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Blinken segue para Arábia Saudita a fim de salvar influência minguante no Oriente Médio, diz mídia

Em meio ao ímpeto de reaproximação no Oriente Médio e ao dilema estratégico dos EUA na região, Washington está tentando evitar o colapso total de sua influência, disseram especialistas na segunda-feira (5), enquanto o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, deve iniciar sua viagem de três dias à Arábia Saudita para negociações.

© AP Photo / Manuel Balce Ceneta

A viagem de Blinken, de 6 a 8 de junho, ocorre após uma visita do conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, em maio. Segundo especialistas que falaram ao Global Times (GT), os países do Oriente Médio precisam ter cuidado com os Estados Unidos, que já estão criando mais turbulência e divisão na região.
De acordo com o Departamento de Estado dos EUA, Blinken deve se reunir com autoridades sauditas para “discutir a cooperação estratégica EUA-Arábia Saudita em questões regionais e globais e uma série de questões bilaterais, incluindo cooperação econômica e de segurança”.
O principal diplomata dos EUA também vai participar das negociações do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC, na sigla em inglês) durante sua visita e deve coorganizar uma reunião da coalizão global contra o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países).
Antes da visita de Blinken, o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan, se reuniu com seu homólogo iraniano Hossein Amir-Abdollahian na África do Sul durante a cúpula ministerial do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) no dia 2 de junho, informou a mídia iraniana.
Em abril, a Arábia Saudita e o Irã restabeleceram formalmente as relações diplomáticas após uma ruptura de sete anos. Em maio, os ministros das Relações Exteriores dos Estados-membros da Liga Árabe concordaram em restabelecer a adesão da Síria após sua suspensão por mais de uma década.
Com o processo de reaproximação no Oriente Médio se acelerando, os observadores não estão otimistas com a visita de Blinken.
O professor do Instituto de Estudos do Oriente Médio da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, Liu Zhongmin, disse ao GT que a visita de Blinken reflete a situação atual que Washington enfrenta em sua política para o Oriente Médio.
Por um lado, os EUA estão mudando seu foco estratégico para a região da Ásia-Pacífico para competir com a China, seja reduzindo sua presença no Iraque ou retirando tropas do Afeganistão. Por outro lado, os EUA relutam em ver seu controle no Oriente Médio enfraquecido, explicou Liu.
Os Estados Unidos não podem parar a tendência de aumento da autonomia no Oriente Médio, por isso estão tentando evitar um colapso total de sua influência na região, disse Liu.
O professor da Universidade de Relações Exteriores da China, Li Haidong, disse à mídia chinesa ainda na segunda-feira que a visita de Blinken à Arábia Saudita seria uma investigação e avaliação em primeira mão.
No processo de adaptação à nova situação no Oriente Médio, os EUA vão tentar promover a transformação do ambiente interno da região no sentido de refletir os interesses e a influência norte-americanas, disse Li.
Embora seja menos provável que os EUA desempenhem um papel construtivo no Oriente Médio, seu papel perturbador não pode ser subestimado, disseram os analistas, especialmente devido à sua presença militar e diplomática no Oriente Médio que nenhuma outra potência pode igualar.
É provável que os EUA façam um balanço da situação e se envolvam mais intensamente na região, semeando discórdia entre diferentes forças, destruindo a reconciliação e criando mais divisão, tumulto e até conflito, para reforçar o seu “indispensável domínio americano”, disse Li.
Os países produtores de petróleo do Oriente Médio parecem ter acordado para os riscos, especialmente considerando que os EUA já armaram o dólar e a energia, disseram observadores.
Na última sexta-feira (2), o ministro saudita de Energia, príncipe Abdulaziz bin Salman, se encontrou com o diretor da Administração Nacional de Energia da China em Riad, Zhang Jianhua. Eles discutiram maneiras de fortalecer as relações entre os dois países em vários campos de energia, a fim de atingir as metas da Visão Saudita para 2030 e da Iniciativa do Cinturão e Rota proposta pela China, e refletir os esforços dos dois países para diversificar e desenvolver suas economias, informou a mídia árabe.
Os países do Oriente Médio enfrentaram uma oportunidade histórica de liquidar o poder dos EUA e assumir o controle de seu próprio destino, e não vai ser difícil descobrir que a região está melhor sem os EUA, disseram analistas.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse na segunda-feira que a China apoia os países da região na resolução de diferenças e na obtenção de boa vizinhança por meio do diálogo e da consulta, e apoia os países da região no fortalecimento da unidade e autoaperfeiçoamento e coloca seu destino futuro firmemente em suas próprias mãos.
Como boa amiga dos países da região, a China vai continuar a desempenhar um papel ativo e construtivo na promoção da paz e estabilidade regionais, disse Wang.

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Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

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Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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