Brasil
Brasil terá semana de frio intenso com neve, ‘chuva congelante’ e temperatura atípica para maio
Forte massa polar vai derrubar temperaturas entre os dias 16 e 22. No mesmo período, passagem de um ciclone extratropical aumenta a umidade e favorece neve, chuva e ocorrência de geadas.
Os serviços de meteorologia afirmam que grande parte do Brasil vai enfrentar uma semana de frio atípico para o mês de maio a partir da próxima segunda-feira (16). De acordo com Cesar Soares, meteorologista da Climatempo, os termômetros devem ficar abaixo de 10°C em São Paulo, há previsão de neve e “chuva congelante” para estados do Sul e geadas para outros trechos do país.
“Para quem está sentindo frio agora, digo que o frio ainda nem começou”, afirma César Soares. “Esse pode ser o episódio de frio mais intenso deste ano.”
Nas redes sociais, o frio que se aproxima vem sendo divulgado como uma “erupção polar histórica”. O meteorologista da Climatempo afirma que o termo não existe na literatura da meteorologia, e o que de fato vai ocorrer tecnicamente é o avanço de uma “massa polar”, que o especialista classifica como “muito intensa”.
Temperaturas mínimas
Capital | Segunda (16) | Terça (17) | Quarta (18) | Quinta (19) | Sexta (20) |
Aracaju | 24°C | 23°C | 23°C | 23°C | 24°C |
Belém | 24°C | 24°C | 23°C | 23°C | 23°C |
Belo Horizonte | 16°C | 19°C | 15°C | 8°C | 12°C |
Boa Vista | 23°C | 25°C | 24°C | 24°C | 24°C |
Brasília | 16°C | 16°C | 15°C | 9°C | 11°C |
Campo Grande | 14°C | 11°C | 7°C | 6°C | 7°C |
Cuiabá | 19°C | 17°C | 13°C | 8°C | 10°C |
Curitiba | 12°C | 7°C | 5°C | 6°C | 7°C |
Florianópolis | 13°C | 6°C | 7°C | 11°C | 8°C |
Fortaleza | 24°C | 28°C | 28°C | 28°C | 27°C |
Goiânia | 18°C | 15°C | 11°C | 4°C | 7°C |
João Pessoa | 24°C | 23°C | 23°C | 24°C | 24°C |
Macapá | 25°C | 24°C | 24°C | 24°C | 24°C |
Maceió | 23°C | 23°C | 21°C | 22°C | 23°C |
Manaus | 23°C | 25°C | 25°C | 24°C | 24°C |
Natal | 24°C | 26°C | 26°C | 26°C | 26°C |
Palmas | 23°C | 23°C | 22°C | 20°C | 19°C |
Porto Alegre | 10°C | 8°C | 10°C | 12°C | 8°C |
Porto Velho | 23°C | 22°C | 21°C | 19°C | 19°C |
Recife | 24°C | 26°C | 26°C | 26°C | 26°C |
Rio Branco | 23°C | 20°C | 18°C | 15°C | 17°C |
Rio de Janeiro | 19°C | 22°C | 20°C | 18°C | 19°C |
Salvador | 22°C | 22°C | 22°C | 22°C | 24°C |
São Luís | 24°C | 24°C | 23°C | 24°C | 24°C |
São Paulo | 15°C | 15°C | 7°C | 8°C | 11°C |
Teresina | 23°C | 23°C | 22°C | 23°C | 24°C |
Vitória | 19°C | 23°C | 23°C | 19°C | 20°C |
Serão diretamente impactados todos os estados do Centro-Sul do Brasil. O ápice será entre os dias 16 e 22. Segundo o especialista da Climatempo, o grande diferencial é que desta vez o deslocamento da massa de ar polar vai coincidir com a passagem de um ciclone extratropical, o que vai trazer umidade e possibilitar a ocorrência de eventos mais incomuns: queda de neve e precipitação da chamada “chuva congelante”.
Neve e chuva congelante
A neve é um fenômeno já mais conhecido: os flocos são formados já na nuvem e chegam ao solo no mesmo estado, enquanto a chuva congelante é um evento mais raro em nosso país. Segundo o meteorologista César Soares, a chuva ocorre de forma normal, com a queda da gotícula na atmosfera, mas a água se congela ao tocar uma superfície.
“(Quando ocorre uma chuva congelante”, você vê as gotas caindo, mas olha as pessoas na rua e as pessoas não se ‘molham’, porque a gota congela quando toca a superfície”, explica o meteorologista.
Há previsão de neve para municípios da Serra Gaúcha e algumas cidades da região central de Santa Catarina na terça-feira (17) e quarta-feira (18).
Frio abaixo de 10ºC em SP
Um dos marcos deste frio atípico é a previsão de temperatura abaixo de 10°C em São Paulo. A previsão mais recente considera a possibilidade de mínimas em torno de 7 a 9°C.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a estação do Mirante de Santana, a oficial da capital São Paulo, registrou 9,5°C em 2016.
No sul, há condições para temperaturas abaixo de zero. Em Urupema, de acordo com Soares, é possível que os termômetros cheguem a -8°C.
Geada em vários estados
Há previsão de geada em várias áreas entre os dias 19 e 22 de maio (quinta a domingo). A geada ocorre quando é formada uma camada de gelo nas superfícies por causa da intensa redução de temperatura quando a umidade do ar está elevada.
A possibilidade é mais forte nos estados do Sul, no sul e oeste paulista, em Mato Grosso do Sul e no sul de Minas Gerais. O meteorologista César Soares não descarta até mesmo a ocorrência de geada na capital paulista.
“Dessa vez, no Sul, não só as áreas mais altas devem registrar geada, mas até em Curitiba a chance é bastante alta”, aponta a Climatempo.
De acordo com o Inmet, as geadas poderão ser fortes em alguns pontos. Veja figura abaixo:
Ocorrência de geada prevista para Sul e trechos do Sudeste e Centro-Oeste. — Foto: Inmet
De acordo com análise do serviço de meterologia MetSul, o atual comportamento do La Niña “foge” ao que costuma ser observado. “O episódio que se iniciou em agosto do ano passado normalmente atinge seu pico de intensidade entre o fim do ano e o começo do ano seguinte. Na sequência, começa a perder intensidade e, via de regra, há uma transição para neutralidade no outono do ano seguinte”, explica, em nota, a meteorologista Estael Sias.
“Não é o que ocorre em 2022. A La Niña voltou a ganhar força agora no outono e fazia muito tempo que o Pacífico não se encontrava tão frio na região equatorial nesta época do ano” afirma Estael com base em dados da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), a agência climática dos EUA.
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
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