Brasília
7 mitos e verdades sobre o câncer de mama
Informação é uma arma contra a doença. Solange Maria Torchia Carvalho Castro, do A.C.Camargo Cancer Center, esclarece afirmações que circulam na rede
É tempo de Outubro Rosa, movimento mundial para a conscientização sobre o câncer de mama. A campanha, criada em 1997 nos Estados Unidos, enfatiza a importância de disseminar informações e adotar medidas de prevenção da doença a fim ajudar as pessoas a terem um diagnóstico precoce, estratégia crucial para o sucesso do tratamento do tumor.
Com grande incidência entre o público feminino, a doença representou 25% do total de casos de câncer em mulheres no mundo em 2012, com quase 1,7 milhão de casos novos, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. Além disso, esse tipo de tumor é a quinta causa de morte por câncer em geral. No Brasil, em 2018, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimou quase 60 000 casos novos da doença, o que representa uma taxa de ocorrência de 51,29 casos por 100 000 mulheres.
Embora grande parcela da população já tenha ouvido falar sobre a doença, o câncer de mama ainda envolve muito tabu, assim como informações equivocadas. Para desmitificar alguns conceitos disseminados erroneamente, a cirurgiã oncológica e mastologista do A.C.Camargo Cancer Center, Solange Maria Torchia Carvalho, respondeu o que é mito e o que é verdade sobre o câncer de mama. Confira a seguir:
1. Câncer de mama só aparece em quem tem histórico familiar
MITO
A maioria das mulheres acometidas pelo câncer de mama não tem familiares com a doença. “As estimativas mostram que aproximadamente 10% dos casos têm origem hereditária”, revela Solange Maria Torchia Carvalho.
A história familiar, porém, influencia quando o parentesco é de primeiro grau, ou seja, se a mãe, a irmã ou a filha foram diagnosticadas. E ainda mais quando o tumor apareceu antes dos 40 anos. Nessas situações, a mulher deve redobrar a atenção e procurar o médico para a orientação da conduta adequada, inclusive com a realização de rastreamento genético.
Os principais fatores de risco para a doença incluem o tabagismo, a obesidade, o alcoolismo e o envelhecimento. Portanto, algumas medidas preventivas podem começar muito cedo, ainda na infância. Fique atenta!
2. Câncer de mama é uma doença só
MITO
São vários os tipos e cada um tem nome e sobrenome. “Por essa razão, as respostas às terapias e a evolução da doença são diferentes”, comenta a médica. Há desde os tumores restritos à mama até aqueles que escapam para outros tecidos. Existem os que crescem de maneira rápida e os que se desenvolvem lentamente, entre outras peculiaridades.
Graças aos avanços das últimas décadas, hoje também é possível classificar subtipos de acordo com estruturas da superfície celular e que estão envolvidas na divisão e multiplicação de células cancerosas. A partir dessa identificação, o médico elege drogas que agem diretamente no alvo e barram esse processo.
3. Desodorante pode causar câncer de mama
MITO
Tudo indica que essa história começou por causa da presença de sais de alumínio nas formulações dos antitranspirantes – produtos que inibem a transpiração. Mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) assegura que não existe relação entre a substância e o tumor.
Parte dessa crença também se deve ao fato de que os desodorantes são aplicados na axila, região próxima ao tecido mamário. “Mas não há dados na literatura científica que comprovem o elo”, assegura a médica. O mesmo vale para as hastes de metal que sustentam o bojo de alguns sutiãs. Não existe nenhuma relação.
4. Amamentar protege contra o câncer de mama
VERDADE
“Especialmente se a gestação for antes dos 30 anos de idade”, responde Solange. Também deve se considerar o período de aleitamento. Há evidências de que quanto mais prolongado, maior a proteção.
Esse elo se dá porque a amamentação reduz o número de ciclos menstruais e, consequentemente, da exposição a certos hormônios femininos que podem estar por trás do surgimento de tumores, caso do estrógeno.
Ressalte-se que existem vários outros fatores que levam ao câncer e que, infelizmente, para algumas mulheres o fato de amamentar não determina prevenção.
5. Se eu fizer o autoexame todos os meses, não preciso fazer a mamografia
MITO
Embora seja um aliado para despertar a consciência corporal, o autoexame, na grande maioria das vezes, não é capaz de flagrar o início de um tumor na fase em que as lesões são muito pequenas. A palpação detecta caroços maiores.
Então, por mais que seja desconfortável, a mamografia é fundamental para o diagnóstico precoce. “Ela revela microcalcificações, nódulos menores e outras irregularidades”, explica Solange. Toda mulher, após os 40 anos de idade, deve realizar.
Também é importante estar atenta a alguns sinais, como diferenças consideráveis entre o tamanho dos seios, alterações nos mamilos e na pele da mama, inchaços incomuns na área, presença de secreções ou mesmo sangue, entre outros.
6. O câncer de mama pode ser causado por um trauma (batida) nos seios
MITO
A batida não é capaz de desencadear o tumor. Não é por causa de um trauma que as células malignas vão se multiplicar de maneira desenfreada.
Entretanto, os machucados e hematomas ajudam a despertar a atenção da mulher para essa região do seu corpo. “Ela tende a examinar com mais cautela a mama e pode deparar com nódulos já existentes”, comenta.
7. Câncer de mama pode ter cura
VERDADE
Aqui muitos fatores devem ser considerados. Um dos mais importantes é o diagnóstico precoce. “Quanto menor a lesão identificada, maior a chance de cura”, afirma a médica. Entretanto, há que se ressaltar as diferenças entre os tipos de tumor. Cada paciente é única.
Também é fundamental destacar que, mesmo para os casos sem cura, os saltos da oncologia e o leque de opções terapêuticas, com medicamentos e tecnologias modernas, permitem o controle da doença e resultam em qualidade de vida.
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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