Conecte Conosco

Brasília

Comer frituras aumenta risco de morte em até 13%

Para chegar a conclusão os cientistas analisaram os hábitos alimentares de 107.000 pessoas de 50 a 79 anos ao longo de 18 anos.

A fritura reduz a água do alimento, aumenta a densidade energética e muda a composição dos ácidos da gordura (Thinkstock/VEJA/VEJA)

Se na hora do almoço você costuma optar pelas frituras talvez queira repensar sua decisão. Um estudo publicado no British Medical Journal mostrou que mulheres que adicionam porções diárias de alimentos fritos à refeição apresentam maior risco de morte por qualquer causa, exceto câncer. Os resultados mostraram que uma porção regular de frango frito, por exemplo, eleva o risco em 13%; já pescados, como peixe e marisco, elevam em 7%. “As pessoas já sabem que alimentos fritos podem ter resultados adversos na saúde. O que a nossa descoberta mostra é que o consumo de frituras está associado à mortalidade geral”, comentou Wei Bao, da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, à revista Time.

Segundo os pesquisadores, o aumento do risco pode estar relacionado a vários motivos, como a possibilidade de esses alimentos serem ultraprocessados – o que indica maior quantidade de sódio; ou os métodos de cozimento, temperatura do processo de fritura e tipo de óleo usado – todos associados ao risco de morte. Além disso, estudo de 2017 já havia indicado que pessoas que comem batatas fritas duas ou mais vezes por semana têm risco dobrado de morte prematura; e outra pesquisa apontou a existência de ligações entre o consumo de alimentos fritos e a probabilidade de desenvolver diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.

Para proteger a saúde e reduzir os riscos, a sugestão da equipe é controlar o tamanho das porções e reduzir a frequência de consumo, em particular de frango frito e peixe. Esse é o primeiro estudo a analisar a relação entre o consumo de alimentos fritos e a mortalidade ao longo do tempo.

O estudo

Para chegar a esta conclusão, os cientistas analisaram os hábitos alimentares de aproximadamente 107.000 mulheres de 50 a 79 anos ao longo de 18 anos. Ao se inscreverem no estudo, entre 1993 e 1998, as participantes completaram um questionário de frequência alimentar que verificava o consumo e o tamanho da porção de 122 itens alimentares, incluindo frango e peixe fritos, batatas fritas, tortillas e tacos. A equipe ainda considerou outros fatores ligados à mortalidade, como nível de escolaridade, renda, consumo total de energia e qualidade geral da dieta.

A análise mostrou que as mulheres que ingeriam uma ou mais porções de alimentos fritos por dia tinham um risco 8% maior de morte por todas as causas, incluindo àquelas relacionadas ao coração. Para os pesquisadores, este achado não foi estatisticamente significativo; no entanto, alimentos específicos, como frango e peixe, mostraram-se mais preocupantes. Comer frango frito, por exemplo, teve um risco 13% maior de morte por qualquer causa e 12% para causas conectadas ao coração; no caso do peixe frito, os números foram 7% e 13%, respectivamente. A única causa de morte descartada pelo estudo foi câncer.

Ainda que os resultados da pesquisa tenham sido descobertos em mulheres mais velhas, os pesquisadores acreditam que eles podem ser aplicados à população em geral. “Não há nenhuma razão para que os efeitos possam diferir por idade ou sexo. Suspeito que a associação possa ser semelhante entre mulheres mais jovens ou até entre os homens”, revelou Bao à Time.

Perigo da fritura

Carne branca, como frango e peixe, são consideradas mais saudáveis, entretanto, a forma de preparo pode reverter possíveis benefícios. Em entrevista à CNN, Bridget Benelam, da British Nutrition Foundation, explicou que o processo de fritura em altas temperaturas aumenta o teor de gordura do alimento e estimula a produção de gorduras trans e outros compostos danosos, como produtos finais da glicação avançada (AGEs, na sigla em inglês). De acordo com estudo, esse composto – que surge quando alimentos ricos em proteína são cozidos em altas temperaturas – está associado à maior probabilidade de todas as causas de morte, incluindo por doenças cardiovasculares.

Os cientistas ainda que a reutilização do óleo pode ser um fator de risco: muitos restaurantes reutilizam o óleo ao fritar alimentos e esse processo gera substâncias prejudiciais à saúde, o que aumenta o risco de morte; quando consumidos em casa há menor probabilidade de que o óleo seja reutilizado.

‘Não podemos generalizar’

Embora os resultados sejam significativos, Bao alertou para o fato de que as descobertas do novo estudo “não podem ser generalizadas” globalmente. Isso porque em cada país existem métodos de frituras diferentes: na Espanha, por exemplo, a população costuma preparar a comida em casa e optam por utilizar óleos mais sudáveis, como o azeite de oliva, o que reduz riscos de saúde – ou mesmo onde se come a fritura (em casa ou restaurantes).

Já em outras partes do mundo, como nos Estados Unidos, boa parte a alimentação é frita e/ou consumida em rede de fast food. Ao comer em restaurantes, o indivíduo consome mais calorias uma vez que as porções são maiores; além disso, essas frituras fornecem maior quantidade de gordura e sal, conhecidos vilões da saúde – e ainda vale considerar a reutilização do óleo.

Por causa disso, Tracy Parker, da British Heart Foundation, recomendou fazer escolhas mais saudáveis dentro e fora de casa. “Usar métodos de cozinhamento mais saudáveis ​​em casa, como assar, grelhar ou escolher opções mais saudáveis ao sair para comer são mudanças simples que podem fazer uma grande diferença para a saúde do coração”, disse ela à CNN.

Críticas

A principal crítica ao estudo é por ser observacional, ou seja, não foi possível determinar causa-efeito dos resultados encontrados; os autores observaram, por exemplo, que a pesquisa não desconsiderou o impacto de outros fatores que afetam a saúde, como o fato de que mulheres habituadas a consumir regularmente alimentos fritos tendem a ser menos saudáveis, implicando na existência de uma série de outros fatores – e não só a fritura – que podem gerar os resultados encontrados.

Fonte: Portal Veja

Publicidade
Clique aqui para comentar

Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Brasil

Por

Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

Continuar Lendo

Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

Por

Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

Continuar Lendo

Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

Por

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

Continuar Lendo

Trending

Avenida Agamenon Magalhães, 444
Empresarial Difusora – sala 710
Caruaru – PE

Redação: (81) 2103-4296
WhatsApp: (81) 99885-4524
jornalismo@agrestehoje.com.br

comercial@agrestehoje.com.br

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados