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Com filas gigantes por bilhete único, governo do Rio decide adiar aumento da tarifa de trens

Decisão do secretário de Transportes Washington Reis foi antecipada em anúncio divulgado no RJTV; com adiamento de uma semana, passagem vai subir de R$ 5 para R$ 7,40

(Henrique Freire/GERJ/Divulgação)

O governo estadual vai adiar o aumento da tarifa de trens, que passará de R$ 5 para R$ 7,40, por uma semana. A informação foi revelada, nesta quarta-feira, pelo telejornal RJTV, da TV Globo. O adiamento se deve às extensas filas que têm sido registradas por usuários em busca do Bilhete Único Intermunicipal. O reajuste começaria a valer nesta quinta-feira, dia 2. Com a decisão, o preço anterior será prorrogado por conta das extensas filas para cadastramento e habilitação do Bilhete Único Intermunicipal. Em nota, a SuperVia comunicou que ainda não foi informada oficialmente sobre o adiamento do reajuste da tarifa dos trens.

Por volta de 12h10, a professora Suzana Bastos era a última da enorme fila formada na Central do Brasil. Moradora da Penha, ela demorou a acreditar que precisaria esperar horas em pé para renovar o cadastro de seu bilhete único. Ela começa em um novo emprego na próxima semana, e quis aproveitar o dia para resolver o cadastro do vale-transporte.

— Vim fazer um Riocard por conta de uma mudança de emprego. Vou trabalhar aqui de segunda a sexta. O cartão facilita. Fui informada que deveria enfrentar essa fila toda aqui, e disseram que se eu fizesse hoje continuaria pagando R$5, mas não se sabe por quanto tempo — diz a professora.

A fila chega a dobrar pela rampa de acesso ao subsolo da Central do Brasil. A quantidade de pessoas na frente da professora a fez considerar desistir e voltar para casa. Ela permaneceu no local após a informação dada por um funcionário da empresa Riocard Mais de que hoje é o último dia para realizar o cadastro e pagar a passagem menor.

— Não esperava encontrar essa fila, de jeito nenhum. Achei que tivesse uma fila razoável, mas não essa coisa aqui. Não tenho palavras, é um absurdo. Tô muito balançada porque daqui a 45 minutos sai mais um trem para onde vou. Gostaria que não passasse de 30 minutos, mas pela quantidade de gente, acho que vou ficar bastante tempo aqui. A informação que tive com relação ao valor foi essa, então tenho que ficar — conta.

No início da fila, a saga de quem chegou antes das 9h e ainda não foi atendido. A empregada doméstica Renata Silva, de 45 anos, veio do Jardim Primavera, em Saracuruna, e ainda precisa chegar ao trabalho, em Copacabana.

— Estou aqui desde cedo. Ainda tenho que ir para o trabalho. Minha chefe me liberou para resolver esse problema. Os funcionários vêm e perguntam toda hora a mesma coisa, se a gente já tem o cartão. Aí digo que não tenho, eles falam que tenho cadastro e que devo ficar nessa fila aqui — explica.

Segundo usuários, houve, ainda, a informação de que seriam oferecidas garrafas de água para matar a sede durante a longa espera. As garrafas, no entanto, sequer foram vistas pelas pessoas.

— Água? Você que não compre a sua água, não, para ver se não morre de sede! — brinca a empregada doméstica.

A moradora de Duque de Caxias também se queixa do aumento da passagem, que não corresponde à qualidade do serviço oferecido pela Supervia.

— Vai aumentar a passagem para um negócio que não tem nem serviço. Não existe isso. Mais caro que o metrô e não vale nem a pena. Fora a baldeação que tenho que fazer em Gramacho. Para aumentar o preço, teria que ser um serviço bom. Com trem direto de Saracuruna até a Central e sem parar 40 minutos em cada estação. Semana passada fiquei 40 minutos na Penha e 40 minutos em Cordovil — diz Renata.

O aumento das filas pode estar relacionado, também, a dificuldades da população com os canais virtuais de atendimento oferecido pelo Riocard. Uma das funcionárias que organizavam as filas e prestavam informações no local disse que os cidadãos até pode tentar resolver pelo WhatsApp ou site, mas que não há garantia de que vá funcionar.

Ainda segundo a funcionária, são muitos os casos de usuários que tentaram realizar o cadastro pelos canais virtuais, não tiveram êxito e precisaram recorrer à longa fila da Central do Brasil.

No início de janeiro, o governador Cláudio Castro anunciou a tarifa social ferroviária, garantindo que o governo subsidiaria a diferença de R$ 2,40 por passagem, segurando o preço de R$ 5 para quem usar o Bilhete Único Intermunicipal para pagar a tarifa nos trens.

Busca por tarifa mais baixa
Quem já possui o Bilhete Único Intermunicipal não precisa fazer nada. Os que têm o cartão Vale-Transporte devem procurar o setor de recursos humanos da empresa em que trabalham para pedir o benefício. Já quem possui o Riocard Mais Expresso, aquele comprado pelo próprio usuário, terá de transformá-lo em BUI indo pessoalmente a uma das 20 lojas da Riocard, nos postos extras, pela internet ou pelo WhatsApp. O passageiro que optar pelo cartão unitário da Supervia não tem direito ao desconto e pagará R$ 7,40.

Pelo número de WhatsApp (21) 2127–4000, um assistente virtual estará pronto a tirar dúvidas e guiar o usuário no processo de habilitação de serviço

Brasil

Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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