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Atividade física e lazer protegem o cérebro de danos do Alzheimer

As atividades contribuem para a construção de reservas estruturais e funcionais do cérebro, que protegem o órgão de lesões que causam prejuízos cognitivos

Alzheimer: os estímulos podem ajudar a preservar funções cognitivas e retardar manifestações clínicas de demência (ALFRED PASIEKA/SCIENCE PHOTO LIBRARY/Getty Images)

O estímulo a atividades físicas, sociais e de lazer em idosos e pacientes com doença de Alzheimer pode ajudar a preservar funções cognitivas e retardar manifestações clínicas de demência, como a perda da memória. É o que indicam estudos recentes. Isso porque esses estímulos podem contribuir para construção de reservas estruturais e funcionais do cérebro, protegendo o órgão de lesões que causam prejuízos cognitivos.

Um novo estudo, feito na Universidade de São Paulo (USP) e na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com apoio da FAPESP, comprovou a hipótese.

Os pesquisadores constataram que a estimulação cognitiva e física de camundongos transgênicos envelhecidos – em situação que simula o início tardio do surgimento da doença de Alzheimer – protegeu o cérebro da deposição de placas senis e causou uma melhora na memória espacial dos animais. Os resultados do trabalho foram publicados na revista Frontiers in Aging Neuroscience.

“Observamos que a estimulação foi suficiente para interromper a formação de placas senis e promover uma ligeira melhoria na memória espacial dos animais”, disse Tânia Araújo Viel, professora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP e coordenadora do projeto, à Agência FAPESP.

Ela conta que surgiram diversas evidências nos últimos anos de que a doença de Alzheimer é mais pronunciada em pessoas que tiveram menos estímulos cognitivos, sociais e físicos durante suas vidas. Esses estímulos promoveriam mudanças morfológicas e funcionais no cérebro, que levariam à amplificação de funções cognitivas.

A fim de avaliar essa hipótese, os pesquisadores analisaram os efeitos da estimulação cognitiva e física na memória espacial e na formação de placa senil em camundongos transgênicos em fase tardia de vida – com mais de oito meses de idade – com elevada expressão de uma forma mutante da proteína precursora do peptídeo beta-amiloide em humanos.

A produção excessiva desse peptídeo causa o aumento de placas senis no cérebro, que é uma das principais características patológicas da doença de Alzheimer. “Estima-se que o aumento da carga do peptídeo beta-amiloide no cérebro precede o início da doença em, aproximadamente, 20 anos”, disse Viel.

Os pesquisadores colocaram camundongos transgênicos e outro grupo de camundongos do tipo selvagem – que não superexpressavam a proteína precursora do peptídeo beta-amiloide – em gaiolas com diferentes tipos de estímulos físicos e cognitivos.

Esses ambientes eram compostos por escadas, rodas de exercícios, bolas e objetos com diferentes tamanhos, cores e texturas, que eram trocados a cada dois dias. Já outros dois grupos de camundongos transgênicos e selvagens foram colocados em gaiolas sem receber nenhum desses estímulos.

Os animais foram mantidos nesses ambientes entre os oito e os 12 meses de idade, quando começam a apresentar as placas senis características da doença de Alzheimer. Após o período de quatro meses, eles foram submetidos à avaliação de atividade motora, por meio de sensores, e de memória espacial, por meio de um teste chamado labirinto de Barnes. Nesse teste é avaliado o tempo que o animal leva para localizar a saída de uma arena com 30 furos igualmente espaçados em torno da borda – sendo que apenas um leva à caixa de fuga – após um período de aprendizagem para descobri-la.

Os resultados dos testes mostram que os camundongos transgênicos expostos ao ambiente enriquecido apresentaram uma redução de 24,5% no tempo para entrar na caixa de escape uma semana após o período de aprendizagem em comparação com os camundongos transgênicos que não receberam estímulos. “Isso sugere que eles tiveram uma ligeira melhora na memória espacial”, disse Viel.

Ao analisar amostras do tecido cerebral de animais de cada grupo, os pesquisadores também constataram que camundongos transgênicos expostos ao ambiente enriquecido apresentaram uma redução de 69,2% na densidade total de placas senis em comparação com os que não receberam estímulos.

Além disso, apresentaram um pequeno aumento na densidade de uma proteína do tipo sequestradora que se localiza em micróglias, que são células imunes do sistema nervoso central. Essa proteína sequestradora ajuda na degradação do peptídeo beta-amiloide.

A redução da concentração de placas senis no cérebro dos animais foi maior na parte dorsal do hipocampo, que está relacionada à formação da memória espacial, observaram os pesquisadores.

“A estimulação dos camundongos envelhecidos pelo ambiente enriquecido durante quatro meses levou à formação de uma reserva cognitiva que protegeu o cérebro dos animais da deposição de placas senis. E isso promoveu melhoria na memória espacial”, disse Viel.

Cães e humanos

Na avaliação dos pesquisadores, o estudo corrobora que a estimulação cognitiva, social e física pode ser complementar às atuais abordagens farmacológicas no tratamento da doença de Alzheimer.

Esses estímulos podem alterar o metabolismo cerebral, reduzir a neuroinflamação e a reatividade dos astrócitos – as células mais abundantes do sistema nervoso central – e proteger o órgão do acúmulo de peptídeos amiloides e da formação de placas senis. Apesar de não serem imediatos, os benefícios dessas mudanças podem ser observados a longo prazo, ressalvam os autores do estudo.

“O estudo comprova que mudanças positivas no estilo de vida podem promover a neuroplasticidade do cérebro e contribuir para construção de uma reserva cognitiva durante o envelhecimento, por exemplo”, disse Viel.

Viel faz atualmente um estágio de pesquisa no Buck Institute for Research on Aging na Califórnia, nos Estados Unidos, com bolsa da FAPESP.

Durante o estágio, ela tem estudado a ação do lítio em microdose em astrócitos humanos derivados de células-tronco pluripotentes induzidas (iPSCs, do inglês induced pluripotent stem cells) – uma tecnologia em ascensão, com potencial para promover a denominada “medicina individualizada”, de modo a aprimorar os efeitos terapêuticos e reduzir efeitos colaterais.

“A alteração do estilo de vida também inclui a utilização de nutracêuticos [alimentos que, além de nutrir, podem ter outros efeitos benéficos à saúde] para a construção da reserva cognitiva, que é um efeito semelhante ao observado com o enriquecimento ambiental”, disse.

Os pesquisadores também têm conduzido estudos comparativos com amostras de sangue de cães jovens e velhos para avaliar se há diferenças em biomarcadores cerebrais, também detectados no sangue nesses animais.

O próximo experimento que pretendem fazer será para avaliar se o ambiente enriquecido também altera os marcadores sanguíneos relacionados à memória desses animais e de seres humanos. Com isso, pretendem verificar se as diferenças nos biomarcadores cerebrais e sanguíneos que observaram em camundongos também são encontradas em cães e humanos.

“Já temos algumas evidências de que sim, mas estamos fazendo, agora, uma espécie de varredura de vários marcadores biológicos para comprová-las” disse Viel.

A escolha do cão doméstico como modelo para esse tipo de estudo se deve ao fato de que o animal tende a ter um estilo de vida muito parecido com o do dono. Se o dono for fisicamente ativo, o animal também tende a ser mais ativo, indicam estudos recentes.

“Queremos avaliar se há uma diferença de biomarcadores cognitivos desses animais com outros que ficam mais presos em casas ou apartamentos, por exemplo”, afirmou.

O artigo Enriched environment significantly reduced senile plaques in a transgenic mice model of Alzheimer’s disease, improving memory (doi: 10.3389/fnagi.2018.00288), de Janaina Balthazar, Natalia Mendes Schöwe, Gabriela Cabett Cipolli, Hudson Sousa Buck e Tania Araujo Viel, pode ser lido na revista Frontiers in Aging Neuroscience em www.frontiersin.org/articles/10.3389/fnagi.2018.00288/full. Fonte Exame

 

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Brasil

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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