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Chuvas na Bahia já atingem 72 cidade e deixam 16 mil pessoas desabrigadas

Governador afirma que prioridade é tirar moradores de áreas de risco, e anuncia apoio do governo federal e de outros estados

Chuvas intensas castigam a Bahia com ventos fortes e temporal em diversos municípios e na capital, Salvador, (BA). (MAURO AKIIN NASSOR/FOTOARENA/Estadão Conteúdo)

As fortes chuvas que atingem o Sul e Sudoeste da Bahia já causam danos em 72 cidades. Ao menos 18 morreram devido à força das águas, e o governo baiano estima em cerca de 430 mil o número de atingidos pela tragédia. Em algumas localidades, rios subiram 10 metros e deixaram municípios inteiros debaixo d’água. Com estradas bloqueadas por deslizamentos, há distritos isolados, o que dificulta as operações de salvamento.

Na tarde deste domingo, o governador Rui Costa assinou decreto que adicionou 47 cidades à lista de municípios em situação de emergência em decorrência dos temporais — outras 25 haviam entrado na lista no sábado. Com a decretação de emergência, os prefeitos podem ter acesso facilitado a recursos para obras de recuperação e para dar assistência a desabrigados.

— Estamos mobilizando todas as nossas forças. Montamos uma base de apoio em Ilhéus e estamos deslocando reforço de pessoal dos bombeiros, polícia, Defesa Civil — disse o governador. — Estamos mobilizando todos os esforços para socorrer as pessoas atingidas pela água. Nesse momento, o esforço é para retirar todas as pessoas de área de risco, de casas que eventualmente correm risco de desabar e prestar essa assistência inicial, restabelecendo ligação de água, energia, e garantir apoio com cestas básicas.

O estado da Bahia sofre com os efeitos das fortes chuvas desde o fim de novembro, cenário que só se agravou com a chegada do verão. São 72 cidades em situação de emergência, pelo menos 37 completamente alagadas e, desde o início dos temporais, há registro de 18 mortes, de acordo com a Defesa Civil estadual, e 286 feridos com as enchentes. Ainda segundo o último balanço da pasta, até agora são 16.001 pessoas desabrigadas e 19.580 desalojadas — ou seja, precisaram deixar suas casas, mas não requisitaram abrigo. A estimativa é de que uma população de 430 mil pessoas já tenha sido afetada. O nível do Rio Cachoeira, um dos maiores da região, subiu mais de dez metros, e um grande volume de água invadiu as principais ruas da cidade de Itabuna, pressionando uma ponte que atravessa o local. Os moradores temem um desmoronamento. O superintendente da pasta, Coronel Miguel Filho, admite que os números mudam a todo momento.

Além da base que já estava montada em Itamaraju, no extremo Sul baiano, agora foi instalada também uma base de operações em Ilhéus, onde estão deslocadas equipes do corpo de Bombeiros, Defesa Civil e da Polícia Rodoviária Federal, que cedeu agentes e aeronaves à operação. Além disso, após uma série de reuniões neste sábado, Rui Costa afirmou que receberá apoio logístico e de efetivo de pelo menos quatro estados: Maranhão, Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Espírito Santo. Além disso, o governo estadual convocou o Conselho Nacional de Corpos de Bombeiros Militares do Brasil (Ligabom), instituição que reúne bombeiros de todo o país, para auxiliar nas tomadas de decisão.

Neste sábado (25), Rui Costa se reuniu com representantes do governo federal, e garantiu apoio também com combustíveis e aeronaves para auxiliar em resgates. Curiosamente, um dos presentes era o ministro Marcelo Queiroga, que está hospitalizado desde a noite do dia 24, quando sofreu um acidente de moto no Rio de Janeiro. Ele participou da videoconferência com a câmera desligada.

Além disso, o governador da Bahia também revelou que entrou em contato com vários estados em busca de ajuda e, num primeiro momento, já recebeu aceno positivo por parte de Espírito Santo, Minas Gerais, Maranhão e Rio Grande do Norte, que devem contribuir com bombeiros e equipamentos.

São Paulo também criou uma força-tarefa para auxiliar o governo baiano. Embarcaram do Campo de Marte para a Bahia 14 homens, entre bombeiros e agentes do Comando de Aviação da Polícia Militar. Pela manhã, o Corpo de Bombeiros de SP publicou fotos dos militares partindo rumo ao nordeste, e anunciou que, ao todo, serão 20 homens empenhados na missão.

Neste domingo (26), o governador Rui Costa e o ministro da Cidadania, João Roma Netto, visitam áreas afetadas. Há expectativa de que novas ações sejam anunciadas. “Sabemos que existem posições políticas distintas, mas a população pede socorro e quem pede socorro não quer saber de onde vem ajuda”, escreveu o ministro.

Risco das barragens

Além do estrago relativo à destruição de casas, estradas e pontes, há preocupação ainda em relação às barragens. Uma série de vistorias técnicas têm sido realizadas em diversas cidades para verifica o estado destas represas após os temporais.

Em Itambé, houve o rompimento de uma barragem e pessoas precisaram deixar suas casas às pressas. Uma outra — essa de menor porte, conhecida como barra Beija-Flor — também rompeu na divisa de Anagé com Vitória da Conquista, mas a água correu para o Rio de Contas e não causou danos significativos, de acordo com o governo. A Secretaria do Meio Ambiente (Sema), que realiza as inspeções junto ao Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) afirma ainda que algumas barragens foram orientadas a realizar “intervenções” para “amenizar futuras complicações”, mas não foram revelados maiores detalhes.

Além de todos os problemas, a previsão de chuva continua pelo menos para os próximos 7 dias, podendo ser forte, o que preocupa ainda mais. Enquanto isso, campanhas são criadas por moradores para ajudar aqueles que perderam suas casas, que precisam da doação de comida, roupas e objetos pessoais.

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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