Conecte Conosco

Brasil

Caso Flordelis: dinheiro e relógios do pastor sumiram após o assassinato

Bens do pastor Anderson podem ter sido usados para pagar sua própria execução

Desaparecimento de bens da vítima após o crime despertaram suspeitas à polícia (Twitter/Reprodução)

Os mistérios que circundam a morte do pastor Anderson do Carmo, marido da deputada federal Flordelis dos Santos (PSD), envolvem também o paradeiro de alguns bens da vítima, que sumiram após o crime. O dinheiro que Anderson carregava em uma mochila de couro, com a qual sempre andava, e a maior parte de uma coleção de 20 relógios mantida por ele desapareceram depois de seu assassinato. A Polícia Civil suspeita que a quantia e os acessórios tenham sido usados como parte do pagamento pela execução do crime.

As suspeitas são baseadas em um dos planos de matar Anderson revelados à polícia. Em uma das propostas feitas a Lucas Cézar dos Santos para assassinar o pai adotivo, foi prometido o pagamento de parte da quantia — R$ 5 mil — justamente com o dinheiro que costumava ser levado pelo pastor na mochila, além dos relógios da vítima.

À polícia, Lucas afirmou ter negado a proposta, segundo ele feita por uma de suas irmãs, Marzy Teixeira, presa na segunda-feira. A própria Marzy, em depoimento, confirmou ter feito a oferta ao irmão. Lucas está preso desde junho do ano passado, acusado de participação no crime.

Flordelis, em seu último depoimento à polícia, afirmou não saber onde foram parar o dinheiro e os relógios. Questionada pela polícia se havia visto um de seus filhos, Flávio dos Santos, acusado de ter atirado o pastor, com a mochila de Anderson, a deputada afirmou que não.

As investigações apontam ainda que Flordelis se utilizava de Marzy para fazer propostas de assassinar o pastor a Lucas ou para achar outra pessoa disposta a executar tal plano. A mulher, que é filha afetiva da pastora, é descrita por testemunhas como alguém que sempre buscava aprovação da mãe, e por isso gostava de agradá-la.

Ainda segundo as investigações, Marzy também foi a responsável por avisar Flávio sobre a chegada de Flordelis e Anderson em casa na madrugada do crime. De acordo com o delegado titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), Flordelis enviou mensagens para Marzy, que então entrou em contato com Flávio.

Em um de seus depoimentos à polícia, Wagner Andrade Pimenta, conhecido como Misael, também filho afetivo de Flordelis, vai além. Ele afirma que em determinada ocasião, a mãe manipulou Marzy para furtar dinheiro do cofre que havia na casa da deputada ou para assumir ter pego a quantia. O sumiço do dinheiro foi descoberto pelo pastor Anderson, que conversou com cada filho para saber o autor do furto. Marzy acabou admitindo ter sido ela a responsável.

Misael, no depoimento, alega que apenas a mãe e Anderson tinham a chave, por isso “só quem poderia ter pego dinheiro do cofre seria a sua mãe”.

Questionada sobre o sumiço de dinheiro no cofre, Flordelis entrou em contradição. Em um primeiro momento, ela admitiu que apenas ela e o marido tinham a chave. No entanto, em um segundo momento alegou que MIsael e outro filho, André, também tinham. Questionada sobre como Marzy teria conseguido pegar dinheiro do local, Flordelis disse que às vezes o compartimento ficava aberto.

Problemas financeiros

Trocas de mensagens recuperadas pela Justiça no celular de Marzy revelam que Flordelis demonstrava aos filhos preocupação com falta de dinheiro para pagar suas dívidas. Segundo as investigações, uma das motivações do crime foi justamente o fato de Anderson, que administrava as finanças da casa, ser extremamente centralizador.

Em conversas em abril do ano passado, dois meses após o crime, Marzy cobra da mãe o pagamento de um aluguel, além de contas suas, e a deputada diz que não tem “dinheiro nenhum”. Em outro diálogo, dessa vez com o filho André, Flordelis afirma que estava “correndo atrás de dinheiro emprestado para não perder o plano de saúde”.

Nesse diálogo, ela havia demonstrado ao filho descontentamento com o fato de Anderson ter determinado que cada filho pagasse seu plano. A deputada promete, então, ajudá-los.

A deputada também avisa ao filho que vai ao banco “de imediato” tentar resgatar sua previdência.”Mas acredito que indo na segunda esse resgate só acontecerá na quinta-feira”, diz ela. Em outra mensagem, ela pede que André conserte o ar-condicionado do carro e diz que as crianças chegam na escola parecendo que saíram da sauna.

‘Está desumano. Faz meu cheque pra 30, 60, 90 (dias). Dependendo do valor”, escreveu a parlamentar.

Brasil

Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

Por

Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

Continuar Lendo

Brasil

Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

Por

Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

Continuar Lendo

Brasil

Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

Por

Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

Continuar Lendo

Trending

Avenida Agamenon Magalhães, 444
Empresarial Difusora – sala 710
Caruaru – PE

Redação: (81) 2103-4296
WhatsApp: (81) 99885-4524
jornalismo@agrestehoje.com.br

comercial@agrestehoje.com.br

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados