Mundo
Biden se reúne com Otan e G7 em viagem à Europa; veja últimas notícias
O presidente americano, Joe Biden, e líderes europeus realizam uma série de encontros em Bruxelas sobre a guerra na Ucrânia.
- O presidente Joe Biden está na Europa para encontros de Otan, G7 e União Europeia;
- Novas sanções contra a Rússia estão na pauta;
- O Reino Unido anunciou mais sanções nesta madrugada;
- As reuniões acontecem um dia após a Rússia exigir que seu gás seja pago em rublos;
- A Bolsa de Moscou foi parcialmente reaberta hoje;
- O presidente ucraniano Zelensky disse que reuniões europeias vão mostrar “quem é amigo” da Ucrânia.
Biden na Europa
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está na Europa para uma série de reuniões nesta quinta-feira, 24. O assunto principal são os próximos passos das potências ocidentais na guerra na Ucrânia, que chega hoje a 29 dias.
Em Bruxelas, na Bélgica, para onde embarcou ontem, Biden participa nesta manhã de uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
O evento é seguido ainda hoje por uma reunião do G7, grupo que reúne sete das maiores economias do mundo, e finalmente um encontro com líderes da União Europeia (UE).
As três cúpulas têm agendas centradas na guerra, com pressões para que novas sanções sejam aplicadas.
Na sexta e no sábado, o presidente americano visitará ainda Polônia, país fronteiriço com a Ucrânia que foi destino de mais de 2 milhões de refugiados. Biden se encontrará com o presidente polonês, Andrzej Duda.
Energia no centro do debate
No voo de Washington, a bordo do avião presidencial Air Force One, o assessor de Segurança Nacional americano, Jake Sullivan, antecipou que os Estados Unidos vão anunciar “um pacote de sanções contra figuras políticas”, assim como “oligarcas” e “entidades” russas.
Tem havido pressões de países do leste europeu, mais próximos à fronteira com a Rússia, para que a Europa implemente sanções a exportações energéticas russas, o que será um dos principais assuntos nas reuniões de hoje.
Os EUA baniram importações de petróleo russo neste mês, mas fazer o mesmo na Europa traria implicações amplas, já que 40% do gás da União Europeia vem da Rússia. Por isso, as sanções até agora tiveram como foco sobretudo o setor financeiro e empresários.
Zelensky diz que reuniões vão mostrar “quem é amigo”
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, discursou em mensagem pré-gravada na manhã desta quinta-feira na reunião da Otan, onde pediu “apoio irrestrito” aos esforços de guerra ucranianos e armas ofensivas.
“Vocês podem nos dar 1% de seus aviões. 1% de seus tanques. Um porcento!”, diz na mensagem, em vídeo.
Mais cedo, ao falar sobre as reuniões europeias, ele havia dito que ucranianos estavam “esperando por passos significativos”.
“Nestas três reuniões nós veremos: quem é um amigo, quem é um parceiro, e quem nos traiu por dinheiro”, disse antes da reunião, afirmando que “os russos já começaram a fazer lobby por seus interesses”.
As principais demandas da Ucrânia são, além de aeronaves, o fechamento do espaço aéreo, reforçadas por Zelensky no discurso de hoje.
A zona de exclusão aérea faria com que aviões russos pudessem ser derrubados pela Otan caso cruzassem o espaço aéreo ucraniano, mas é improvável até o momento, uma vez que a aliança ocidental afirma que tal restrição desencadearia uma guerra mundial.
O presidente ucraniano também falou nesta quinta-feira ao Parlamento da Suécia, em meio à peregrinação que o político tem feito em parlamentos de países aliados.
Aos suecos, disse que a Ucrânia merece ser um “membro total” da União Europeia, pediu que o país amplie as sanções contra a Rússia e que, no futuro, ajudem na reconstrução da Ucrânia – cuja economia deve encolher um terço com a guerra.
“Não estamos lutando só pelo povo da Ucrânia, mas pela segurança da Europa, e nós mostramos que merecemos ser plenamento integrados como membros da UE”, disse aos suecos.
A Suécia é também um dos países-chave na crise por não fazer parte da Otan e, assim como a Finlândia, ter sido ameaçada por Putin – que deseja que as duas nações não entrem na aliança.
Sanções do Reino Unido
Mais cedo nesta quinta-feira, o Reino Unido anunciou novo pacote de sanções contra 65 empresas e oligarcas russos, “focando indústrias estratégicas, bancos e elites empresariais”.
O premiê britânico, Boris Johnson, disse que, em sua opinião, “a linha vermelha já foi cruzada”, em entrevista à rádio LBC hoje.
“Ele está bombardeando, indiscriminadamente, centros civis”, disse sobre o presidente russo, Vladimir Putin.
Johnson também pediu medidas contra reservas de ouro. “Podemos fazer mais para impedi-lo de usar suas reservas de ouro, por exemplo, além de suas reservas em dinheiro?”, questionou. “Quanto mais pressão aplicamos agora, particularmente em coisas como ouro, eu acredito que mais podemos encurtar a guerra.”
Reservas internacionais russas em dinheiro em países que aplicaram sanções já foram bloqueadas, embora a Rússia também tenha mais de 10% das reservas na China, por exemplo.
Rússia exige pagamento em rublos
As discussões acontecem um dia depois de a Rússia anunciar, na quarta-feira, 23, que passará a exigir pagamento em rublos (moeda russa) por suas exportações de petróleo e gás ao que considera “nações hostis”, o que inclui uma lista de países da União Europeia.
A medida em Moscou visa, na prática, ajudar a fortalecer a moeda russa, que despencou desde o início da guerra e em meio às reservas em dólar e euro bloqueadas.
Nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que pagar a Rússia em rublos seria como “ajudar a Ucrânia com uma mão e ajudar os russos a matar ucranianos com a outra”.
“Eu peço aos países relevantes que façam uma escolha sábia e responsável”, escreveu em seu perfil no Twitter.
Segundo a agência de notícias russa Tass, Putin disse que a medida não afeta o fornecimento de energia dos contratos já firmados, mas “apenas a moeda de pagamento, que será alterada para rublos”.
“A Rússia continuará a fornecer gás natural de acordo com volumes e preços fixados em contratos previamente celebrados”, disse o presidente russo.
Rússia reabre mercado
A Rússia reabriu parcialmente seu mercado de ações nesta quinta-feira.
As negociações estavam suspensas desde 25 de fevereiro, um dia após o início da guerra, quando a reação de investidores à invasão à Ucrânia derrubou o índice MOEX em 27,20% em apenas uma semana.
Até o início da tarde (12h30 de Moscou), o IMOEX subia cerca de 6% na bolsa de Moscou.
A bolsa de Moscou adotou medidas para tentar impedir vendas massivas nesta reabertura, com só parte das ações podendo ser negociadas. O BC também baniu “operações vendidas”, para evitar que investidores apostem na queda dos ativos
Ações militares
Na Otan, Biden e os outros líderes discutem também a mobilização de forças de combate adicionais em países do leste europeu, Bulgária, Hungria, Romênia e Eslováquia, como já fez em Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia.
Países também tem anunciado ampliação de seus exércitos, o último deles a Bélgica, que anunciou novos investimentos militares na manhã desta quinta-feira, antes da reunião da Otan.
Na véspera, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que a aliança militar está decidida a “fazer tudo o possível para apoiar a Ucrânia. Mas temos a responsabilidade de garantir que a guerra não se intensifique para além da Ucrânia e se torne um conflito entre Otan e Rússia”.
Antes embarcar rumo a Bruxelas, Biden disse em Washington que a possibilidade de um ataque russo com armas químicas na Ucrânia era uma “ameaça real”.
Momento de união das potências ocidentais, diz EUA
Para além das discussões de sanções, um dos objetivos da agenda robusta de Biden em Bruxelas é consolidar a unidade entre os Estados Unidos e a União Europeia.
O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse a jornalistas que Biden tentará “reforçar a incrível unidade que construímos com nossos aliados e parceiros”.
China também na agenda
Sullivan mostrou-se contrário a qualquer expectativa que implique um fim rápido da guerra ou um recuo da Rússia. Se o conflito se prolongar, a capacidade da Rússia de resistir a perdas militares e sanções econômicas dependerá em parte da posição de sua parceira, a China, acreditam os EUA.
Pequim não condenou oficialmente a guerra e não se uniu às sanções ocidentais, afirmando nas últimas semanas que defende “a soberania” das nações, mas que a situação ucraniana é “complexa”.
O presidente chinês, Xi Jinping e o americano Joe Biden conversaram na última semana sobre o tema. A China negou ter enviado armas à Rússia, o que a inteligência americana confirma até o momento.
Biden “certamente consultará sobre um possível envolvimento chinês no conflito na Ucrânia enquanto estiver em Bruxelas e também na Otan”, explicou Sullivan.
“Também fará isso quando se dirigir aos 27 líderes da União Europeia, porque em 1º de abril, a União Europeia terá uma cúpula com a China”, explicou.
(Com AFP)
Mundo
Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas
Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”
Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.
A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.
A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.
Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.
Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.
A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.
Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.
No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.
O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.
“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.
“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.
Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.
Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.
Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.
Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
versão original
Mundo
Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano
Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra
Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.
Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.
Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.
Mundo
Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder
País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando
Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.
A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.
Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.
Como funcionam as eleições?
O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.
Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.
Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.
O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.
Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.
O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.
A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.
O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.
Quem é Keir Starmer?
O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.
Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.
Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.
O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.
Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.
Quando saíram os resultados?
Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.
Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.
Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.
Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.
De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.
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