Brasil
Aposentadoria por idade rural: como solicitar e documentos necessários
Para muitos trabalhadores do campo, a aposentadoria rural não é apenas um direito, mas um reconhecimento de anos de trabalho árduo e dedicação à terra. Esse benefício previdenciário oferece uma segurança financeira e melhoria na qualidade de vida em uma fase em que muitos buscam descanso.
É fundamental, portanto, compreender os procedimentos e requisitos para solicitar a aposentadoria. Abaixo, trazemos um guia completo sobre a aposentadoria rural.
O que é aposentadoria rural?
A aposentadoria rural é um benefício previdenciário cuidadosamente desenhado para contemplar aqueles que dedicam sua vida profissional às atividades desenvolvidas no campo ou na pescaria. Em sua essência, este benefício foi estruturado para atender às especificidades dos trabalhadores rurais, reconhecendo os desafios e singularidades do labor diário em ambientes rurais.o setor.
Esse benefício abrange um espectro variado de profissionais, é destinada não apenas aos agricultores familiares e pescadores artesanais, mas também engloba os direitos das comunidades indígenas que, historicamente, mantêm um vínculo estreito e direto com a terra e suas atividades sustentáveis.
O que torna a aposentadoria rural particularmente única é a sua flexibilidade em relação às contribuições previdenciárias. Os trabalhadores rurais podem ser dispensados de contribuições regulares ao INSS, em reconhecimento quanto a informalidade e as particularidades econômicas comuns nesse setor.
Quais trabalhadores têm direito a aposentadoria rural?
A aposentadoria rural é voltada para trabalhadores que dedicaram uma parcela significativa de suas vidas às atividades agrícolas e rurais. Para ser elegível a esse tipo de aposentadoria, é fundamental comprovar tanto a realização dessas tarefas quando atingir a idade aposentadoria rural.
Entre os indivíduos que podem solicitar a aposentação rural estão os filhos de agricultores, pescadores artesanais e indígenas que comprovem ter trabalhado no setor por, no mínimo, 180 meses, equivalendo a 15 anos.
Se você deseja se aprofundar no entendimento sobre os direitos e benefícios no Brasil, especialmente relacionados a questões previdenciárias e cidadania, consulte também este guia.
Passo a passo para solicitar aposentadoria rural pelo Meu INSS
Com a digitalização de muitos serviços, o processo para solicitar a aposentadoria por idade rural também se modernizou. Agora, é possível fazer o pedido pela plataforma online Meu INSS, seja através do site ou do aplicativo:
- Acesse o site do Meu INSS ou baixe o aplicativo.
- Faça login utilizando seu login do GOV BR, com CPF e senha. Se ainda não for cadastrado, crie uma conta.
- No menu, selecione “Novo pedido”.
- No campo de busca, digite “aposentadoria rural” e selecione a opção correspondente.
- Preencha as informações solicitadas e anexe os documentos necessários.
- Revise todos os dados inseridos para evitar erros.
- Finalize o pedido e monitore seu andamento por meio do aplicativo ou ligando para o número 135. Documentação necessária para solicitar aposentadoria
Além da lista de documentos pessoais básicos, é preciso apresentar comprovantes da atividade rural. É importante ter em mãos a Carteira de Trabalho Digital e saber o número do PIS.
A autodeclaração disponível no aplicativo Meu INSS será posteriormente validada pelo órgão por meio de bases de dados governamentais.
Como comprovar trabalho rural no INSS
A comprovação da atividade rural é uma etapa fundamental para aqueles que buscam solicitar a aposentadoria rural pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O processo varia conforme o perfil do trabalhador, sendo o segurado especial e outros trabalhadores rurais as categorias mais comuns. A seguir, detalharemos os passos e os documentos necessários para cada perfil.
Segurado Especial
O segurado especial tem uma facilidade nesse processo. Esse perfil de trabalhador pode preencher a autodeclaração rural diretamente pelo portal Meu INSS. Uma vez feita essa declaração, o INSS se encarrega de verificar as informações fornecidas. Para isso, o órgão utiliza bancos de dados confiáveis, como o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP) e o Cadastro de Imóveis Rurais (CAFIR).
Outros trabalhadores rurais
Para os demais trabalhadores rurais, a comprovação exige uma etapa adicional. Além da autodeclaração realizada no Meu INSS, é necessário apresentar documentos que comprovem a atividade rural exercida ao longo dos anos.
A prova pode ser feita por meio de notas fiscais ou até mesmo blocos de notas do produtor rural. É essencial que esses documentos sejam guardados e apresentados em bom estado para garantir a aprovação do benefício.
Qual o valor da aposentadoria por idade rural em 2023?
A aposentadoria rural representa uma forma de garantir uma melhor qualidade de vida aos trabalhadores que se dedicaram ao campo por anos a fio. Em 2023, o valor desse benefício foi estabelecido em consonância com o salário-mínimo do Brasil, perfazendo um total de R$ 1.147,00.
Este montante tem como base os cálculos previdenciários, atualizados anualmente, conforme os índices oficiais. O alinhamento com o salário-mínimo visa assegurar que esses trabalhadores recebam um valor mínimo de sustentação, considerando os desafios e especificidades da atividade rural.
Além da aposentadoria rural, é essencial que os trabalhadores estejam cientes de outros direitos e benefícios relacionados ao trabalho. Por exemplo, para aqueles que desejam obter mais informações sobre situações de desligamento e os montantes a que podem ter direito, recomenda-se a leitura do guia sobre seguro desemprego em 2023.
Como consultar o pedido de aposentadoria rural pela internet?
A aposentadoria rural é um benefício essencial para muitos trabalhadores que dedicam suas vidas ao campo. A consulta online facilita o processo de acompanhar a situação da solicitação sem precisar sair de casa.
Aqui está um guia simples para verificar o andamento do seu pedido de aposentadoria rural:
- Acesse o portal Meu INSS: Primeiro, vá até o site oficial do INSS. Se você ainda não tem uma conta gov.BR, será necessário criar uma, fornecendo alguns detalhes básicos e definindo uma senha.
- Faça login: Insira suas credenciais, como CPF e senha, para acessar sua conta.
- Selecione a opção “Consultar pedidos”: esta opção geralmente está no painel principal ou no menu lateral, dependendo da interface atualizada do site.
- Confira a lista dos seus requerimentos: aqui, você verá uma lista de todas as suas solicitações feitas junto ao INSS.
- Digite o número do protocolo: Se você tem várias solicitações, o número do protocolo ajudará a filtrar e encontrar especificamente o seu pedido de aposentadoria rural. Ao inserir esse número, você poderá ver todos os detalhes relacionados ao seu pedido.
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
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