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Ibaneis dá prazo de seis meses para melhorias na Saúde do DF

O governador garantiu que vai jogar duro com servidores que não cumprirem de maneira devida o papel no atendimento aos pacientes.

(foto: Ana Rayssa/Esp.CB/D.A Press)

Após assinar decreto que declara estado de emergência na saúde do Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha (MDB) estabeleceu como meta o prazo de seis meses para normalizar o setor na capital. “É o tempo que temos para reorganizar toda Saúde no DF. Recursos não nos faltam, o que falta é um choque de gestão”, afirmou. “Todos os governos passados fizeram esse decreto e não deram conta de dar o passo seguinte, que era sair da emergência e passar para a normalidade”, completou.
Mutirão de atendimentos e cirurgias, mais cobranças na atuação de servidores, novas contratações e expansão do modelo de gestão do Hospital de Base para mais unidades são algumas das ações propostas de Ibaneis para tirar o DF do “caos na Saúde”. “Não assumi para ser um governador omisso e não tenho medo de dados alarmantes. Tenho medo dos preguiçosos”, declarou o governador, ontem, no Hospital de Base, durante a assinatura do decreto de estado de emergência.
Ibaneis garantiu que vai jogar duro com servidores que não cumprirem de maneira devida o papel no atendimento aos pacientes. “A partir do momento em que mandar (paciente) para outro hospital sabendo que não pode ser atendido, vou abrir processo administrativo contra o servidor. Ele tem a responsabilidade de entregar saúde na mão das pessoas ou, no mínimo, as condições. Não vou aceitar desumanidade”, afirmou o governador.
O decreto assinado ontem por Ibaneis para declarar estado de emergência permite que o governo, por exemplo, adquira medicamentos e insumos sem licitação, convoque concursados, contrate servidores e estenda cargas horárias de trabalho. “A partir de agora está autorizada a contratação de horas extras ao profissional da saúde para reorganizar e dar fim a essas filas na área de cirurgia. Também está autorizada a contratação de profissionais aposentados que queiram voltar ao trabalho com gratificação”, acrescentou Ibaneis. Os custos com horas extras, estima o governador, devem ficar na casa dos R$ 10 milhões mensais.

Diagnóstico

A justificativa para o estado de emergência foi dada pela equipe da Secretaria de Saúde, que diagnosticou, por exemplo, problemas com o abastecimento de insumos e medicamentos, com pagamentos de fornecedores, deficit de pessoal e fechamentos de leitos em unidades de terapia intensiva (UTIs). “Corrigir essas questões e a falta desses materiais tão importantes é fundamental para se ter um trabalho de impacto inicial e para colocar o atendimento à disposição da sociedade”, explicou o secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto.
O novo governador reforçou diversas vezes a ideia de que há, sim, dinheiro suficiente para manter um sistema de saúde de qualidade e prometeu combater, com afinco, a corrupção na área. “Eu caminho no Congresso Nacional e todos os deputados reclamam porque o orçamento da saúde do DF é um dos maiores per capita deste país. Não se justifica a péssima qualidade da saúde no Distrito Federal diante de tantos recursos”, concluiu.
Modelo
Durante a campanha, Ibaneis chegou a dizer que extinguiria o Instituto Hospital de Base e criticou especialmente a falta de transparência nas contratações feitas por meio do instituto. “Critiquei o modelo do Instituto Hospital de Base, e o governador (Rodrigo) Rollemberg (PSB) não me explicou como era. Agora, vejo que é um modelo que tem que se espalhar pelo Distrito Federal”, argumentou Ibaneis.
Um dos pilares para a expansão, assegurou o chefe do Palácio do Buriti, será a transparência em todos os atos e contratos das unidades. “O Hospital de Base é uma ilha de excelência, que precisa deixar de ser uma ilha, com transparência nas contas públicas, na contratação e nas compras. Ele vai ser estendido desde o atendimento mais básico até o último”, disse.
Menos filas
O evento no hospital de Base também marcou o lançamento do SOS Saúde, que tem como um das principais eixos a redução das filas de cirurgias. Segundo o secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, ontem, operações emergenciais (nas áreas de cardiologia, de traumas, de urologia e transplantes de medula óssea) começaram a ocorrer com prioridade e mais celeridade.
Para outras cirurgias, a Secretaria de Saúde reorganizará toda a fila de espera, dada a necessidade de atualização de exames e dados de pacientes. “Hoje, há pessoas em que estão em mais de uma fila, algumas que já fizeram cirurgias e outras que estão com exames vencidos. Precisamos organizar tudo isso, para ter um número real da quantidade de esperas”, explicou a secretária adjunta de Atenção Integral à Saúde, Renata Rainha.
Serão realizados mutirões de atendimento para estabelecer uma nova fila, com dados atualizados e precisos. “Hoje cada especialidade controla sua fila, vamos também puxar esse controle para o complexo regulador”, complementou o secretário adjunto de Assistência à Saúde, Sérgio Luiz da Costa. Embora o secretário de Saúde e os membros da equipe evitem falar em números para as cirurgias, o governador Ibaneis adiantou que, apenas na área ortopédica, há quase 18 mil pessoas aguardando por uma operação.

Contestação

O ex-secretário de Saúde Humberto Fonseca contestou dados apresentados pelo parecer técnico que embasou a decisão de decretar situação de emergência. O documento diz, por exemplo, que há redução média de cobertura vacinal nos últimos cinco anos e previsão de deficit orçamentário para 2019 de R$ 2,6 bilhões, com mais de R$ 400 milhões de restos a pagar a fornecedores.
“Entregamos a Secretaria com praticamente todas as despesas contratualizadas, sendo que a recebemos com R$ 600 milhões anuais sem cobertura contratual. Pagamos as dívidas do governo anterior e do nosso”, disse Fonseca. “O que restou são despesas de dezembro já empenhadas no orçamento de 2018 e inscritas em restos a pagar, o que é absolutamente normal”, acrescentou.
Fonseca destaca ainda que a redução das vacinas é um problema nacional. “Em Brasília, como no Brasil, há recursos insuficientes para a saúde pública e excesso de exigências para contratações.”

Esperança por Mudanças

Nos corredores e filas de espera dos hospitais, a população pede e espera por mudanças rápidas na Saúde do DF. Morador de Ceilândia, o aposentado Solimar Ferreira da Silva, 75 anos, teve a perna amputada no fim de 2017. Com a demora para que a área pública disponibilizasse uma prótese, ele juntou economias e pediu ajuda aos filhos para comprar o membro mecânico, ao custo de R$ 17,5 mil. “Graças a Deus, a gente, mesmo sendo pobre, sempre teve a consciência de ir guardando um dinheirinho e eu consegui comprar uma”, conta.

A aposentada Ítala Gomes, 54, estava no Hospital de Base à espera da primeira visita à filha de 24 anos, internada por um surto psiquiátrico. Moradora da Estrutural, ela tentou por meses encontrar atendimento especializado para a filha. “O problema dela é muito sério. Tentamos internação no HPAP (Hospital de Pronto-Atendimento Psiquiátrico), mas não conseguimos.” Há três dias, a história ganhou contornos dramáticos. Em mais um surto, a filha tentou matar Ítala. Os vizinhos chamaram o Corpo de Bombeiros, que encaminhou a jovem à Unidade de Pronto de Atendimento do Núcleo Bandeirante. Só depois disso, a menina foi encaminhada para a internação no Hospital de Base.

A confeiteira Denilse de Souza Teles, 36, mora em São Desidério (BA), a cerca de 460km de Brasília. Há seis anos, recebeu encaminhamento dos médicos para trazer a mãe, de 76 anos, para tratar leucemia na capital do país. Denilse elogia o atendimento que a mãe recebe nos hospitais do DF, mas pede mais atenção ao cuidado com os acompanhantes. “Muitas vezes, passamos de seis ou sete dias aqui e não tem uma poltrona para ficar. Temos de dormir todos esses dias sentados em uma cadeira”, reclama Denilse. Fonte: Correio Braziliense
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OAB-PE inaugura Sala da Advocacia na Justiça do Trabalho de Pesqueira

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O presidente e a vice da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE), Fernando Ribeiro e Ingrid Zanella, inauguraram a Sala da Advocacia Geraldo Rolim Mota Filho, na Justiça do Trabalho de Pesqueira, nesta terça-feira (4). Além de toda estrutura de apoio ao exercício diário da advocacia, a sala também conta com o ‘Cantinho da Amamentação’, espaço exclusivo para atender a advogada em período de lactação de seu bebê.

Na solenidade, o presidente destacou a relevância do espaço. “Começando o dia realizando uma importante entrega para a advocacia de Pesqueira, que é a reinstalação da Sala da OAB, na Justiça do Trabalho no município. O local conta com computadores e uma excelente estrutura para os colegas. Além disso, a reinstalação traz uma grande inovação através da nossa presidente Márcia Almeida, que é o espaço para amamentação dedicado às colegas advogadas, mães lactantes”, comemorou o presidente da OAB-PE.

Estiveram presentes na inauguração, integrantes da diretoria da OAB Pesqueira; o presidente da Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas da OAB-PE, Yuri Herculano; o presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 6ª Região (Amatra 6/PE), Rafael Val Nogueira; e o juiz titular da Vara, José Augusto Segundo. Após o evento, Fernando e Ingrid reuniram-se com advogados locais para ouvir as demandas da classe.

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Taquaritinga do Norte realiza nova edição do Fórum Comunitário Selo Unicef

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A Prefeitura de Taquaritinga do Norte realizou a segunda edição do Fórum Comunitário Selo Unicef nesta segunda-feira (3). O evento, que teve parceria com a Câmara Municipal dos Vereadores, reuniu estudantes da rede municipal, profissionais da educação, saúde e assistência social e demais servidores da administração pública local.

O fórum é realizado pela Secretaria de Ação Social do município juntamente com a comissão intersetorial do Selo Unicef. O objetivo da entidade é estimular a participação da sociedade civil nos processos políticos dos municípios, apresentando e discutindo as atividades realizadas e seus resultados ao longo desta edição.

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PRF intensifica operações nas principais estradas de Pernambuco

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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) inicia, nesta quarta-feira (29), a Operação Corpus Christi 2024. A ação coincide com o fim do Maio Amarelo e visa chamar atenção para a violência no trânsito em todo o País. Ela ocorrerá até o próximo domingo nas principais estradas que cortam Pernambuco, entre elas as BRs 232, 104, 407 e 428, que levam ao Agreste e ao Sertão do estado, e a BR-101, que dá acesso às praias.

O período tende a ser de fluxo mais intenso de veículos em direção ao interior pernambucano e também ao litoral. A PRF pretende reforçar a fiscalização em trechos críticos dessas rodovias, a partir de levantamentos sobre os locais onde são mais registradas as colisões com feridos ou mortes.

Para prevenir mortes por excesso de velocidade, os policiais irão atuar com radares portáteis que captam a velocidade do veículo a cerca de um quilômetro de distância. Com o objetivo de retirar condutores alcoolizados das rodovias, as equipes irão realizar abordagens com o uso de etilômetros, mais conhecidos como bafômetros. As ultrapassagens em local proibido também estarão no foco da fiscalização e as motocicletas terão uma atenção especial da PRF, devido ao aumento na quantidade de sinistros envolvendo esses veículos.

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