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Como a poeira da sua casa afeta a sua saúde

Você aspira, varre e tira dos móveis. Mas você sabe o que ela é de fato — e como pode afetar sua saúde?

Não se sinta mal se você não sabe nada sobre a sua poeira. Cientistas não estão muito na frente de você quando o assunto é entender as fontes e os riscos para a saúde das partículas e ar internos.

Esse é um problema, porque as pessoas passam bastante tempo dentro de locais. De fato, um norte-americano médio, por exemplo, fica dentro de quatro paredes por quase 90% do dia. Então saber mais sobre como o ambiente interno afeta a sua saúde é vital.

Para melhor quantificar as influências ambientais na saúde, pesquisadores começaram a usar a técnica do “expossoma”, que considera toda exposição ambiental que uma pessoa tem ao longo da vida. O seu próprio expossoma inclui desde exposição à fumaça de cigarro quando você ainda era bebê até exposição a chumbo na infância e partículas de poluição se você cresceu próximo a uma estrada ou fábrica.

A poeira é um grande componente do expossoma. Quais partículas você inala e ingere durante o dia?

Eu sou um geoquímico, e meu laboratório estuda a saúde do ambiente dentro de casa. Junto com o cientista Mark Taylor na Universidade Macquarie e outros parceiros internacionais, estou conduzindo um projeto de pesquisa no expossoma interno.

Em vez de jogar o pó do aspirador no lixo, cidadãos-cientistas colocam a poeira em um saco e a enviam ao nosso laboratório. Esse projeto, chamado 360 Dust Analysis (Análise 360 da Poeira), é um em um número de esforços recentes que começam a desvendar o mistério da poeira interna.

A poeira vem de dentro
Cerca de um terço da poeira caseira é criada dentro da própria casa. Os componentes variam dependendo do tipo de construção e idade da casa, clima e hábitos de limpeza ou de fumar dos ocupantes, então não há fórmula padrão para a poeira.

Primeiro, você e seus animais de estimação geram um pouco do detrito. Pele humana é parte dos debris. Assim como pelos de animais e bichos que se alimentam da pele — ambos fortes alérgenos.

De um modo geral, você pode ter certeza que a sua poeira também tem insetos em decomposição, restos de alimentos, fibras de tapetes, lençóis e roupas, e partículas de fumaça de cigarro e da cozinha. Nós desejamos que nosso projeto ajude a desvendar mais do mistério do que somente o que está na poeira.

Até agora, muita coisa nojenta. E há produtos químicos nessa mistura também. Por décadas, fabricantes trataram roupas e móveis com produtos químicos antichamas e protetores. Na verdade, por algum tempo, produtos antichamas eram obrigatórios por lei em móveis e pijamas de crianças.

Mas aí pesquisadores começaram a identificá-los no sangue e em tecidos do corpo humano, e há evidência de exposição até em recém-nascidos, dentro do útero. Como essas moléculas acabaram no corpo das pessoas? Principalmente por inalação ou ingestão de poeira interna.

Preocupações com a saúde sobre o que a gente coloca em nossas casas
Este é um ponto em que nova ciência e novas técnicas estão começando a levantar sérias bandeiras vermelhas sobre a saúde. Uma enxurrada de pesquisas atualmente tenta determinar a toxicidade potencial desses agentes químicos no corpo humano. Cientistas também estão desenvolvendo novas técnicas usando wearables, como pulseiras de silicone, para determinar a relação entre as fontes de poeira e quanto dela acaba no corpo de uma pessoa.

Um ambiente interno livre de animais e de fibras seria uma maneira de reduzir a quantidade e o potencial de toxicidade da poeira interna. Mas há uma preocupação adicional que surgiu com pesquisas recentes: o aumento da resistência de antimicróbios.

Pesquisas relacionaram alguns produtos desinfetantes à resistência de antimicróbios. Ao menos um estudo revelou que níveis elevados de triclosan, um agente antimicróbio comum em sabonetes, estavam relacionados a altos níveis de genes resistentes a antibióticos na poeira, presumivelmente de bactérias que vivem na sua casa e no pó. Essa relação ocorre por causa da destruição repetitiva, mas não completa, de bactérias e outros micróbios que eventualmente crescem e se proliferam, carregando genes resistentes.

A poeira que vem de fora
Para ter uma imagem completa das fontes de poeira e perigos, você precisa considerar os outros dois terços da composição da poeira interna, que na verdade vêm de fora. A poeira e a sujeira vêm nos nossos sapatos e nos pés e pelos de animais. Ela entra por janelas abertas, portas e buracos. E ela varia em tamanho e composição, de areia a pólen ou partículas minúsculas de terra.

Um dos maiores problemas de saúde relacionado a fontes externas é chumbo. Essa neurotoxina potente se acumulou a níveis extremamente altos no solo e poeira após um século de emissões industriais, carros queimando combustível com chumbo e tintas com chumbo. O perigo é particularmente grande em cidades grandes  ou próximas a locais de mineração ou outros pontos industriais de chumbo.

Solo contaminado com chumbo, e a poeira que vem dele, está intimamente ligado ao envenenamento por chumbo em crianças. Comprometendo o desenvolvimento neural, o chumbo pode provocar deficiências permanentes em crianças que foram expostas a ele.

Para tentar prevenir envenenamento por chumbo, cientistas têm focado no que chamam de fontes pontuais: coisas relativamente fáceis de identificar, como tinta descascando e canos de água de chumbo. Exposição a solo e poeira é menos estudada.

Pesquisadores recentemente encontraram correlações entre chumbo no ar e nível de chumbo no sangue em crianças. Agora, diversos grupos de laboratório estão olhando com cuidado não só para a exposição em ambientes externos, mas também para como o chumbo pode entrar em nossas casas e se tornar parte do expossoma interno.

Limite o que você conseguir
Muito como gases CFCs em refrigeradores e outros produtos causaram a degradação da camada de ozônio e o bisphenol A, um componente usado em plásticos, acabou dentro de nossos corpos, há preocupação entre cientistas de que “melhorias de vida através da química” possam resultar em consequências para a saúde não intencionais no mundo da poeira.

Tirar roupas usadas na rua, como jaquetas, e adotar uma política de não usar sapatos em casa é uma maneira de reduzir exposição interna a poluentes externos. As solas de sapatos são nojentas: 96% delas têm traços de bactérias de fezes, incluindo o resistente a antimicróbio C.diff, e mais de 90% dessas bactérias são transferidas para os pisos. Acrescente toxinas causadoras de câncer de resíduos de asfalto e produtos químicos usados em gramas, e a recomendação se torna ainda mais clara — nada de sapatos dentro de casa.

* Gabriel Filippelli é professor de Ciências da Terra e Diretor do Centro de Saúde Urbana, IUPUI

Texto originalmente publicado em inglês no site The Conversation.

 

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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