Brasil
Atrasou ou cancelou o voo? Conheça os direitos dos passageiros
Dependendo da situação, companhias aéreas têm de fornecer assistência material e cancelamento grátis da passagem
Em meio às discussões do passaporte da vacina e às previsões de retomada do turismo neste fim de ano, os atrasos e cancelamentos de voos colocam em riscos os planos dos viajantes. De acordo com estudo da AirHelp, empresa especializada em direitos de passageiros aéreos, aproximadamente 938 mil clientes foram afetados por mudanças na programação entre julho e setembro deste ano – com 1 ocorrência a cada 12 passageiros transportados. Mas o que fazer nestes casos?
Saiba os direitos dos passageiros
Todos os deveres das companhias aéreas estão definidos por lei. Ou seja: os passageiros deverão receber informações da previsão de partida dos voos a cada 30 minutos – e quaisquer ocorrências deverão ser comunicadas imediatamente. Também é direito dos passageiros receber assistências materiais (que variam de acordo com o tempo de espera) sem custo adicional.
Nos atrasos a partir de 1h, devem ser fornecidos meios de comunicação, como telefone e internet; quando o tempo de atraso for superior a 2h, as empresas aéreas também são obrigadas a fornecer alimentação – com voucher, refeição ou lanche, por exemplo –; se esse período passar de 4h, será incluída hospedagem, nos casos de pernoite, além do transporte de ida e volta.
Mas existem questões a serem levadas em consideração, já que os passageiros que sofrerem com atrasos superiores a 4h, terão direito ao reembolso integral (caso desejem). Também está prevista hospedagem a Passageiros com Necessidade de Assistência Especial (PNAE) e seus acompanhantes, independentemente da exigência de pernoite no aeroporto sem nenhum custo.
Nos voos internacionais, a assistência material não é devida quando as ocorrências forem resultado de fechamento de fronteiras ou aeroportos por determinação das autoridades. Em qualquer outro caso, independentemente do motivo do atraso ou cancelamento, todas as assistências deverão ser oferecidas – tanto para os passageiros no terminal como àqueles já embarcados.
Cancelamento grátis da viagem
Todos os passageiros têm direito ao cancelamento da passagem aérea, desde que a solicitação seja realizada em até 24h após o recebimento do comprovante de compra e que tenha prazo mínimo de 7 dias em relação à data do voo. Essa regra é válida para as aquisições em lojas físicas ou digitais. E, até o fim deste ano, devido à pandemia, o prazo de reembolso é de até 12 meses.
Nos casos das mudanças feitas após o prazo de 24h – ou superior ao prazo mínimo de uma semana –, os passageiros ainda poderão solicitar a remarcação da passagem aérea ou reembolso da compra, mas estarão sujeitos a multas contratuais e À diferença de tarifas. Vale ressaltar que as multas não poderão ser superiores ao valor do serviço de transporte (que excluí tarifas e taxas).
“Meu voo foi alterado. E agora?”
Todas as mudanças feitas pela companhia aérea, como horário ou itinerário – no caso dos voos que seriam diretos e passaram a ter escala ou conexão –, devem ser notificadas aos passageiros com até 72h de antecedência para voos domésticos e 24h para voos internacionais, contados a partir da data do voo original. Nas mudanças de até 30 min para voos domésticos e 1h para voo internacionais, as companhias devem avisar com 24h de antecedência para isentar qualquer obrigação.
Caso não sejam cumpridos os limites de horário para notificações dos passageiros, as empresas têm de oferecer as alternativas de reembolso integral da passagem ou reacomodação em outro voo (que pode ser da própria companhia aérea ou não). No caso dos voos internacionais, a reacomodação em voos de empresas terceiras só acontece caso haja indisponibilidade da própria frota.
Como reclamar os direitos
É dever das companhias aéreas reembolsar os passageiros caso haja dano material – como perda de diárias, passeios e conexões –, além de reparação junto ao judiciário caso haja dano moral por conta de atraso, o que inclui perder reuniões de trabalho e casamento, por exemplo. É importante guardar todos os comprovantes de eventuais gastos caso seja acionado o Procon ou a justiça.
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
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