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Cientistas brasileiros apostam em alternativas naturais aos plásticos

Essas são algumas soluções apresentadas por cientistas que buscam amenizar os impactos do material sintético ao ambiente. Pesquisadores brasileiros apostam em vegetais abundantes no país, como o milho e a mandioca

(foto: Olivier Morin/AFP)

Um dos maiores entraves no combate ao acúmulo de plástico é a falta de substitutos à altura. De fácil manipulação e custo baixo, esse material acaba sendo usado em diversos tipos de produtos. Cientistas têm trabalhado em tecnologias que tenham essas mesmas características, mas também um descarte menos impactante ao meio ambiente. O uso de matérias-primas naturais é uma das estratégias exploradas. Outra alternativa que pode se tornar realidade em pouco tempo é um plástico sintético com degradação mais rápida e possibilidades amplas de reúso.
O plástico comum é um dos materiais mais difíceis de serem reciclados devido a dois pontos cruciais: não pode ser reutilizado diversas vezes e demora muito tempo — mais de um século — para se degradar naturalmente. Para resolver esses problemas, pesquisadores americanos desenvolveram um polímero sem químicos tóxicos, com as mesmas características do material tradicional — durabilidade, força e resistência ao calor — e a possibilidade de ser reutilizado quantas vezes for necessário.
“Em princípio, os polímeros podem ser quimicamente reciclados e reutilizados infinitamente. Ainda temos trabalho pela frente, mas é nosso sonho ver essa tecnologia de polímero quimicamente reciclável se materializar no mercado”, diz ao Correio Eugene Chen, um dos criadores do material, apresentado em abril na revista Science, e professor da Universidade do Colorado.
Especialistas acreditam que, se o plano de Chen e os colegas se concretizar, a forma como o plástico é usado poderá ser transformada. “Essa descoberta poderia levar a um mundo no qual plásticos no fim da vida não seriam considerados resíduos, mas matéria-prima para gerar produtos de alto valor e plásticos virgens. Isso incentivará a reciclagem e a sustentabilidade”, acredita Andrew Dove, químico e professor da Universidade de  Birmingham, no Reino Unido, ao comentar a pesquisa no periódico americano.
Megan L. Robertson, professora associada de engenharia química e biomolecular na Universidade de Houston, nos Estados Unidos, também trabalha buscando substitutos do plástico. Ela acredita que, no futuro, materiais mais eficientes serão capazes de exterminar os danos causados ao meio ambiente com o seu descarte. A curto prazo, porém, a cientista aposta no surgimento de tecnologias que permitam a melhor reciclagem do que temos disponível. “Novos materiais entram no mercado lentamente e, portanto, o maior impacto está no desenvolvimento de métodos mais eficientes para reciclar os plásticos que são produzidos em grandes quantidades hoje”, justifica.
A americana também ressalta que investimentos e avanços nessa área serão extremamente benéficos para as áreas econômica e industrial. “Melhorar a reciclagem de plásticos tem muitas vantagens sociais, como reduzir as emissões de gases de efeito estufa, evitar o acúmulo de resíduos no meio ambiente, diminuir a dependência de recursos petrolíferos finitos e recuperar o valor econômico dos resíduos sólidos plásticos”, lista.
Versão natural
No Brasil, Edla Maria Bezerra Lima, pesquisadora da Embrapa Alimentos, aposta em uma solução natural para o problema. Ela desenvolveu um plástico feito a partir de caroços de manga. “Escolhi essa fruta porque é uma das mais produzidas no Brasil. O seu uso industrial acaba gerando grande quantidade de resíduos, que ficam sem utilidade. Essa pesquisa buscou uma maneira de também sanar esse problema”, conta.
O projeto foi iniciado em 2014. Edla Lima e a equipe conseguiram desenvolver um plástico feito da amêndoa do caroço da manga que foi misturado ao biopolímero PHBV. Biodegradável, o material resultante da combinação poderá ser usado em embalagens e também na área médica, para a construção de próteses ósseas, por exemplo. Segundo a criadora, o novo plástico, que segue em desenvolvimento, é um exemplo de mudanças positivas ao meio ambiente. “Estamos caminhando para um mundo em que todos os rejeitos serão reutilizados, como a fibra da casca de banana, que hoje é usada na criação de roupas”, ilustra.
A economia também será contemplada, avisa a pesquisadora da Embrapa Alimentos. “É um caminho a que nos dedicamos para que as empresas possam adotar essas medidas. Elas também serão mais positivas do ponto de vista financeiro. Projetos dessa linha fazem parte da lista dos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável”, explica, referindo-se às metas para 2030 firmadas em reunião da ONU em 2015.
Comestível
Pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Ribeirão Preto têm se dedicado a desenvolver substitutos para o plástico com outras matérias-primas abundantes no Brasil: o milho e a mandioca. No primeiro caso, eles usam uma proteína presente no grão do cereal: zeína. “Ela não é muito boa para nossa alimentação porque é deficiente em dois aminoácidos, mas tem alta capacidade de polimerização. Por isso, a utilizamos na produção de plástico biodegradável. A mandioca também tem grande potencial”, explica José Francisco Lopes, um dos cientistas envolvidos na pesquisa e professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unesp.
As pesquisas estão em fase inicial, mas José Lopes adianta uma possível vantagem do novo material. “O plástico derivado do milho, além de substituir bem o atual,  tem a vantagem de ser comestível. Isso faz com que ele possa, por exemplo, ser usado para empacotar grãos que poderão ser jogados direto na panela”, cogita.
O pesquisador acredita que, a médio prazo, será possível vencer os obstáculos que dificultam a reciclagem do material sintético, assim como aqueles que impedem o surgimento de materiais alternativos. “Vamos conseguir reverter esse cenário e, dessa forma, diminuir o acúmulo de plástico. Mas sabemos que muito precisa ser feito, até porque é uma briga de gente grande. É difícil competir com as petrolíferas, que tentam abafar essa disputa comercial. Porém, já começamos a ver substitutos com potencial sendo usados, assim como medidas políticas importantes. A França, por exemplo, tem uma legislação que proíbe o uso de sacolas plásticas. Eu tenho certeza de que essa mudança vai ocorrer”, aposta o pesquisador da Unesp.
“Vamos conseguir reverter esse cenário e, dessa forma, diminuir o acúmulo de plástico. Mas sabemos que muito precisa ser feito, até porque é uma briga de gente grande. É difícil competir com as petrolíferas”
José Francisco Lopes, professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Fonte: Portal Correio Braziliense
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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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