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Pediatria: a pesquisa é essencial para entendemos a realidade do país

Estudos mostram que alimentação da criança brasileira facilita o desenvolvimento de excesso de peso e obesidade, além de problemas de saúde

Como professor de pediatria e nutrólogo, viajo frequentemente pelo país dando aulas para pediatras e nutricionistas. Nos últimos anos, os temas primordiais pedidos pelos profissionais de saúde tem sido obesidade infantil, fome oculta (deficiências nutricionais de vitaminas e minerais), a criança que não come e alimentação da criança. Vitaminas, sais minerais e outros nutrientes marcaram presença na nossa agenda de viagem. Além de investigar o assunto, proferimos palestras e foi uma feliz surpresa perceber que centenas de pediatras e outros profissionais estavam muito entusiasmados com os temas.

Pesquisas

Começamos nossa jornada em pesquisa com os primeiros trabalhos com o professor Benjamin Schmidt, o pediatra que trouxe o teste do pezinho para o nosso país, salvando milhares de vidas aflitivas. Com ele iniciamos estudos da desnutrição, aleitamento materno e comunidade. Ele me ensinou o entusiasmo… A mesma vibração que até hoje nos move e que conheci lá atrás, na década de 1970, quando comecei a me envolver com estudos sobre micronutrientes e oligoelementos. Tive a oportunidade de trabalhar com grandes mestres, caso dos professores Steckel, Uauy, Castillo, Vega e Schlesinger e sou grato por todo o ensinamento e pela troca de experiências.

 Em 1979, passei uma temporada no INTA (Instituto de Nutrición y Tecnología de los Alimentos) da Universidade do Chile pesquisando o papel dos sais minerais e das vitaminas no crescimento, no desenvolvimento e nos aspectos cognitivos, com destaque para o ferro na memória e no aprendizado. O zinco também entrou na pauta e  nosso grupo analisou o elo entre as deficiências desse mineral e alterações de inteligência e crescimento. Na minha volta, com os professores Nóbrega e Ancona Lopes, a Nutrologia pediátrica tomou forma na Escola Paulista de Medicina.

Nos anos de 1980, aqui no Brasil, continuei as pesquisas sobre os mecanismos envolvidos na absorção de minerais e vitaminas. Vale salientar que professoras como Silvia Cozzolino, Célia Colli e Sophia Szarfarc sempre foram grandes parceiras nessa caminhada.

Verificar tanto aquilo que favorece como o que atrapalha o aproveitamento de micronutrientes é essencial para ajudar a combater problemas como a anemia, um dos males que acomete a criançada brasileira desde o início dos meus estudos e tem se estendido até os dias de hoje.

Alimentação brasileira

Já nos anos 2000, nos dedicamos ao estudo Nutri-Brasil Infância. Junto de profissionais espalhados por diversas universidades, avaliamos a alimentação de mais de 3 mil brasileirinhos de 2 a 5 anos do Oiapoque ao Chuí. Pudemos observar a carência de nutrientes fundamentais para essa fase da vida, entre os quais as vitaminas A, C, D e E, além de minerais como o cálcio, o cobre, o ferro e o zinco.

Esses achados têm muito a ver com a falta de vegetais e de pescados no cardápio infantil. Daí a importância de estimular desde cedo o consumo de hortaliças e frutas. Aliás, a sugestão é explorar a enorme diversidade que encontramos nas diferentes regiões brasileiras e que pude conhecer ao longo dessas viagens. Dispomos de frutos riquíssimos e que são pouco conhecidos.

E o que dizer da nossa costa? Ela é fonte de peixes saborosos e nutritivos. Então, que tal incrementar o prato da molecada com alimentos típicos do nosso país? Essa atitude é bem-vinda para combater a monotonia na dieta e, o que é mais importante, sanar as deficiências de vitaminas, sais minerais e outras substâncias indispensáveis!

Na continuação do estudo, com os professores Almeida, Del Arco e  Previdelli, nos anos seguintes, fizemos o projeto Nutri-Brasil Infância II, avaliando o lanche das crianças pré escolares do país. Em amostra representativa de crianças de 4 a 11 anos de idade, verificamos que apesar de ser uma refeição relativamente frequente nas crianças brasileiras, o lanche da manhã tem maior controle e planificação por parte dos pais, mas o da tarde é uma verdadeira catástrofe com muito maior quantidade de guloseimas, doces, chocolates, bebidas adoçadas e alimentos calóricos e que denotam menores limites e assentimento dos pais aos hábitos inadequados de alimentação.

Planejar é preciso

Nestes últimos três anos, lideramos  com a profa Kovalskys, da Argentina, um projeto gigantesco de avaliação dos hábitos alimentares e de atividade física da população latino americana (o ELANS- estudo latino americano de Nutrição e Saúde), analisando mais de 9000 pessoas de 15 a 65 anos de idade em oito países da região.

Fizemos uma detalhada observação dos hábitos alimentares e da atividade física por medidas reais de movimentação usando um aparelho chamado acelerômetro. Em relação aos adolescentes, constatamos um elevado grau de excesso de peso, com 4 em cada 10 brasileiros com sobrepeso e obesidade, e mais de 70% de sedentarismo (atividade física inadequada).

Para que servem então todas estas pesquisas, esta infinidade de dados para análise?  Além de publicações nacionais e internacionais, estes milhares de pequenos fragmentos de informação servem especialmente para ajudar a planejar, orientar, educar e ensinar a população, tanto a de profissionais de saúde e gestores, como pais, professores e educadores.

A contribuição de milhares de pesquisadores em nosso país permite que consigamos manter sob controle doenças que poderiam ser prevenidas e tratadas precocemente, salvando vidas e ajudando no crescimento e desenvolvimento de nossas crianças.

Quem faz Letra de Médico

Adilson Costa, dermatologista
Adriana Vilarinho, dermatologista
Ana Claudia Arantes, geriatra
Antonio Carlos do Nascimento, endocrinologista
Antônio Frasson, mastologista
Artur Timerman, infectologista
Arthur Cukiert, neurologista
Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
Bernardo Garicochea, oncologista
Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
Claudio Lottenberg, oftalmologista
Daniel Magnoni, nutrólogo
David Uip, infectologista
Edson Borges, especialista em reprodução assistida
Fernando Maluf, oncologista
Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
Jardis Volpi, dermatologista
José Alexandre Crippa, psiquiatra
Ludhmila Hajjar, intensivista
Luiz Rohde, psiquiatra
Luiz Kowalski, oncologista
Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
Marianne Pinotti, ginecologista
Mauro Fisberg, pediatra
Miguel Srougi, urologista
Paulo Hoff, oncologista
Raul Cutait, cirurgião
Roberto Kalil, cardiologista
Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
Salmo Raskin, geneticista
Sergio Podgaec, ginecologista

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Brasil

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Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio

 

Fumaça no Congresso assusta brasilienses – (crédito: Redes sociais)

 

Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:

A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.

O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.

A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.

Correio Brasiliense

 

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Brasília

Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS

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Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória

 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).

A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.

A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.

No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.

>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:

– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)

– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)

– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)

– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)

– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)

– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)

– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)

– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).

De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.

No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.

Por Agência Brasil

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Brasília

Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.

Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.

O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.

Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação –uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.

Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.

O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz –a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.

Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.

Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.

A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.

O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.

 

SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR

O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.

O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.

A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.

O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.

A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.

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