Conecte Conosco

Brasília

Como fez André Mendonça, Dino recusa festa e irá à Igreja após posse no STF

Flávio Dino em discurso na tribuna do Senado: ‘Quem sabe, após a aposentadoria, eu possa aqui estar’
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado / Estadão

Indicado por Lula traz a possibilidade de uma atuação e aproximação da esquerda junto a religiosos e, principalmente, evangélicos

O novo ministro que tomará posse no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta, 22, Flávio Dino, optou por não participar das luxuosas festas que associações ligadas ao Direito bancam para paparicar os novos membros da corte e, em vez disso, irá a uma missa na Catedral Metropolitana de Brasília. Convites não faltaram, foram dezenas. Mas o primeiro compromisso de Dino seguirá o mesmo roteiro que foi feito pelo “terrivelmente evangélico”  e colega de toga, André Mendonça: a igreja.

O ex-ministro de Bolsonaro assumiu a cadeira no STF e partiu para celebrar um culto em Brasília promovido pela Assembleia de Deus em Madureira, instituição à qual o ministro é ligado. Na ocasião que uniu em um templo religioso um ato particular de fé e um evento público de um ministro, Mendonça foi anunciado como “pastor” e reforçou que o “Estado é laico”. O Estado no Brasil, de fato é laico, mas a atuação religiosa dentro dele é cada vez mais constante e intensa – veja como são explorados à exaustão temas da “pauta de costume” durante as campanhas eleitorais.

Dino, que é católico e sempre professou essa fé, vem dizendo que trocou a figura combativa político-partidária pelo perfil de juiz discreto. E recusar participação nas festas onde os seletos ingressos costumam custar acima de R$ 600 por pessoa ajuda a sustentar esse novo perfil.

Conforme foi se aproximando a indicação e a posse de Dino, a cada fala pública que fez, ele trouxe consigo mais citações bíblicas e exaltações a Deus. Com essas metáforas, além de quebrar a resistência de conservadores que temiam por um “comunista e radical”, afrouxou um pouco o personagem do “Dino lacrador e debochado”, que a oposição explora.

O campo religioso e conservador é, justamente, onde a esquerda tem mais dificuldade de inserção. A bancada da Bíblia, comandada em geral por evangélicos, faz uma oposição ferrenha à gestão Lula (PT) enfileirada na “trincheira de defesa dos princípios”, como relatei nesta entrevista.

A entrada de Dino no Supremo pode abrir um caminho para a esquerda avançar e se posicionar em discussões sobre costumes e temas de interesse dos religiosos sem decisões radicais, buscando entendimento entre diferentes visões de mundo e teses jurídicas. Isso porque, ainda que reforce o perfil conservador, Dino diverge de Mendonça em trajetória pública e convicções pessoais, com uma visão progressista, longe do reacionarismo. No médio e longo prazo as decisões e teses do novo ministro poderão familiarizar de maneira mais natural líderes religiosos e seus fiéis com líderes de esquerda e seus militantes.

O partido fundado por Lula em 1980 surgiu à base do novo sindicalismo com apoio de intelectuais e também de movimentos progressistas da Igreja Católica que lutavam contra a ditadura militar. Ainda que Dino tenha trilhado seu caminho político fora do PT (foi filiado ao PCdoB e PSB), ele viu de perto seu campo ideológico se afastar dos templos religiosos ao longo dos anos e sabe o custo desse distanciamento.

Pelo governo, Lula tenta a aproximação com o segmento religioso a partir de Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), evangélico. Não por acaso ele foi cotado para assumir o posto no STF. Lula preferiu Dino.

Ainda que normalmente sejam entendidos como grupos homogêneos e de atuação em bloco, há na Bancada da Bíblia, como em qualquer ambiente de poder, disputas, divergências e articulações para diferentes caminhos.

Flávio Dino sempre teve bom trânsito entre as mais diversas associações e grupos políticos e pode se tornar um ativo para a esquerda no trânsito e entendimento de pauta com os religiosos. Não por acaso é apontado no meio político como uma das novas lideranças da esquerda junto com Fernando Haddad (Fazenda).

A posse de Dino deve ter ao menos 900 convidados e autoridades no STF, que vão lotar o plenário para a sessão marcada para às 16h. Com os protocolos e discursos, é improvável que o evento termine e todos consigam tirar uma foto cumprimentando o novo ministro até às 19h, horário da missa. Assim, o tradicional ‘beija-mão’ deve continuar na Catedral, na outra ponta da Esplanada dos Ministérios, reforçando ainda mais o novo perfil de Dino.

Brasil

Por

Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

Continuar Lendo

Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

Por

Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

Continuar Lendo

Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

Por

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

Continuar Lendo

Trending

Avenida Agamenon Magalhães, 444
Empresarial Difusora – sala 710
Caruaru – PE

Redação: (81) 2103-4296
WhatsApp: (81) 99885-4524
jornalismo@agrestehoje.com.br

comercial@agrestehoje.com.br

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados