, “vício escapista” e “novidade”.
Algoritmo e crescimento
De modo diferente das outras redes sociais, o TikTok possui duas páginas iniciais: uma em que aparecem vídeos publicados por perfis que a pessoa segue e outra chamada “Para você”, que compila conteúdos que o algoritmo da rede acredita serem do interesse do usuário. Essa segunda página, que personaliza os vídeos com base nas interações anteriores do usuário na plataforma, é o que está por trás do sucesso da rede da empresa chinesa ByteDance.
Essa experiência individualizada atrai cada vez mais adeptos para a rede social, que tem no Brasil seu segundo maior público, atrás apenas da China, segundo dados da consultoria alemã Statista. O país é um mercado especialmente estratégico para a plataforma, já que os brasileiros são os que passam mais tempo no celular por dia, cerca de 5,4 horas, de acordo com relatório da empresa de análise de mercado digital App Annie. Hoje, o TikTok é o segundo aplicativo mais utilizado no país, atrás apenas do WhatsApp.
A rede faz sucesso especialmente entre a chamada geração Z, aqueles que nasceram entre 1995 e 2010, com 66% do público tendo menos de 30 anos. Além disso, apesar de a rede não permitir usuários com menos de 13 anos, é comum encontrar crianças que driblam os termos de serviço com contas falsas ou de familiares mais velhos.
Saúde mental dos jovens
Para Ilana Pinsky, autora do livro “Saúde emocional: como não pirar em tempos instáveis” (Editora Contexto) e consultora da Organização Mundial da Saúde (OMS), a forma como o aplicativo atua estabelece no cérebro do jovem uma ideia de que a vida é simples e acelerada – como nos vídeos – o que pode atrapalhar no desenvolvimento especialmente daqueles que já têm uma tendência a serem mais introvertidos e evitarem interações com outras pessoas.
— Para alguém que já tem uma dificuldade social, timidez excessiva, baixa autoestima, ainda mais nesse período em que os jovens tiveram de ficar em casa por causa da pandemia, é muito mais fácil a pessoa sentar e ficar horas no TikTok substituindo o relacionamento social, que a longo prazo seria mais interessante, mas a curto prazo dá mais trabalho — afirma a psicóloga clínica.
Manuela, da UFRGS, ressalta também que a infância e a adolescência são períodos em que o cérebro ainda está em formação, e por isso estão mais vulneráveis aos impactos negativos das redes sociais.
— O processo de formação cerebral só termina por volta dos 25 anos de idade, e especificamente as partes do cérebro responsáveis pelo controle de impulsos, pela auto-regulação, são umas das últimas a serem amadurecidas — diz a pesquisadora.
Ainda assim, Manuela destaca que é preciso encontrar um equilíbrio no uso do aplicativo, e pondera que há pontos positivos nas redes sociais, como ajudar a diminuir o sentimento de solidão que pode ser característico da adolescência.
— A internet pode dar uma sensação de pertencimento, mas isso sempre tem que vir acompanhado de políticas de saúde mental. Até porque o adolescente pode se identificar com modelos positivos, mas também com influências negativas.
Cidades
OAB-PE inaugura Sala da Advocacia na Justiça do Trabalho de Pesqueira
O presidente e a vice da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE), Fernando Ribeiro e Ingrid Zanella, inauguraram a Sala da Advocacia Geraldo Rolim Mota Filho, na Justiça do Trabalho de Pesqueira, nesta terça-feira (4). Além de toda estrutura de apoio ao exercício diário da advocacia, a sala também conta com o ‘Cantinho da Amamentação’, espaço exclusivo para atender a advogada em período de lactação de seu bebê.
Na solenidade, o presidente destacou a relevância do espaço. “Começando o dia realizando uma importante entrega para a advocacia de Pesqueira, que é a reinstalação da Sala da OAB, na Justiça do Trabalho no município. O local conta com computadores e uma excelente estrutura para os colegas. Além disso, a reinstalação traz uma grande inovação através da nossa presidente Márcia Almeida, que é o espaço para amamentação dedicado às colegas advogadas, mães lactantes”, comemorou o presidente da OAB-PE.
Estiveram presentes na inauguração, integrantes da diretoria da OAB Pesqueira; o presidente da Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas da OAB-PE, Yuri Herculano; o presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 6ª Região (Amatra 6/PE), Rafael Val Nogueira; e o juiz titular da Vara, José Augusto Segundo. Após o evento, Fernando e Ingrid reuniram-se com advogados locais para ouvir as demandas da classe.
Cidades
Taquaritinga do Norte realiza nova edição do Fórum Comunitário Selo Unicef
A Prefeitura de Taquaritinga do Norte realizou a segunda edição do Fórum Comunitário Selo Unicef nesta segunda-feira (3). O evento, que teve parceria com a Câmara Municipal dos Vereadores, reuniu estudantes da rede municipal, profissionais da educação, saúde e assistência social e demais servidores da administração pública local.
O fórum é realizado pela Secretaria de Ação Social do município juntamente com a comissão intersetorial do Selo Unicef. O objetivo da entidade é estimular a participação da sociedade civil nos processos políticos dos municípios, apresentando e discutindo as atividades realizadas e seus resultados ao longo desta edição.
Cidades
PRF intensifica operações nas principais estradas de Pernambuco
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) inicia, nesta quarta-feira (29), a Operação Corpus Christi 2024. A ação coincide com o fim do Maio Amarelo e visa chamar atenção para a violência no trânsito em todo o País. Ela ocorrerá até o próximo domingo nas principais estradas que cortam Pernambuco, entre elas as BRs 232, 104, 407 e 428, que levam ao Agreste e ao Sertão do estado, e a BR-101, que dá acesso às praias.
O período tende a ser de fluxo mais intenso de veículos em direção ao interior pernambucano e também ao litoral. A PRF pretende reforçar a fiscalização em trechos críticos dessas rodovias, a partir de levantamentos sobre os locais onde são mais registradas as colisões com feridos ou mortes.
Para prevenir mortes por excesso de velocidade, os policiais irão atuar com radares portáteis que captam a velocidade do veículo a cerca de um quilômetro de distância. Com o objetivo de retirar condutores alcoolizados das rodovias, as equipes irão realizar abordagens com o uso de etilômetros, mais conhecidos como bafômetros. As ultrapassagens em local proibido também estarão no foco da fiscalização e as motocicletas terão uma atenção especial da PRF, devido ao aumento na quantidade de sinistros envolvendo esses veículos.
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