Brasil
Enfermeira compartilha os 5 maiores arrependimentos das pessoas no final da vida
Profissional que acompanha pacientes em suas últimas semanas diz que muitos se arrependem de não ter sido fiéis a si mesmos e de ter trabalhado demais
A enfermeira australiana que trabalha com cuidados paliativos – práticas assistenciais para pessoas com doenças incuráveis – Bronnie Ware, de 56 anos, ficou tão impactada ao acompanhar pacientes nas últimas semanas de vida que decidiu compartilhar as reflexões feitas por eles em um blog.
As publicações se espalharam pelo mundo e deram origem ao livro best-seller “Antes de partir: os 5 principais arrependimentos que as pessoas têm antes de morrer” (Editora Geração), hoje traduzido para mais de 32 idiomas.
Na obra, ela fala sobre o sentimento vivido por boa parte dos pacientes ao se deparar com o fim da vida. “As pessoas crescem muito quando se deparam com a própria mortalidade. (…) Quando questionados sobre quaisquer arrependimentos que tinham ou sobre qualquer coisa que fariam de forma diferente, temas comuns surgiam repetidamente”, diz Bronnie em uma publicação de seu blog.
Abaixo, confira os 5 principais arrependimentos mencionados pelas pessoas no final da vida:
1. ‘Gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, e não a vida que os outros esperavam de mim’
Segundo conta a enfermeira, esse foi o arrependimento mais frequente. “Quando as pessoas percebem que sua vida está quase no fim e olham para trás com clareza, é fácil ver quantos sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas não honrou nem metade dos seus sonhos e teve que morrer sabendo que isso se devia a escolhas que fizeram ou não”, escreve Bronnie.
2. ‘Gostaria de não ter trabalhado tanto’
O arrependimento ligado ao excesso de trabalho durante a vida também foi frequente – especialmente entre os homens, afirma a escritora australiana. “Isso veio de todos os pacientes do sexo masculino que cuidei. Sentiam falta da juventude dos filhos e do companheirismo da parceira (…) Todos os homens de quem cuidei lamentaram profundamente ter passado grande parte de suas vidas na rotina de uma existência profissional”.
Ela explica que as mulheres também falavam desse arrependimento, mas como muitas pacientes atendidas por Bronnie pertenceram a gerações mais velhas, de uma época em que o trabalho era feito em sua maioria pelos homens, a queixa foi menos frequente.
3. ‘Gostaria de ter tido coragem de expressar meus sentimentos’
“Muitas pessoas reprimiram seus sentimentos para manter a paz com os outros. Como resultado, eles se contentaram com uma existência medíocre e nunca se tornaram quem realmente eram capazes de se tornar. Muitos desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ao ressentimento que carregavam como resultado”, escreve Bronnie em seu blog.
Ela reflete ainda sobre o tema e diz que não é possível controlar a reação dos outros. Para ela, ao assumir quem realmente é, ou aquilo elevará a relação com o outro a um nível mais saudável, ou liberará um relacionamento doentio de sua vida. “De qualquer maneira, você vence”, diz.
4. ‘Gostaria de ter mantido contato com meus amigos’
A enfermeira conta que muitos pacientes apenas percebiam a falta que os amigos faziam no fim da vida, quando em alguns casos já não dava mais tempo para localizá-los. “Muitos ficaram tão envolvidos com suas próprias vidas que deixaram amizades de ouro escaparem ao longo dos anos. Houve muitos arrependimentos profundos por não ter dedicado às amizades o tempo e o esforço que elas mereciam. Todo mundo sente falta de seus amigos quando eles estão morrendo”, afirma.
Ela compartilha que, com a aproximação da morte, os “detalhes físicos” da vida corrida que deixam as amizades escaparem desaparecem. “As pessoas querem colocar seus assuntos financeiros em ordem, se possível. Mas não é o dinheiro ou o status que têm a verdadeira importância para eles. Eles querem colocar as coisas em ordem mais para o benefício daqueles que amam. (…) Tudo se resume a amor e relacionamentos no final”, continua.
5. ‘Gostaria de ter me permitido ser mais feliz’
Segundo a profissional, esse arrependimento é surpreendentemente comum. Ela diz que muitos percebem apenas no final da vida que permaneceram presos a velhos hábitos e padrões e que não se permitiram fazer o que de fato as deixava feliz.
“O medo da mudança fez com que fingissem para os outros e para si mesmos que estavam satisfeitos. No fundo, eles desejavam rir direito e ter bobagens em suas vidas novamente. Quando você está em seu leito de morte, o que os outros pensam de você está muito longe de sua mente”, escreve a autora no blog.
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
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