Economia
‘Imposto de consumo tem finalidade de arrecadar, mais nada’, diz economista sobre reforma tributária
A reforma tributária foi um dos temas tratados em diferentes eventos e fóruns realizados pela Esfera Brasil ao longo do ano. Os empresários e a classe produtiva aguardaram pacientemente a aprovação da proposta que pretende simplificar o sistema tributário brasileiro. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2019 foi aprovada pelo Senado e voltou para a Câmara dos Deputados, uma vez que o texto sofreu alterações.
A expectativa é que a reforma seja promulgada ainda neste ano. Para o economista e diretor-presidente da MCM Consultores, Cláudio Adilson Gonçalez, a proposta em discussão, sem dúvidas, é um avanço ao que chamou de “manicômio tributário brasileiro”, mas poderia ter sido melhor.
“É muito difícil avaliar o impacto em função de todos os penduricalhos que entraram na PEC. Muita gente está falando sobre aplicação de dispositivos que eles nem sabem. Que vai melhorar, vai, mas o quanto não dá para dizer, principalmente em função da quantidade absurda de setores que serão objeto de regulação própria por leis complementares”, afirma.
Segundo o ex-consultor do Banco Mundial, a reforma muda a tributação sobre o consumo, cuja finalidade é apenas a arrecadação. “O imposto de consumo tem única e exclusiva finalidade de arrecadar, mais nada. Não se pode tentar fazer política setorial, social ou de desenvolvimento regional. É uma fonte de arrecadação dos governos sobre o hábito de consumir qualquer que seja o bem ou serviço. Quem paga é o consumidor final”, explica.
Gonçalez defende um Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) único no Brasil: “Não tem nenhuma necessidade de ter um imposto federal e um estadual, porque vai ter uma legislação própria nacional, vai ser arrecadado centralizadamente pelo Comitê Gestor, que poderia fazer a partição para estados, municípios e União automaticamente. A necessidade de criar dois impostos é zero, isso é só uma questão de soberania”.
Regimes especiais
Para Gonçalez, que também foi subsecretário do Tesouro Nacional e chefe da Assessoria Econômica do Ministério da Fazenda, o País perdeu a oportunidade de ter o melhor IVA do mundo ao criar uma série de tratamentos especiais.
“Setores com mais poder de berro em Brasília acabam colocando normas que os beneficiam. A primeira proposta do CCiF [Centro de Cidadania Fiscal], fundado por Bernard Appy [secretário extraordinário da Reforma Tributária na Fazenda], era perfeita, com uma alíquota só. Agora, com todos esses penduricalhos, é muito pior do que a proposta inicial”, acredita.
De acordo com o economista, na proposta inicial, a reforma tributária poderia gerar um crescimento adicional da economia de 12% a 20% em 15 anos e estimular o desenvolvimento para agronegócio, indústria e serviços. Mas a versão aprovada tem excesso de isenções, alíquotas reduzidas e regimes especiais, que serão regulamentados por leis complementares até 240 dias após a promulgação da PEC.
“Tem muito trabalho a fazer. O Appy está com força de trabalho, com técnicos já trabalhando nas leis complementares, mas há uma incerteza gigantesca pela frente”, pontua.
Na avaliação de Gonçalez, apenas duas exceções são necessárias e deveriam ter regimes especiais: o setor financeiro, que não deveria pagar IVA sobre spread bancário, e a construção civil. Para o restante, segundo ele, não havia necessidade de regras específicas.
Entre os setores com alíquotas reduzidas em até 60% estão:
- serviços de saúde, educação e transporte público de passageiros;
- setor de eventos e produções artísticas, culturais e atividades desportivas;
- vendas de medicamentos e produtos agropecuários;
- produtos da cesta básica estendida;
- equipamentos para pessoas com deficiência;
- produções jornalísticas e audiovisuais.
As leis complementares terão de criar regimes específicos de tributação para:
- combustíveis e lubrificantes;
- serviços financeiros, operações com bens imóveis, planos de assistência à saúde e concursos de prognósticos;
- sociedades cooperativas;
- serviços de hotelaria, parques de diversão e temáticos, agências de viagens e de turismo, bares e restaurantes;
- aviação regional;
- serviços de saneamento e de concessão de rodovias, serviços de transporte coletivo de passageiros rodoviário intermunicipal e interestadual, ferroviário, hidroviário e aéreo;
- operações que envolvam a disponibilização da estrutura compartilhada dos serviços de telecomunicações;
- operações com microgeração e minigeração distribuída de energia elétrica;
- bens e serviços que promovam a economia circular e a sustentabilidade no uso de recursos naturais.
Setores como a indústria ficaram felizes com a aprovação da reforma tributária no Senado, mas fizeram ressalvas. Para Cláudio Gonçalez, não há razão para isso. “Quem fica com o custo final é o consumidor. Os outros na cadeia vão passando para frente. Então essa história de que a indústria vai pagar mais, não é isso. Ela pode ser o maior recolhedor, e não pagador. Alguns bens e serviços vão ter mais impostos, outros menos, mas isso é o que se quer. A reforma não pode ser neutra”, justifica.
Os investimentos serão impactados positivamente pela reforma: “O investimento vai ficar mais barato, porque o investimento não é tributado, é 100% isento”.
Alíquotas
Com a reforma, os impostos não serão cumulativos, e a tributação vai acontecer no destino. Ainda não é possível assegurar qual será a alíquota, mas a base de incidência será a mesma para a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e para o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).
A CBS terá alíquota única, que será fixada pelo Congresso Nacional. O Senado vai fixar a alíquota de referência para o IBS, mas estados, municípios e o Distrito Federal poderão fixar as alíquotas próprias, desde que sejam únicas e aplicáveis a todos os bens e serviços.
“Os estados poderão reduzir ou aumentar o IBS na hora que quiserem, porque o imposto é cobrado no destino. Se o governador quiser ser bonzinho com a população para ganhar eleição, vai abaixar o imposto, porém vai perder arrecadação e não vai atrair empresas. Se precisar fazer receita, vai aumentar o imposto”, exemplifica.
De acordo com a análise de Gonçalez, o Brasil é uma das economias que menos tributa renda e lucro. O valor representa 8% do Produto Interno Bruto (PIB). Ao mesmo tempo, é um dos países que mais tributa operações de produção e consumo. Os impostos indiretos chegam a 15% do PIB.
Os tributos atuais são expressos “por dentro”. O novo IVA será “por fora”, ou seja, o percentual é determinado sobre o preço antes do tributo. O Ministério da Fazenda trabalha com a ideia de uma alíquota de 27,5%. O economista explica: “No Brasil, a alíquota é calculada ‘por dentro’, ou seja, o percentual que o imposto representa sobre o preço final de venda. Se for expressa pelo critério atual, a alíquota de 27,5% corresponderia a 21,6%, o que, provavelmente, é inferior à soma das alíquotas atuais”.
Fundos
O texto da reforma cria dois fundos: o Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR) e o Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais. A ideia deste último é compensar as pessoas jurídicas beneficiárias de isenções e incentivos fiscais associados ao ICMS. Ele tem data para terminar: 2032. “É o fundo de compensação do fim da guerra fiscal para os estados que vão perder a capacidade de atrair empresas”, ressalta.
A União vai destinar ao fundo:
- em 2025, R$ 8 bilhões;
- em 2026, R$ 16 bilhões;
- em 2027, R$ 24 bilhões;
- em 2028 e 2029, R$ 32 bilhões;
- em 2030, R$ 24 bilhões;
- em 2031, R$ 16 bilhões;
- em 2032, R$ 8 bilhões.
Já o FNDR corresponde a cerca de 0,6% do PIB. “Ele vai ser eterno, começa com valores mais baixos e vai chegar, em 2043, a R$ 60 bilhões. A justificativa é reduzir as desigualdades regionais. Na verdade, isso era a ‘cenoura’ que deram para conseguir o apoio dos governadores à reforma”, diz o economista.
Os critérios do Fundo de Participação dos Estados (FPE) serão usados para distribuir 70% dos recursos do FNDR. O restante será distribuído com base no número de habitantes. A expectativa é que estados e o Distrito Federal priorizem a aplicação do montante em projetos que preservem o meio ambiente.
“Nós poderíamos ter um sistema tributário muito mais avançado, que contribuísse mais com o crescimento econômico, mas não é o que aconteceu. É melhor que o atual? Muito provavelmente, sim”, avalia Gonçalez.
Economia
Carteira de dividendos: veja os papéis mais recomendados para julho
A Petrobras foi a empresa mais indicada pelas instituições financeiras consultadas pela CNN para compor a carteira de melhores pagadoras de dividendos em julho.
O levantamento considerou as avaliações de Santander, Empiricus, XP, Guide, Ativa e BTG Pactual.
Os papéis mais recomendados foram:
- 5 recomendações: Petrobras;
- 4 recomendações: Banco do Brasil, CPFL e Vale;
- 3 recomendações: BB Seguridade, Eletrobras e Itaú.
Após um impasse sobre o pagamento ou não de dividendos extraordinários, o conselho de administração da Petrobras aprovou em abril o repasse de 50% do valor total, referente ao exercício de 2023.
Com a distribuição, a equipe de analistas do Santander avalia manter o peso dos papéis da estatal em sua carteira. Já o BTG, optou por ampliar sua exposição à estatal.
“Embora a companhia esteja sinalizando maiores investimentos, a verdadeira questão para nós é se esse aumento em potencial poderia sacrificar a capacidade da empresa de distribuir dividendos substanciais, e acreditamos que não”, aponta a equipe do BTG em relatório.
Momento de incertezas
O Ibovespa encerrou o pregão de sexta-feira (28), o último de junho, em queda de 0,32% no dia. Apesar de ter acumulado alta de 1,47% no mês, o índice caiu 7,66% no primeiro semestre deste ano.
O que se avalia é que as incertezas se mantém e o mercado seguirá se pautando por elas.
“O cenário local segue girando em torno da dificuldade do governo em convencer o mercado quanto ao seu comprometimento fiscal”, aponta a Ativa Investimentos em relatório.
O governo trabalha com a meta de zerar o déficit neste ano e no próximo — após alterar a meta de 2025, o que não foi favorável para a imagem de responsabilidade fiscal.
Apesar de o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assegurar que o arcabouço será cumprido, o mercado vê o déficit primário em 0,7% do Produto Interno Bruto neste ano.
Lula se reuniu nesta quarta-feira (3) com ministros da área econômica do governo. Após o encontro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que o presidente mantém seu compromisso com as contas públicas.
“A primeira coisa que o presidente determinou é ‘cumpra-se o arcabouço fiscal’. Não há discussão sobre esse respeito. Em 2024, 2025, 2026, o compromisso nosso é de cumprimento das leis complementares de finanças públicas”, comentou Haddad.
Segundo o chefe da equipe econômica, o governo realiza desde março um estudo entre os ministérios buscando despesas que podem ser cortadas. De acordo com Haddad, foram identificados R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias, cujo corte, segundo o ministro, já foi autorizado pelo presidente.
O economista-chefe da XP Inc., Caio Megale, apontou em entrevista ao WW de terça-feira (2) que além da questão fiscal, outro imbróglio do cenário doméstico também segue na mira do mercado: a questão monetária.
“Essa transição para o próximo presidente [do BC] é uma espada, de fato, na cabeça. A gente não sabe exatamente quem vai ser a próxima ou o próximo presidente, qual vai ser a visão de política monetária que essa pessoa vai ter na hora de conduzir a taxa de juros, de tomar as decisões”, pontuou Megale.
“Acho que dar uma clareza e maior transparência de como vai ser a gestão da política monetária depois da transição do Roberto Campos e medidas efetivas no sentido de controlar as despesas do lado fiscal, eu acho que é o que vai trazer uma tranquilidade [para o mercado].”
Economia
Venda de veículos eletrificados cresce 146% no primeiro semestre de 2024
Entre janeiro e junho, comercialização de automóveis registrou cerca de 79 mil vendas, de acordo com relatório da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE)
O comércio de automóveis movidos a eletricidade segue em crescimento no Brasil. No primeiro semestre de 2024, a venda de veículos leves eletrificados alcançou um total de 79.304 unidades em todo o país. Somente no último mês de junho, foram registrados 14.396 novos emplacamentos, o que representa a terceira melhor marca para um mês de toda a série histórica.
O número maior de vendas na metade inicial do ano indica um crescimento de 146% em relação ao primeiro semestre de 2023, e de 288% na comparação com o mesmo período de 2022. Além dos automóveis totalmente elétricos, também são incluídos na estatística os veículos parcialmente eletrificados – ou híbridos. Os dados foram levantados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e divulgados nesta quarta-feira (3/7).
Com o avanço do número de vendas, a ABVE estima que o Brasil já atingiu a marca de 300 mil veículos comercializados desde o início da série histórica do levantamento, em 2012. Além disso, a previsão da associação para 2023 é que mais de 150 mil automóveis desta categoria sejam vendidos até o fim do ano em todo o território nacional, o que indica um crescimento de cerca de 60%.
No Brasil, ainda predominam os veículos elétricos plug-in, que se consolidaram no mercado nacional e representaram 69% de todas as vendas no primeiro semestre. Dentro desta categoria, estão incluídos os tipos BEV (totalmente elétricos) e PHEV (elétricos híbridos). Na sequência, os HEV convencionais (elétricos não plug-in a gasolina ou diesel) ficaram com 9,3% da parcela total de eletrificados vendidos.
Preocupação para o setor
Mesmo diante de um aumento das vendas, o setor de veículos elétricos está preocupado com o reajuste da tributação dos produtos. Desde a última segunda-feira (1º/7), passou a vigorar uma resolução que aumenta a alíquota para a importação de elétricos importados, de 10% para 18%. Em julho de 2025, sobe para 25%, até atingir 35% no ano seguinte.
“Temos ouvido notícias preocupantes sobre a antecipação da alíquota de 35% do Imposto de Importação de veículos elétricos, que estava prevista pelo Governo Federal somente para julho de 2026. Entendemos que, a se confirmar, essa antecipação configuraria uma lamentável quebra das regras estabelecidas há apenas seis meses pelo próprio governo”, avalia o presidente da ABVE, Ricardo Bastos.
Além disso, a associação teme a inclusão dos veículos elétricos no Imposto Seletivo, que é chamado popularmente de “imposto do pecado”. A lei foi estabelecida pela emenda constitucional da reforma tributária, aprovada no ano passado, com o objetivo de sobretaxar bens considerados danosos à saúde e ao meio ambiente.
Na avaliação da ABVE, a inclusão dos veículos eletrificados no IS “não faria sentido”, visto que esse tipo de automóvel emite menos gases de efeito estufa e reduz o nível de ruído nas cidades do país. “Eles são fatores decisivos para melhorar a qualidade de vida e diminuir as mortes associadas à poluição nas grandes cidades”. “Não nos parece cabível que esses veículos venham a ser taxados como se fossem produtos que fazem mal à saúde ou ao meio ambiente, o que absolutamente não é o caso”, conclui o presidente da associação.
Economia
Produção industrial cai 0,9% em maio, diz IBGE
No acumulado do ano, houve avanço de 2,5%
A produção industrial brasileira caiu 0,9% em maio em relação a abril. É o segundo recuo consecutivo, apontando retração de 1,7% no período. Com o resultado, o setor perdeu o ganho acumulado entre fevereiro e março deste ano (1,1%).
No acumulado nos últimos 12 meses, houve crescimento de 1,3%, o que acabou por reduzir a intensidade no ritmo de evolução se comparado ao resultado do mês anterior. Os dados foram anunciados nesta quarta-feira (3), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
Os números fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (3) pelo órgão, que mostrou ainda avanço de 2,5% no acumulado dos cinco primeiros meses de 2024, se comparado ao mesmo período do ano anterior.
Influências
Nessa comparação, entre as atividades, as principais influências positivas na totalidade da indústria foram anotadas por produtos alimentícios (5,2%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,1%), indústrias extrativas (2,3%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (4,8%).
O gerente da pesquisa, André Macedo, disse que, em maio de 2024, a indústria apresentou “predominância de resultados negativos de forma geral”, com recuo na margem e na comparação com maio de 2023.
Houve, ainda, interrupção da trajetória ascendente no índice de média móvel trimestral e perda de intensidade no ritmo de expansão no acumulado do ano e dos 12 meses anteriores.
Nesse mês, a indústria intensificou a queda que já tinha sido registrada no mês anterior, e entre os fatores que explicam esse resultado, estão as chuvas no Rio Grande do Sul, que tiveram um impacto local maior, mas também influenciaram o resultado negativo na indústria do país, informou o texto publicado pelo IBGE.
Conforme a pesquisa, 16 das 25 atividades investigadas tiveram recuo em maio de 2024. Veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,7%) e produtos alimentícios (-4,0%) foram as duas maiores influências negativas para o resultado geral da indústria em maio.
O gerente afirmou, também, que esses dois setores foram prejudicados pelas enchentes do Rio Grande do Sul. No setor de veículos automotores, a paralisação das plantas industriais locais provocou impactos diretos e indiretos. Por causa do mau tempo, tanto as montadoras de veículos, quanto as fábricas de autopeças pararam com as produções e isso afetou também o abastecimento para a produção de bens finais no restante do país.
“Houve, por exemplo, a concessão de férias coletivas em uma planta industrial em São Paulo como forma de mitigar os efeitos das paralisações ocorridas em unidades produtoras de peças no Rio Grande do Sul”, completou.
Greve
Macedo acrescentou que a paralisação decorrente de greve em outra montadora e a base de comparação elevada também contribuíram para a queda de dois dígitos na atividade. Em abril, o setor de veículos registrou crescimento de 13,8%.
A atividade de produtos alimentícios, que responde por cerca de 15% da produção industrial do país, teve em maio o segundo mês seguido de queda. A perda acumulada no período é de 4,7%.
“A retração no processamento da cana-de-açúcar, por conta da condição climática menos favorável na segunda quinzena de maio, provocou uma queda pontual na produção do açúcar. Já entre os impactos negativos que podem ter a ver com as chuvas no Rio Grande do Sul estão as carnes de aves, de bovinos e de suínos e os derivados da soja, que são produtos que têm grande peso no setor”, explicou.
Outros setores que recuaram e influenciaram o resultado negativo do mês foram os de produtos químicos (-2,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%), produtos do fumo (-28,2%), metalurgia (-2,8%), máquinas e equipamentos (-3,5%), impressão e reprodução de gravações (-15,0%) e produtos diversos (-8,5%).
Os principais impactos positivos no resultado geral da indústria foram as indústrias extrativas (2,6%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,9%). De acordo com Macedo, esses segmentos têm grande peso e evitaram uma queda maior no resultado da indústria.
“O crescimento do setor extrativo veio após uma queda no mês anterior, ou seja, tem o efeito de uma base de comparação mais negativa. Também houve aumento na extração dos dois principais produtos, o petróleo e o minério de ferro”, afirmou.
As atividades de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,7%), produtos têxteis (2,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (1,5%), produtos de borracha e de material plástico (0,5%), outros equipamentos de transporte (0,2%), móveis (0,2%) e celulose, papel e produtos de papel (0,1%) também tiveram desempenho favorável.
“Ainda na comparação com abril, as quatro grandes categorias econômicas recuaram: bens de consumo duráveis (-5,7%), bens de capital (-2,7%), bens intermediários (-0,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%)”, pontuou o IBGE.
O recuo de 1,0% na comparação de maio de 2024 com maio do ano anterior teve influência dos resultados negativos de duas das quatro grandes categorias econômicas, 14 dos 25 ramos, 43 dos 80 grupos e 50,4% dos 789 produtos pesquisados, finalizou o IBGE.
Agência Brasil
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