Brasil
Qual é a diferença entre ciclone, furacão e tornado?
Nos últimos meses, o Brasil tem observado um aumento no número de ciclones em 2023, foram quatro no último um mês e meio. Cientistas e meteorologistas apontam que os fenômenos, apesar de comuns na Região Sul do Brasil, estão mais frequentes e intensos por conta das mudanças climáticas e do aquecimento global.
Com as mudanças bruscas no clima, o interesse das pessoas sobre o que são os ciclones, furacões e tornados aumentou. Embora tenham muitas características semelhantes, esses fenômenos são diferentes entre si, o que acaba definindo o que é o quê. Para compreender quais são as diferenças entre ciclone, furacão e tornado, a EXAME consultou Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Confira.
O que é ciclone?
Os ciclones são tempestades tropicais formadas em centros de baixa pressão, ou seja, em áreas associadas à formação de nuvens, à umidade e a tempestades. Normalmente eles ocorrem em oceanos tropicais onde as águas possuem temperaturas acima dos 26 °C, porque isso favorece o aquecimento do ar na região próxima da superfície do mar.
Quais são as causas do ciclone?
Os ciclones são formados em oceanos tropicais onde as águas possuem temperaturas acima dos 26 °C. O fenômeno gera fortes ventos com uma movimentação rápida. O ar é levado ao ao centro do ciclone e torna-se quente e úmido. A partir daí, ele sobe até o topo do fenômeno, sendo então esfriado, o que faz com que ele desça. Essa dinâmica é mantida durante toda a duração do ciclone.
Quais são os tipos de ciclone?
- Ciclone tropical: sistema de baixa pressão de núcleo quente, que se desenvolve sobre águas tropicais e, às vezes, subtropicais. Possui circulação organizada ao redor de seu centro. Dependendo da intensidade dos ventos em superfície, o sistema pode ser classificado como distúrbio tropical, depressão tropical, tempestade tropical ou furacão.
- Ciclone extratropical: qualquer ciclone de origem não tropical. Geralmente, associado às frentes frias e encontrado nas médias e altas latitudes.
- Ciclone subtropical: possuem características do tropical e do extratropical. Se forma quando um ciclone extratropical se desenvolve sobre o oceano, e encontra temperaturas na superfície do mar mais aquecidas.
O que é tornado?
Segundo o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os tornados são redemoinhos de ventos girando com muita velocidade e que se forma em condições especiais num ambiente de tempestade muito forte. Este redemoinho descende de uma nuvem de tempestade (cumulunimbus) muitas vezes, atinge o chão, causando destruição por onde passa.
O tamanho de um tornado é de centenas de metros e ele, normalmente, tem uma vida média de poucos minutos e percorre uma extensão de 500 a 1,5 mil metros, ainda que na sua trajetória os ventos passem de 200 km/h. A maioria dos tornados giram em sentido ciclônico quando observados de cima, mas alguns foram vistos girando em sentido anticíclico, ou seja, em sentido horário, quando observados de cima.
Este fenômeno é visível por causa da poeira e sujeira levantadas do solo e pelo vapor d’água condensada. Muitos tornados possuem um barulho distinto que pode ser ouvido por muitas quilômetros até quando eles não são bem visíveis. Este som parece ser mais alto quando o tornado toca o solo. Contudo, nem todos os tornados produzem este barulho. A maioria dos tornados tem o diâmetro de 100 a 600 metros. Alguns são de poucos metros de largura e outros excedem 1600 metros.
Onde acontecem os tornados?
Os tornados ocorrem em muitas partes do mundo, mas os mais frequentes e violentos acontecem nos Estados Unidos, numa média de mais de 800 por ano. As Planícies Centrais dos EUA estão mais sujeitas aos tornados porque a atmosfera favorece o desenvolvimento de trovoadas severas que produzem tornados. Especialmente, na primavera, o ar úmido e quente na superfície é abaixo do ar mais frio e seco produzindo uma atmosfera instável. Embora tornados ocorram a qualquer hora, eles são mais frequentes entre 16h e 18h quando o ar na superfície é mais instável. Também são comuns na Inglaterra, Canadá, China, França, Alemanha, Holanda, Hungria, Índia, Itália, Japão, Rússia, e até em Bermuda e nas Ilhas Fiji. Porém não estão restritos somente nestes países.
O que é furacão?
De acordo com a CPTec. os furações são um ciclone tropical que se torna intenso com ventos girando no sentido horário no Hemisfério Sul e em sentido anti-horário no Hemisfério Norte ao redor de um centro de baixa pressão. Normalmente, bem no centro do furacão há uma região sem nuvens e com ventos calmos, chamada de olho do furacão. Nesta região, há movimentos de ar descendentes, ao lado de uma grande área circular de centenas de quilômetros com vigorosos movimentos ascendentes do ar, o que provoca a formação de nuvens e muita chuva.
Normalmente, os ciclones tropicais se formam quando um centro de baixa pressão viaja sobre os oceanos tropicais e encontra águas com temperaturas acima de 26 °C. Nesse ponto, aumenta a evaporação da superfície do oceano e o ar úmido ascendendo próximo ao centro esfria e formam-se nuvens com mais de 8 a 10 km de altura. Quando o vapor d’água se condensa nas gotículas de chuva, libera o calor latente de condensação devido à mudança de fase da água. Este calor liberado aquece o ar, que sobe e faz com que a pressão atmosférica baixe mais no centro do sistema. Quanto mais baixa a pressão em seu centro, mais fortes serão os ventos ao seu redor. Para um ciclone tropical ser considerado um furação ele precisa estar acima de 119 km/h.
Onde acontecem os furações?
Furacões acontecem, principalmente, nos oceanos tropicais em áreas onde a temperatura do mar encontra-se acima de 26 °C. Até o Furacão Catarina, a grande exceção era o Atlântico Sul. Ocorrem com maior frequência no Atlântico Tropical Norte, Pacífico Tropical Oriental, Pacífico Tropical Norte Oriental e Pacífico Tropical Sul Oriental, além do Oceano Índico.
Qual é a diferença entre ciclone, furacão e tornado?
Furações e tufões são subtipos de ciclones tropicais. As denominações são diferentes de acordo com a região que eles são formados. Se o fenômeno acontece na região leste do Oceano Pacífico ou no Oceano Atlântico, trata-se de um furacão, mas se ocorre na região oeste do Pacífico, trata-se de um tufão. Ambos são ventos muito fortes, com velocidades que podem ultrapassar 120 km/h e com um diâmetro que pode variar entre 200 km e 400 km.
Já os tornados são mais intensos e destrutivos que os ciclones, porém têm tamanho e duração menores. Outra diferença é que o tornado forma-se geralmente em terra e o ciclone nos oceanos. Quando os tornados se formam na água, eles passam a ser chamados de tromba d’água.
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
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