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‘Evento importantíssimo para Rússia’: veja as prioridades da presidência russa do BRICS em 2024

© Sputnik / Mikhail Klimentev

Em 1º de janeiro, a Rússia assumirá a presidência do BRICS, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Moscou vai liderar a agremiação em um momento de expansão histórica, com a entrada de cerca de cinco novos membros.
Durante sua conferência de imprensa anual, o presidente russo Vladimir Putin declarou que o BRICS sob a presidência russa trabalhará pela construção de uma ordem mundial justa.
“Isso mostrará que existe um grande número de forças no mundo, de países poderosos que querem viver não de acordo com as ‘regras não escritas’, mas sim de acordo com as regras prescritas nos documentos fundamentais, como a Carta da ONU”, disse Putin.
Alguns dias antes, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, havia declarado quais as áreas prioritárias para a presidência russa do BRICS em 2024.
“Será dada especial atenção à integração orgânica dos novos membros do BRICS na arquitetura do sistema multilateral de cooperação”, disse Lavrov a jornalistas. “Outras prioridades incluem o aumento da coordenação política externa no formato BRICS, principalmente nas principais plataformas internacionais, fortalecimento da interação sobre o combate ao terrorismo, lavagem de dinheiro, segurança da informação internacional, bem como devolução de bens obtidos por meios ilícitos.”
Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov (à esquerda) e seu homólogo brasileiro, Mauro Vieira (à direita), durante reunião do BRICS às margens da Assembleia Geral da ONU, em 20 de setembro de 2023  - Sputnik Brasil, 1920, 19.12.2023
Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov (à esquerda) e seu homólogo brasileiro, Mauro Vieira (à direita), durante reunião do BRICS às margens da Assembleia Geral da ONU, em 20 de setembro de 2023
Nesta terça-feira (19), o diretor do Clube de Discussões Valdai, Oleg Barabanov, avaliou as perspectivas da presidência russa do BRICS durante encontro do clube, realizado em Moscou.

“A presidência do BRICS será um dos acontecimentos internacionais mais importantes para a Rússia em 2024. Os objetivos são ambiciosos. Isso prova que a Rússia não está isolada depois dos acontecimentos de 2022 e pode organizar eventos com ampla repercussão internacional”, disse Barabanov à Sputnik Brasil.

O especialista notou que o grupo já se reuniu em uma série de cúpulas, com muitos ganhos na área de valores e princípios: “Mas agora temos a oportunidade de avançar do plano declaratório e simbólico para questões concretas, como a cooperação econômica.”
“A questão de sistemas de pagamento e transações vai para o primeiro plano. Debates sobre a moeda única permanecem como objetivo de longo prazo, mas o que teremos agora é otimização de pagamentos e melhores mecanismos para trocas em moedas nacionais”, declarou Barabanov. “Esses assuntos são importantíssimos para a Rússia agora.”
A transição da presidência da África do Sul para a Rússia já começou. Entre os dias 30 de novembro e 3 de dezembro, foi realizada a reunião de sherpas e sub-sherpas dos países do BRICS, com a participação do vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov.
Diretor do Clube de Discussões Valdai, Oleg Barabanov, durante evento sobre a presidência russa do BRICS, 19 de dezembro de 2023, em Moscou, Rússia - Sputnik Brasil, 1920, 19.12.2023
Diretor do Clube de Discussões Valdai, Oleg Barabanov, durante evento sobre a presidência russa do BRICS, 19 de dezembro de 2023, em Moscou, Rússia
Durante o encontro, a Rússia apresentou o seu plano de presidência, conforme reportou o jornal russo Kommersant. Além do foco nas transações em moedas nacionais, os russos darão prioridade finalizar a nova categoria de “Estados parceiros” do BRICS e maior integração cultural, juvenil e esportiva.
Para realizar esses objetivos, a Rússia já anunciou a realização de mais de 200 eventos do BRICS para 2024, incluindo os Jogos do BRICS na cidade de Kazan, a reunião de ministros das Relações Exteriores na cidade de Nizhny Novgorod e a Cúpula de Chefes de Estados, prevista para outubro de 2024, também em Kazan.

Novos Membros

A integração dos membros convidados a entrar no BRICS também será uma prioridade da presidência russa. Durante a Cúpula de Joanesburgo do bloco, realizada em agosto de 2023, a agremiação convidou Arábia Saudita, Argentina, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos (EAU) e Irã a entrarem no BRICS.
Sessão II do Diálogo de Amigos do BRICS em Joanesburgo, África do Sul - Sputnik Brasil, 1920, 19.12.2023
Sessão II do Diálogo de Amigos do BRICS em Joanesburgo, África do Sul
Com a provável exceção da incerta Argentina sob o seu novo presidente, Javier Milei, os novos membros devem iniciar os seus trabalhos a partir de janeiro.
Durante o evento desta terça-feira organizado pelo Clube Valdai, o ex-embaixador do Irã na Ucrânia (2018-2022), Manoochehr Moradi, declarou que as prioridades de Teerã durante seu primeiro ano como membro do BRICS serão a expansão do acordo contingente de reservas do grupo, aumento da cooperação econômica e comercial e a adesão do Irã ao Banco do BRICS.
“O Irã está sob sanções há 40 anos, então precisamos aproveitar todas as oportunidades neste setor. O Banco do BRICS é uma dessas janelas abertas”, disse Moradi à Sputnik Brasil. “O futuro do BRICS fica mais claro ao lado de iniciativas como o BRICS Pay e o Novo Banco de Desenvolvimento.”
Segundo o embaixador iraniano, esses mecanismos são os mais capazes de “modificar o status quo, no qual o Ocidente concentra poderio econômico para usá-lo como instrumento”.
Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, Dilma Rousseff, participa da 15ª Cúpula do BRICS em Joanesburgo, África do Sul, 22 de agosto de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 19.12.2023
Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS, Dilma Rousseff, participa da 15ª Cúpula do BRICS em Joanesburgo, África do Sul, 22 de agosto de 2023
O presidente Vladimir Putin já convidou o presidente dos EAU, Mohamed bin Zayed Al Nahyan, para a Cúpula dos Chefes de Estado do BRICS em Kazan, durante recente visita do líder russo aos emirados.
Em recente evento em Moscou, Putin também ressaltou o papel central que a Etiópia terá no BRICS, notando que a Rússia apoiou a candidatura etíope desde o início e trabalhará para incluir o país em todas as atividades do grupo, reportou a TV BRICS.
A presidência russa do BRICS se estenderá do dia 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2024 e será sucedida pela presidência do Brasil, em 2025. De acordo com a tradição do grupo, o Brasil deveria assumir a presidência em 2024 e a Rússia em 2025. No entanto, o Itamaraty solicitou a troca de lugar com a Rússia, uma vez que o Brasil ocupa a presidência rotativa do G20 em 2024.

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Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

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Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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