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Biden convoca reunião do G7 sobre Afeganistão: ‘faremos todo o possível’

Milhares de americanos ainda estão no Afeganistão, alguns com dificuldade de chegar ao aeroporto em Cabul. Em meio a críticas, Biden voltou a se pronunciar nesta sexta-feira

 

Kamala Harris, Joe Biden e Tony Blinken: desordem na evacuação dos cidadãos americanos e aliados já afeta popularidade do governo (Anna Moneymaker/Getty Images)

O presidente americano, Joe Biden, fez novo pronunciamento nesta sexta-feira, 20, com atualizações sobre o processo de evacuação dos cidadãos americanos e aliados no Afeganistão.

O presidente falou nesta tarde ao lado da vice-presidente Kamala Harris e do secretário de Estado, Antony Blinken.

No pronunciamento, o segundo em menos de uma semana, Biden disse ter conversado nos últimos dias com a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o premiê britânico, Boris Johnson.

As potências decidiram convocar para a semana que vem uma reunião do G7, grupo das sete democracias mais ricas do mundo.

“Juntos, poderemos coordenar nossa abordagem mútua e unida para o Afeganistão daqui para a frente”, disse Biden.

Segundo o presidente, será discutido o papel da comunidade internacional para fornecer alimentos e refúgio à população do Afeganistão, além de proteção aos direitos das mulheres.

No entanto, ainda está pouco claro quais medidas as potências têm de fato capacidade de tomar diante do controle do Talibã, que tomou a capital do Afeganistão no fim de semana no vácuo da retirada das tropas americanas.

Embora algumas escolas de meninas ainda estejam abertas, há grande risco de que mulheres possam perder direitos como na última vez em que o Talibã governou, de 1996 a 2001.

Na fala de hoje, direcionada sobretudo aos eleitores americanos, Biden tentou também dividir a responsabilidade sobre a retirada com outros países da Otan, aliança militar ocidental.

“Por 20 anos, o Afeganistão tem sido um esforço conjunto dos nossos aliados da Otan”, disse. “Nós entramos juntos, e estamos saindo juntos. E agora estamos trabalhando juntos para trazer nossa população e nossos aliados de volta à segurança.”

Caos na retirada

O processo de evacuação é hoje uma das principais frentes de críticas ao governo Biden dentro dos EUA.

Há milhares de americanos no país que ainda não conseguiram fugir, além dos aliados afegãos que ajudaram as forças americanas durante as duas décadas de ocupação e hoje estão em risco.

“Cada americano que queira vir para casa, nós vamos trazê-los para casa”, disse. “Mas não se enganem: essa missão de evacuação é perigosa. Envolve riscos para nossas forças e tem sido conduzida em circunstâncias difíceis.”

Biden disse que “não posso prometer qual será o resultado” e que também não é garantido que “não haverá perdas”, mas que “mobilizará todos os recursos necessários”.

 Pessoas retiradas do Afeganistão embarcam em avião da Força Aérea da Alemanha em Tashkent, no Uzbequistão

Pessoas retiradas do Afeganistão embarcam em avião da Força Aérea da Alemanha em Tashkent, no Uzbequistão (Marc Tessensohn/Twitter @Bw_Einsatz/Divulgação/Reuters)

O presidente afirmou que foram evacuados desde 14 de agosto mais de 13.000 pessoas. Disse ainda que mais de 2.000 jornalistas dos principais veículos americanos foram evacuados, muitos deles afegãos que ajudaram na cobertura.

Os EUA também estão, segundo Biden, “facilitando” a partida de missões de países aliados e jatos privados.

A demora e os riscos no processo de retirada têm feito Biden e nomes como o secretário Blinken, principal autoridade diplomática do governo, serem alvo de críticas. A popularidade do governo Biden já chega ao menor nível desde que tomou posse, em janeiro.

O aeroporto de Cabul, capital do Afeganistão, foi no começo da semana palco de cenas trágicas com afegãos tentando embarcar em voos estrangeiros. Ao menos duas pessoas caíram de um avião americano que decolava, e restos mortais foram encontrados em turbinas.

O governo americano havia dito ter capacidade de retirar 8.000 pessoas por dia do país, mas só 2.000 tem sido evacuadas diariamente, devido a motivos como demora na burocracia de vistos e a dificuldade dos próprios americanos e aliados em chegar ao aeroporto, devido a barricadas do Talibã pela cidade.

Em Cabul, o aeroporto é a única área ainda controlada pelos EUA, que enviou milhares de homens para garantir a evacuação.

Na fala de hoje, Biden voltou a ameaçar o Talibã e, como no último pronunciamento, disse que ataques ao aeroporto serão respondidos.

Muitos afegãos tentam um status de refugiado nos EUA ou em outros países, mas não estão conseguido deixar o país ou ter a papelada autorizada em tempo.

“Os EUA mantêm o compromisso que fez a essas pessoas”, disse Biden, que tem sido criticado pela demora dos EUA em conceder vistos.

Uma das principais críticas é que milhares de afegãos que foram aliados na ocupação americana, como intérpretes, estão há anos esperando um visto especial. Caso já tivessem os papeis, poderiam ter fugido do país antes da queda do governo. Com o caos em Cabul, essa demora dos anos anteriores agora cobra seu preço.

Para além da dificuldade com os vistos, agências de notícias em solo no Afeganistão já apontam que pessoas tentando chegar ao aeroporto estão sendo atacadas pelo Talibã ou impedidas de prosseguir.

Na reunião do G7, uma das principais dúvidas será sobre como as potências ocidentais lidarão com o novo governo do Talibã.

Antes da invasão americana, em 2001, o governo talibã era tido como pária internacional e isolado; agora, analistas apontam que é possível que o Ocidente tente algum tipo de negociação que force o Talibã a resguardar direitos humanos. A estratégia a ser adotada pelos países da Otan ainda é uma incógnita.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

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Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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