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Guaidó irá em caravana à fronteira com a Colômbia por ajuda humanitária

A oposição monta estrutura que, além de ofertar ajuda humanitária, receberá autoridades e fará um grande show com artistas como Alejandro Sanz

(Manaure Quintero/Reuters)

O líder opositor Juan Guaidó, autoproclamado chefe de Estado interino da Venezuela, partirá em caravana nesta quinta-feira (21) rumo à fronteira com a Colômbia para chefiar a entrada da ajuda humanitária enviada pelos Estados Unidos, o que foi considerado pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, um “show barato”.

Guaidó, reconhecido por cerca de 50 países como presidente interino venezuelano, viajará em seu carro com deputados opositores, seguindo uma caravana de ônibus, com partida prevista para as 06h de quinta-feira (07h, horário de Brasília), de um setor do leste de Caracas, de acordo com sua assessoria de imprensa.

“É um show barato. Donald Trump não sabe onde fica a Venezuela (…) Inventaram uma suposta ajuda humanitária de uma comida podre, cancerígena e querem introduzi-la à força”, disse Maduro, assegurando que o presidente americano planeja uma invasão militar ao país.

Guaidó anunciou mais cedo que brigadas de voluntários – que espera que cheguem a um milhão – vão buscar a ajuda em vários pontos nos estados de Táchira (oeste) e Bolívar (sul), fronteiriços com Cúcuta (Colômbia) e Roraima (Brasil), onde há centros de distribuição, e a Puerto Cabello e La Guaira – os dois principais portos do país.

Em Cúcuta fica o principal centro de distribuição de remédios e alimentos enviados pelos Estados Unidos e a localidade será, na sexta-feira, palco de um megaconcerto em uma extremidade da ponte binacional Tienditas, organizado pelo bilionário Richard Branson para arrecadar 100 milhões de dólares.

Em contrapartida, o governo de Maduro anunciou shows para a sexta, o sábado e o domingo na outra extremidade da mesma ponte, que liga Cúcuta a Ureña, no departamento de Táchira.

“Por mar e por terra… Devemos abrir o canal humanitário seja como for”, reiterou Guaidó, que marcou para a entrada da ajuda o dia em que completa um mês de sua autoproclamação como presidente encarregado, depois de o Congresso declarar Maduro um “usurpador”.

Mas o governo de Maduro ordenou que os militares bloqueiem a ponte com contêineres de caminhões, suspendeu as partidas em todos os portos do país e determinou, ainda, o cessar do tráfego aéreo privado e de voos comerciais – além do marítimo – com Aruba, Bonaire e Curaçao, ilha onde também se armazena ajuda.

Guaidó, que também é chefe do Legislativo, convocou manifestações no sábado para acompanhar várias caravanas que vão buscar a ajuda e uma mobilização às guarnições militares.

O presidente socialista também convocou seus seguidores para participar de manifestações no mesmo dia em todo o país.

“Povo às ruas, ruas e mais ruas”, conclamou.

Em reação ao que considera uma ameaça, o governo de Maduro convocou os 46 países que o apoiam na ONU, como China, Rússia, Irã, Coreia do Norte, Cuba e Nicarágua, a pedirem juntos ao secretário-geral da organização, António Guterres, que “freie todos os chamados a uma solução militar” para pôr um fim à crise na Venezuela.

“Hands off” e “Aid Live”

Na véspera do dia ‘D’ será realizado em Cúcuta, em um extremo da ponte Tienditas, o show “Venezuela Aid Live”, ao qual irão os presidentes colombiano, Iván Duque; chileno, Sebastián Piñera, e paraguaio, Mario Abdo.

Fernán Ocampo, porta-voz da organização do evento, disse que é aguardado um público de 250.000 pessoas, mas a capacidade instalada pode receber 500.000.

Uns 30 voos privados chegam nestes dias a Cúcuta trazendo os artistas, enquanto 1.500 policiais e um dispositivo militar serão deslocados para o evento.

Vão se apresentar artistas do porte dos espanhóis Alejandro Sanz e Miguel Bosé, o dominicano Juan Luis Guerra, os colombianos Juan Vives Guerra, os colombianos Carlos Vives e Juanes, os mexicanos Maná e Paulina Rubio, o porto-riquenho Luis Fonsi e os venezuelanos José Luis Rodríguez (conhecido como ‘El Puma’), Nacho e Ricardo Montaner.

Ainda não foram anunciados os participantes do concerto chavista, denominado “Hands Off Venezuela” (Tirem as mãos da Venezuela), o qual, segundo o ministério das Comunicações, denunciará a agressão contra o país.

“O que fizerem do outro lado da fronteira é problema deles (…) Nós defenderemos nosso território”, disse nesta quarta à imprensa o líder chavista Darío Vivas na entrada da ponte.

Fronteira porosa

A grande incógnita é como vão passar a carga se Maduro, apoiado pela Força Armada, rejeitou a ajuda por considerá-la uma “esmola” e uma porta de entrada à invasão militar americana.

“Senhores da Força Armada, têm três dias para se colocar ao lado da Constituição. Esta ajuda é para salvar vidas”, assegurou Guaidó.

Mas embora os militares bloqueiem algumas áreas, a fronteira de 2.200 km entre a Venezuela e a Colômbia é muito porosa. Alguns setores são controlados por máfias de contrabando de gasolina e narcotráfico que operam em passagens clandestinas.

Angustiados pela escassez e pela hiperinflação voraz, todos os dias centenas de venezuelanos passam pela ponte Simón Bolívar, principal passagem de pedestres, que liga Cúcuta e San Antonio Táchira, e pelas cerca de 30 passagens ilegais que, segundo a Polícia colombiana, existem na região.

“Não descartamos absolutamente nada”, disse Guaidó, perguntado se a ajuda pode passar por estes caminhos.

Tentando contrabalançar a ofensiva do opositor, o governo de Maduro fará jornadas de assistência médica gratuitas na fronteira e a distribuição de 20 mil caixas de alimentos a moradores de Cúcuta.

“O governo não tem como ganhar este jogo, está tentando minimizar os danos”, avaliou o analista Luis Vicente León.

Fonte Exame

 

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Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

Por

Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

versão original

 

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

Por

País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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