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Você torce pelo governo Bolsonaro?

Espero que o mal anunciado a indígenas não siga adiante, e que a reforma da previdência tenha sucesso. Afinal, torço contra ou a favor do governo Bolsonaro?

Jair Bolsonaro: quem acredita na existência de um imperativo moral em se torcer pelo governo torceu igualmente pelos governos Dilma, Temer e Bolsonaro? Provavelmente não. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Torcer é um ato da vontade, um resquício de superstição inevitável em todos nós. É um desejo de que algo dê certo sem que tenhamos nenhum meio de influenciar o resultado (ou depois desses meios já terem sido esgotados). Por alguns momentos, acreditamos numa conexão direta entre o bom desejo que existe dentro de nossa mente e o evento lá no mundo exterior.

As mil variantes do esoterismo e da magia insistem que essa conexão existe, mas até hoje nossa investigação racional não descobriu nenhum caso em que nossa boa vontade em estado puro altere o mundo à nossa volta. Nem o jogo de futebol, nem o desempenho do governo. Ainda presos à superstição, ficamos irritados com quem não participa da nossa torcida, ou torce em direção contrária. É como se ele estivesse atrapalhando aquilo que queremos.

Dito isso, esse lado supersticioso de nossa mente é inseparável de quem somos. Torcemos para passar na prova já feita, no processo seletivo já concluído; torcemos para que faça sol no feriado, para que não chova na festa. E torcemos pelo sucesso de tudo aquilo que é próximo de nosso coração: uma pessoa, um time, um governo.

Torcer por um governo é torcer para que ele tenha sucesso. Mas o que é o sucesso de um governo? Alguns dirão que é o sucesso do país. Mas as duas coisas nem sempre andam juntas. O primeiro governo Dilma, por exemplo, foi bem sucedido: gozava de popularidade e conseguiu se reeleger. Ao mesmo tempo, lançou o país em uma grave crise econômica que perdura de 2014 até hoje. Ou seja, o governo foi um sucesso, mas, com ele, o país fracassou.

Há que se considerar também que há muitas ideias diferentes sobre o que seria o sucesso do país. O atual governo Bolsonaro, por exemplo, parece considerar que o avanço irrestrito do agronegócio sobre comunidades indígenas e o meio-ambiente é algo bom e tem agido de maneiras consistentes com esse ideal (submetendo a FUNAI ao Ministério da Agricultura, colocando um ministro do meio-ambiente alinhado à agenda ruralista). Ele também tem apostado na reforma da previdência, peça chave para ajustar as contas públicas, e está focando esforços nela, mirando um Estado cujo orçamento caiba no bolso do contribuinte.

Quem partilha desses pontos de vista, torce para que essas medidas tenha sucesso; isto é, atinjam o objetivo almejado. Para quem discorda desses ideais, a opção é torcer pelo fracasso delas. No meu caso, espero que o mal anunciado para comunidades indígenas não siga adiante, e que a reforma da previdência tenha sucesso. Afinal, torço contra ou a favor do governo Bolsonaro?

Como brasileiro, torço pelo Brasil. Sendo assim, qualquer torcida pelo novo governo é condicional: na medida em que agir de jeitos que promovam o bem do país, tem a nossa torcida a favor. Na medida em que agir de maneiras desastradas ou com a intenção ruim, merece torcida contra. Na medida em que acreditamos que o governo, como um todo, no saldo geral, visa mais coisas boas do que ruins, torcemos por ele. Caso contrário, torcemos contra.

Afinal, existe algum tipo de imperativo moral em se torcer pelo governo? Quem acredita nisso, torceu igualmente pelo governo Dilma, pelo governo Temer e pelo governo Bolsonaro? Provavelmente não. Nossa torcida por esse ou aquele governo não revela nenhum tipo de amor pelo país, e sim a simpatia que temos por um certo grupo político. Não há virtude nenhuma nisso. Primeiro porque torcer não muda a realidade. Segundo, e mais importante, porque nenhum grupo político se confunde com o Brasil. Fonte: Portal Exame

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OAB-PE inaugura Sala da Advocacia na Justiça do Trabalho de Pesqueira

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O presidente e a vice da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE), Fernando Ribeiro e Ingrid Zanella, inauguraram a Sala da Advocacia Geraldo Rolim Mota Filho, na Justiça do Trabalho de Pesqueira, nesta terça-feira (4). Além de toda estrutura de apoio ao exercício diário da advocacia, a sala também conta com o ‘Cantinho da Amamentação’, espaço exclusivo para atender a advogada em período de lactação de seu bebê.

Na solenidade, o presidente destacou a relevância do espaço. “Começando o dia realizando uma importante entrega para a advocacia de Pesqueira, que é a reinstalação da Sala da OAB, na Justiça do Trabalho no município. O local conta com computadores e uma excelente estrutura para os colegas. Além disso, a reinstalação traz uma grande inovação através da nossa presidente Márcia Almeida, que é o espaço para amamentação dedicado às colegas advogadas, mães lactantes”, comemorou o presidente da OAB-PE.

Estiveram presentes na inauguração, integrantes da diretoria da OAB Pesqueira; o presidente da Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas da OAB-PE, Yuri Herculano; o presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 6ª Região (Amatra 6/PE), Rafael Val Nogueira; e o juiz titular da Vara, José Augusto Segundo. Após o evento, Fernando e Ingrid reuniram-se com advogados locais para ouvir as demandas da classe.

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Taquaritinga do Norte realiza nova edição do Fórum Comunitário Selo Unicef

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A Prefeitura de Taquaritinga do Norte realizou a segunda edição do Fórum Comunitário Selo Unicef nesta segunda-feira (3). O evento, que teve parceria com a Câmara Municipal dos Vereadores, reuniu estudantes da rede municipal, profissionais da educação, saúde e assistência social e demais servidores da administração pública local.

O fórum é realizado pela Secretaria de Ação Social do município juntamente com a comissão intersetorial do Selo Unicef. O objetivo da entidade é estimular a participação da sociedade civil nos processos políticos dos municípios, apresentando e discutindo as atividades realizadas e seus resultados ao longo desta edição.

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PRF intensifica operações nas principais estradas de Pernambuco

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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) inicia, nesta quarta-feira (29), a Operação Corpus Christi 2024. A ação coincide com o fim do Maio Amarelo e visa chamar atenção para a violência no trânsito em todo o País. Ela ocorrerá até o próximo domingo nas principais estradas que cortam Pernambuco, entre elas as BRs 232, 104, 407 e 428, que levam ao Agreste e ao Sertão do estado, e a BR-101, que dá acesso às praias.

O período tende a ser de fluxo mais intenso de veículos em direção ao interior pernambucano e também ao litoral. A PRF pretende reforçar a fiscalização em trechos críticos dessas rodovias, a partir de levantamentos sobre os locais onde são mais registradas as colisões com feridos ou mortes.

Para prevenir mortes por excesso de velocidade, os policiais irão atuar com radares portáteis que captam a velocidade do veículo a cerca de um quilômetro de distância. Com o objetivo de retirar condutores alcoolizados das rodovias, as equipes irão realizar abordagens com o uso de etilômetros, mais conhecidos como bafômetros. As ultrapassagens em local proibido também estarão no foco da fiscalização e as motocicletas terão uma atenção especial da PRF, devido ao aumento na quantidade de sinistros envolvendo esses veículos.

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