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Brasília

A doença que atinge 1 milhão de brasileiros e que quase ninguém conhece

Entenda a Urticária Crônica Espontânea (UCE), problema que é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens.

Você já ouviu falar da urticária crônica espontânea (UCE)? Provavelmente não, já que 91% dos brasileiros a desconhece, segundo uma recente pesquisa da Ipsos, que entrevistou 1.200 pessoas em 72 municípios. Por conta disso, grande parte das pessoas com UCE sofre durante anos sem entender o que está se passando. Estima-se que a doença atinge 1 milhão de brasileiros e ela é duas vezes mais comuns em homens do que em mulheres.

Como os outros tipos de urticária, essa é uma doença dermatológica, que causa coceira na pele. Ela também ocasiona lesões vermelhas e pode se manifestar em qualquer região da pele. Um detalhe curioso é que as lesões “movem-se” de lugar – começam num pedaço de pele, desaparecem e surgem noutro. Outro sintoma é o inchaço na boca e nos olhos.

A UCE é uma doença autoimune e os cientistas ainda não conseguiram descobrir o que de fato a desencadeia. Existe, porém, alguns agentes que ajudam a fazer com que a doença se manifeste – como bebidas alcoólicas, corantes e conservantes alimentares e certos tipos de medicamento.

Por ocasionar manchas bem pronunciadas, o aspecto da pele de quem UCE pode assustar e muita gente acredita que a doença é contagiosa, mas isso não é verdade. Apesar de não ser perigosa, a UCE causa um enorme incômodo – tanto pela coceira quanto pelo aspecto estético – e afeta a auto-estima das pessoas. Mas ela tem cura e é tratada com o uso de anti-histamínicos.

 

Para entender melhor a urticária crônica espontânea, a gente conversou com o médico Paulo Ricardo Criado, que é dermatologista, professor em Dermatologia pela FMUSP e pesquisador pela Faculdade de Medicina do ABC.

MdeMulher – Por que essa doença afeta mais mulheres do que homens?

Paulo Ricardo Criado – Realmente há uma maior ocorrência da urticária no gênero feminino, em relação ao masculino. Não há dados científicos específicos em relação à urticária, porém as doenças auto-imunes geralmente são mais comuns no gênero feminino. Sendo assim, a urticária crônica espontânea, que na maioria dos doentes é em essência auto-imune ou auto-reativa, provavelmente acomete mais o gênero feminino devido a esta relação com a maior frequência de auto-imunidade entre as mulheres. O mesmo ocorre com o hipotireoidismo, por exemplo.

Alguns hábitos podem desencadear ou prevenir a doença?

PRC – Alguns fatores podem atuar como desencadeantes ou agravantes da urticária. Em crianças as infecções virais ou bacterianas podem estar envolvidas no desencadeamento da urticária aguda ou agravo de uma urticária crônica já existentes. Corantes alimentares, conservantes de alimentos enlatados ou embutidos, medicamentos anti-inflamatórios não-hormonais podem agravar o curso da urticária crônica se utilizados com muita frequência. Além disso, o estresse emocional intenso pode também agravar a doença.

O que diferencia a UCE de uma urticária comum?

PRC – A urticária comum na verdade não existe. Ou ela é classificada em termos de evolução na duração da sua existência em aguda (menos que 6 semanas de instalação) ou crônica (mais que 6 semanas de instalação). Em relação ao estímulo elas são classificadas como induzidas, ou seja são causadas por um estímulo externo, como frio, calor, pressão sobre a pele, atrito na pele, exposição ao sol, vibração. Na ausência de um fator desencadeante das lesões, ela então é denominada de espontânea. Assim a UCE é a forma de urticária que teve sua instalação há mais de 6 semanas e sem fator de desencadeamento identificado (espontânea).

Qual é a faixa etária mais acometida pela doença?

PRC – Qualquer faixa etária pode ser acometida. No entanto a maioria dos casos ocorrem entre a terceira e quinta décadas de vida.

Por que é difícil de diagnosticar?

PRC – Exige conhecimento das lesões de pele e as urticas que compõem a urticária podem ser visualmente semelhantes a outras doenças dermatológicas ou alérgicas, de forma que em alguns casos há necessidade da avaliação de um médico especialista, em geral, dermatologista ou alergista para um diagnóstico correto.

O que desencadeia a doença e o que caracteriza ela como autoimune?

PRC -A doença na forma espontânea não tem fator desencadeante identificável pelo exame clínico, nem por exames laboratoriais disponíveis na prática médica normal. O que existem, como já descrito acima, são fatores agravantes, como bebidas alcoólicas, corantes e conservantes alimentares e medicações anti-inflamatórias não-hormonais, tais como o ácido acetil salicílico (AAS) e similares.

Além do uso de anti-histamínico, há outras formas de tratamento ou medidas que auxiliam o bom resultado do tratamento?

PRC – Os anti-histamínicos são as medicações de uso inicial no tratamento da urticária. Alguns doentes obtém melhora com alguns, enquanto outros pacientes, se adaptam melhor a outros. Assim, na prática a resposta é individual e o médico em conjunto com o paciente irão encontrar a medicação mais adequada àquela pessoa. Atualmente, de forma inovadora, temos aprovada pela ANVISA, a primeira molécula não classificada como anti-histamínica para o tratamento da UCE, a qual é um medicamento biológico (um anticorpo, portanto uma proteína, desenvolvida por recursos farmacológicos complexos pela indústria farmacêutica), que é denominada omalizumabe, de uso com aplicação subcutânea (na gordura abaixo da pele), a cada 4 semanas.

A doença pode ser curada ou apenas tratada? Caso possa ser curada, quanto tempo dura o tratamento, em média? 

PRC – A doença em cerca de  50% dos doentes tem curso de até 1 ano e em cerca de 20 a 30% dos doentes ela dura entre 3 a 5 anos e em alguns poucos doentes pode durar até 20 anos. Assim, se adequadamente tratada ela pode ser curada, tanto com o uso contínuo dos anti-histamínicos e nos casos onde eles não são efetivos, muitos se curam com o omalizumabe.

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Brasil

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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