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Como a China se recuperou do coronavírus

Com poucas exceções, o resto do mundo continua prejudicado pela pandemia. Mas a economia chinesa cresceu 2,3% no ano passado, apesar de ter perdido muitas semanas para o lockdown

Fábrica em Changmingzhen: primeiro epicentro do coronavírus, China conseguiu controlar o contágio da covid-19 (Keith Bradsher/The New York Times)

O odor salgado e pungente se espalha pelas ruas recém-pavimentadas nos arredores de uma nova fábrica.

A fábrica pertence a uma empresa chamada Laoganma, que produz um molho picante de soja famoso em toda a China por dar água na boca. Num momento de pandemia, em que os empregos da classe trabalhadora do mundo todo estão em risco, os odores da fábrica são um sinal de oportunidade.

Desde que abriu as portas em março, quando a China ainda era dominada pela Covid-19, a fábrica tem dificuldades para encontrar operadores de máquina e técnicos de controle de qualidade. Agora, os trabalhadores estão invadindo Changmingzhen, cidade agrícola que já foi tranquila, cercada de montanhas verdejantes e campos de arroz, de onde as pessoas costumavam fugir em busca de trabalho em outros lugares.

Changmingzhen é prova do renascimento da China depois do coronavírus, ressurgência alimentada pelas mãos calejadas dos trabalhadores das fábricas e da construção civil. Com poucas exceções, o resto do mundo continua prejudicado pela pandemia. Mas a economia chinesa cresceu 2,3% no ano passado, apesar de ter perdido muitas semanas para o lockdown.

Em uma noite recente, os trabalhadores cheios de dinheiro saíram da fábrica ao fim do turno e encheram as bancas do mercado próximo em busca de macarrão artesanal, banana e tangerina. A empresa familiar paga aos trabalhadores da linha de produção até US$ 1.200 ao mês. “Nada mau para um trabalhador da nossa idade”, disse Wang Mingyan, funcionária que estava terminando o turno de trabalho.

A trabalhadora de 50 anos contou que vive em um apartamento funcional e tem acesso a refeições gratuitas e outros benefícios, já que a Laoganma concorre com outras empresas pelos funcionários. Ela nem sempre gosta do cardápio, mas isso é só um detalhe. “Quando você está longe de casa, o importante é encher a barriga”, comentou Wang, que se mudou de sua cidade natal, a mais de duas horas de distância.

(Keith Bradsher/The New York Times)

A China congelou uma economia de US$ 15 trilhões de dólares em fevereiro do ano passado. O país usou a força bruta para isolar cidades e províncias e forçar as pessoas a fazer quarentena.

Pequim contou com as mesmas ferramentas para retomar a economia. O governo obrigou as fábricas a reabrir as portas e os bancos estatais a abrir linhas de crédito.

Agora, a economia está caminhando para a frente. Subsídios do governo estão alimentando a construção de novas linhas ferroviárias e fábricas. Uma empresa estatal que deseja concorrer com a Boeing e a Airbus divulgou que vai investir US$ 3 bilhões em 22 projetos de construção de grande escala.

A participação do governo faz com que o retorno da China seja especialmente centrado na classe trabalhadora. As medidas do Estado são mais eficazes quando se trata de reabrir grandes fábricas ou grandes projetos de construção. O país se concentra há muito tempo em manter a classe trabalhadora feliz, para evitar os conflitos políticos que têm afetado os EUA e a Europa.

Pequim tem mais dificuldade para resolver outros problemas. Os clientes ainda estão longe das lojas e podem se afastar ainda mais, uma vez que o vírus tem ressurgido em diversas cidades nos últimos tempos. A economia nacional ainda depende menos da inovação e dos serviços do que da fabricação de bens. Legiões de pessoas formadas no ensino superior ainda têm dificuldade para encontrar trabalho.

Cerca de 80 quilômetros acima de Changmingzhen, em Guiyang, a capital da província, a Laoganma ofereceu vagas em uma feira de empregos. Mas o trabalho continua a não atrair trabalhadores jovens.

“Dá para encontrar se você procurar, mas não foi isso que imaginei para mim; não é o tipo de trabalho que vai realizar meus sonhos e permitir que eu alcance meus objetivos”, disse Grace Cai, que está se formando em Gestão de Turismo na Universidade de Guiyang.

(Keith Bradsher/The New York Times)

Cai fez estágio como garçonete no restaurante de um hotel no ano passado e não faz ideia de como encontrar um trabalho em tempo integral: “Existem muitos estudantes universitários agora e, por causa da epidemia, ficou mais difícil arranjar trabalho.”

Os habitantes de Changmingzhen talvez não concordem. A cidade se localiza no sudoeste da China, na província de Guizhou, região que era tão pobre há cinco anos que se tornou alvo preferencial da campanha chinesa de combate à pobreza.

Mesmo antes do coronavírus, as autoridades se dedicavam a colocar as mãos ociosas para trabalhar. O governo acabou de construir uma via expressa ultramoderna e um trem-bala que conecta Guizhou a uma província vizinha. A Laoganma e outras empresas chegaram na sequência. Agora, a cidade está repleta de trabalhadores da construção civil construindo apartamentos para os novos funcionários.

“Todas as fábricas têm dificuldade para encontrar trabalhadores – todos os da cidade já foram recrutados. O trabalho no campo é muito pesado, e as pessoas da região não querem mais fazer isso”, afirmou Zhou Xin, que era agricultor, mas abriu mão dos campos de arroz para que a Laoganma pudesse construir a fábrica.

Sua filha estudou em Xangai e ficou para trabalhar em uma empresa de design industrial. Agora, ele é dono de uma lanchonete em frente à fábrica e ainda pesca no rio que fica nos arredores. A única coisa que ele acha ruim é o barulho constante da fábrica. “Não importa se nos acostumamos com esse som. Investiram bilhões de renminbis aqui”, comentou.

A fábrica deveria ter aberto as portas em fevereiro do ano passado, mas a pandemia ficou no caminho.

As ruas ficaram vazias. As pessoas fizeram barricadas nas entradas da cidade e começaram a checar a temperatura de todo mundo. Uma mistura de medo e camaradagem manteve todos dentro de casa por seis semanas.

Com os pais, Yang Xiaozhen é dona de um restaurante em Changmingzhen e cobra US$ 1,50 por um prato de bolinhos. Eles fecharam as portas, os pais ficaram em casa e Yang praticamente não saiu. “Tentamos manter a mente alerta, porque nós chineses somos muito unidos e muito conscientes”, comentou.

Contudo, o vírus nunca chegou a Changmingzhen. No fim de fevereiro, com a economia ainda parada, as autoridades locais e os gerentes da Laoganma entraram em ação. (A empresa não respondeu aos pedidos de entrevista.)

Autoridades da região foram orientadas a encontrar trabalhadores desempregados para a fábrica. Os trabalhadores do município fizeram muitas horas extras para terminar de pavimentar as estradas. Até mesmo os jardineiros correram para plantar as mudas nas cercas da fábrica.

(Keith Bradsher/The New York Times)

Wen Wei foi uma das primeiras trabalhadoras. Ela carrega os temperos para a linha de produção e recebe US$ 620 por mês. Seu marido, que frita pimentas, ganha US$ 1.200 por mês.

O emprego para os dois na Laoganma os atraiu para Changmingzhen. A empresa ofereceu um apartamento funcional gratuito para o casal e os dois filhos, além de refeições gratuitas no refeitório da empresa. Eles pagam apenas a conta de luz e de água. “Não dá para encontrar um salário tão alto em outros lugares”, disse Wei.

A alguns quarteirões da fábrica da Laoganma, Zhu Haihua dirige caminhões para uma siderúrgica que produz torres para turbinas eólicas. Seu salário de US$ 2.300 não inclui alimentação nem moradia.

Isso é apenas metade do que um caminhoneiro recebe nos EUA. O dinheiro, porém, rende muito mais em um vilarejo nas montanhas da China. A construção frenética dos últimos anos e a falta de regras de zoneamento resultaram em um grande número de prédios residenciais. Isso permite que Zhu alugue um apartamento de três quartos por apenas US$ 175 ao mês. “O aluguel aqui é muito barato”, comentou.

Por enquanto, o som do maquinário e das construções abafa o piado dos pássaros nos bordos chineses que cercam a cidade. Mas os sinais de fraqueza não estão muito longe dali. O restaurante de Yang nunca se recuperou completamente.

Embora a fábrica da Laoganma continue a liberar o odor de tempero no ar, os projetos de construção financiados pelo governo podem acabar. As equipes de construção da linha do trem-bala estão saindo da cidade e voltam cada vez menos para gastar dinheiro.

Cai Liuzhong, dono de uma loja de produtos para escavação ao lado do restaurante de Yang, está se preparando para mudar a loja para a próxima cidade que estiver crescendo rapidamente: “Seguimos o trabalho.”

Yang Faxue, cliente regular do restaurante, sente que sempre terá trabalho. O trabalhador da construção civil de 36 anos já está na estrada há quase duas décadas, tendo deixado sua cidade natal a duas horas de Changmingzhen para trabalhar inicialmente na cidade de Nanjing. A esposa e, com o tempo, os três filhos do casal ficaram em casa.

Yang ficou feliz por encontrar uma vaga de trabalho em Changmingzhen, mais perto de casa. E o trabalho praticamente não parou durante a pandemia. “As casas ainda precisam ser construídas. Trabalho é trabalho”, concluiu.

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Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

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Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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