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Trump quer militarizar fronteira com México para impedir migração ilegal

O presidente dos EUA passou os últimos três dias atacando o governo mexicano por permitir que mais de 1.000 centro-americanos marchassem até a fronteira

O presidente americano, Donald Trump, declarou nesta terça-feira (3) que quer militarizar a fronteira com o México para impedir a entrada ilegal de emigrantes nos Estados Unidos.

Trump passou os últimos três dias atacando o México por permitir que mais de 1.000 centro-americanos, a maior parte de Honduras, tenham iniciado uma marcha até a fronteira com os Estados Unidos, onde muitos esperam solicitar refúgio.

“Até que possamos ter um muro e uma segurança adequada, vamos proteger a nossa fronteira com o Exército. É um grande passo”, disse a jornalistas. “Não podemos permitir que as pessoas entrem ilegalmente em nosso país”, continuou.

A Casa Branca explicou em um comunicado poucas horas depois que o plano de Trump prevê a mobilização da Guarda Nacional e não militares da ativa.

Uma lei americana do século XIX proíbe o envio de soldados em seu próprio território com fins civis, mas a Guarda Nacional requer somente o consentimento do estado onde será mobilizada para ajuda e apoio na fronteira.

Altos funcionários, como o secretário de Defesa, o procurador-geral e o comandante do Estado-Maior, informaram na semana passada a situação a Trump, e as conversas prosseguiram nesta terça-feira, segundo a Casa Branca.

“O presidente Trump e os altos funcionários presentes também concordaram com a necessidade de pressionar o Congresso para que aprove urgentemente uma legislação que feche as lacunas jurídicas exploradas pelo tráfico criminoso, o narcoterrorismo e as organizações de contrabando”, completa o comunicado.

A iniciativa é a mais recente na cruzada anti-imigração de Trump, cuja proposta de construir um muro na fronteira sul do país não recebeu os fundos orçamentários pedidos.

Trump já sugeriu que os militares ajudem no financiamento e na construção do muro.

México defenderá seus interesses

Consultado pela AFP, o Pentágono negou estar a par de uma mobilização militar na fronteira sul do país, mas assinalou que já houve operações assim antes.

Os antecessores de Trump – Barack Obama em 2010 e George W. Bush entre 2006 e 2008 – enviaram a Guarda Nacional, um corpo de reserva do Exército, para patrulha e controle fronteiriço.

O governo do México disse nesta terça-feira que espera mais clareza da Casa Branca sobre o anúncio do presidente Donald Trump de militarizar a fronteira entre ambos os países.

“O México solicitou aos EUA, pelos canais oficiais, que esclareça o anúncio sobre o uso do exército na fronteira”, escreveu o chanceler mexicano Luis Videgaray, no Twitter.

Videgaray acrescentou que “o governo do México definirá postura em função desse esclarecimento, sempre em defesa de nossa soberania e interesse nacional”.

Trump afirmou nesta terça-feira que o México, o qual costuma acusar de não fazer o suficiente para deter o fluxo de imigração ilegal, havia agido para impedir a caravana de migrantes a seu pedido. Mas reclamou da frouxidão das leis americanas para enfrentar o problema.

“A caravana me deixa muito triste porque isso não pode acontecer com os Estados Unidos, onde há milhares de pessoas que simplesmente decidem entrar em nosso país. E não temos leis que possam protegê-lo”, disse.

Trump criticou a caravana depois que meios de comunicação conservadores americanos destacaram o tema em sua cobertura no fim de semana.

A caravana continua

“Se chegar a nossa fronteira, nossas leis são tão fracas e patéticas… é como se nem tivéssemos fronteira”, acrescentou o presidente, que atacou Obama por debilitar a segurança fronteiriça.

A caravana é realizada anualmente há uma década para dar visibilidade ao calvário sofrido pelos migrantes em sua passagem pelo México.

Organizada pela ONG “Pueblos Sin Fronteras”, a “Via-crúcis Migratória 2018” partiu em 25 de março do estado mexicano de Chiapas, fronteiriço com a Guatemala.

Cerca de 80% de seus integrantes são hondurenhos, e os outros são guatemaltecos, salvadorenhos e nicaraguenses que fogem da violência a pobreza de seus países.

“A caravana continua”, declarou à AFP um membro da coordenação, sob condição de anonimato.

“Estamos dormindo nos parques. Só estendemos algo ali para nos sentirmos um pouco mais confortáveis e dormir”, contou Nixon Gómez, um migrante hondurenho.

Honduras e Nafta ameaçados

Mais cedo nesta terça-feira, Trump tuitou que a ajuda dos Estados Unidos a Honduras está “em jogo” se a caravana não parar sua marcha.

“É melhor que a grande caravana de pessoas de Honduras, que agora cruza o México e se dirige para nossa fronteira de ‘Leis Fracas’, seja detida antes de chegar aqui. A galinha dos ovos de ouro do Nafta (Tratado de Livre-Comércio da América do Norte) está em jogo, assim como a ajuda estrangeira a Honduras e aos países que permitiram isso acontecer. O Congresso DEVE AGIR AGORA!” – disse.

Em sua série de tuítes anti-imigração de domingo e segunda, Trump já havia ameaçado abandonar o Nafta e exigiu ao Congresso americano leis migratórias mais estritas.

No orçamento finalmente aprovado em março, Trump conseguiu somente 1,6 bilhão de dólares para o projeto do muro, muito menos que os 25 bilhões solicitados.

Este financiamento inicial conseguiria pagar apenas 160 quilômetros do muro, e Trump propôs na semana passada usar o orçamento do Pentágono para construir o restante.

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Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

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Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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