Brasil
Manguezais, corais e terras indígenas: conheça litoral no centro da discussão sobre a exploração de petróleo pela Petrobras no Rio Amazonas
Biodiversidade existente na região onde acontece o encontro das águas do Rio Amazonas com o Oceano Atlântico na costa do Amapá, no extremo norte do Brasil.
Com recifes de corais ainda pouco estudados e com o maior cinturão de manguezais do mundo – que se estende pela costa da Amazônia e representa 80% da cobertura do país –, a bacia da foz do Rio Amazonas é considerada uma região de grande relevância biológica.
Esta biodiversidade está no centro das discussões sobre a exploração de petróleo no extremo norte do Brasil, a cerca de 175 quilômetros da costa do Amapá.
Na quarta-feira (7), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou licença para a Petrobras iniciar a exploração petrolífera na região.
O órgão informou que o plano da Petrobras para a área não apresenta garantias para atendimentos à fauna em possíveis acidentes com o derramamento de óleo, e que viu lacunas na previsão de impactos da atividade em três terras indígenas em Oiapoque.
A Petrobras declarou que atendeu a todos os requisitos do Ibama no processo de licenciamento e que a área em que pretende perfurar o poço está a 175 km costa do Amapá e a mais de 500 km da foz do Rio Amazonas.
O Ministério de Minas e Energia declarou que recebeu a decisão do Ibama com naturalidade e respeito, e que o poço, de pesquisa, serviria para reconhecimento do subsolo e das potencialidades da região.
Na primeira manifestação sobre o assunto, Lula (PT) disse nesta segunda-feira (22) achar difícil haver algum problema para a Amazônia, mas que ainda avaliaria o caso.
“Se explorar esse petróleo tiver problemas para a Amazônia, certamente não será explorado. Mas eu acho difícil, porque é 530 km de distância da Amazônia. Mas eu só posso saber quando eu chegar lá [no Brasil]”, declarou o presidente pouco antes de deixar o Japão, onde estava para a participar da cúpuula do G7.
Corais da Amazônia
Corais da Amazônia — Foto: Greenpeace/Divulgação
Em 2016, recifes de corais foram descobertos na costa do Amapá em meio ao anúncio de exploração de petróleo na região. Os “corais da Amazônia”, de acordo com a organização não-governamental (ONG) internacional Greenpeace, são formações únicas e seriam diretamente ameaçadas pela atividade petrolífera.
Os corais foram citados pela primeira vez em maio de 2016 por um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que explorou a costa Leste do Amapá, na fronteira com a Guiana Francesa.
De acordo com a pesquisa, os recifes são formados por corais, esponjas e rodolitos (algas calcárias).
Diante do estudo, os pesquisadores do Greenpeace fizeram em janeiro de 2017 a primeira expedição que, ao longo de 16 dias, mapeou e identificou as novas descobertas.
Veja abaixo algumas imagens capturadas que revelam um ecossistema rico em texturas, cores e formatos, que sobrevive em águas profundas e com pouca luminosidade.
O ecossistema ainda pouco conhecido fica a 100 quilômetros do litoral, próximo ao encontro das águas do Rio Amazonas e do Oceano Atlântico. Ele desperta grande curiosidade sobre como acontece a adaptação da vida marítima na mistura de água doce e salgada.
Inicialmente, foi estimado que os recifes teriam pelo menos 9.500 quilômetros quadrados, mas após a expedição, os cientistas estimam que eles podem ter até 56 mil quilômetros quadrados, em uma área que vai da Guiana Francesa, passa pelo Amapá e Pará e chega ao Maranhão.
Imagem submersa dos Corais da Amazônia — Foto: Greenpeace/Divulgação
Para o Greenpeace, os recifes estão ameaçados pelo fato de estarem localizados dentro dos lotes a serem explorados na bacia da foz do Amazonas.
“O Greenpeace atua nessa região com expedições científicas e conhece bastante a realidade. Existe uma total inviabilidade ambiental para essa exploração. Inclusive, esse termo é usado no parecer do Ibama. Somos do princípio da precaução, de se evitar qualquer intervenção o meio ambiente sem as garantias de que não vai ter impacto, disse Marcelo Laterman, porta-voz de Oceanos do Greenpeace Brasil.
Em 2018, uma petrolífera francesa que tentava explorar a mesma área teve a licença negada pelo Ibama.
Imagem submersa dos Corais da Amazônia — Foto: Greenpeace/Divulgação
Também em 2018, um projeto de lei para tornar os corais da Amazônia uma área de preservação permanente começou a tramitar na Câmara dos Deputados, mas a proposta foi rejeitada em dezembro de 2021 pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara.
Em meio à discussão sobre a possível liberação da exploração de petróleo na área próximas aos corais, ONGs, universidades e moradores da região temem as consequências de impactos ambientais ao ecossistema.
Manguezais da Amazônia
Área de mangue no Cabo Orange, no Amapá — Foto: ICMBio/Divulgação
Distribuídos pelos estados do Amapá, Pará e Maranhão, os manguezais da Amazônia correspondem a mais de 80% dos manguezais do Brasil e possui o maior cinturão ininterrupto do mundo.
De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Amapá é o terceiro maior estado do Brasil com uma área de 226 mil hectares de mangues, atrás do Pará (aproximadamente 390 mil hectares) e do Maranhão (505 mil hectares). O dado, segundo o instituto, consolida a importância da costa norte para a conservação da vegetação.
O mangue é um ambiente de transição entre o mar e o continente, entre a água salgada e a doce, entre os biomas terrestre e marinho, nas regiões tropicais e subtropicais.
Parque Nacional do Cabo Orange (PNCO), no Amapá — Foto: Marcus Cunha/ICMBio
Na Amazônia, o ecossistema gera verdadeiras florestas com árvores de grande porte. O solo se forma a partir de uma grande quantidade de matéria orgânica em decomposição que serve de alimento e habitat para diversas espécies de crustáceos e peixes.
No Amapá, ocorre entre o Oceano Atlântico e o Rio Amazonas, onde existem as áreas de várzea, protegidas pelos manguezais.
“Ele surge com o objetivo de proteger o próprio continente de impactos possíveis, como de um tsunami, por exemplo, ou de grandes ondas. Ele também é um berçário de espécies aquáticas, onde peixes, crustáceos e camarões usam para reprodução. O mesmo peixe que a gente consome no mercado, é o mesmo peixe que um dia viveu no mangue”, destacou Paulo Silvestro, analista ambiental do ICMBio.
A maior parte dos mangues amapaenses está localizada no Parque Nacional do Cabo Orange.
Parque Nacional do Cabo Orange
Ponta do Mosquito no Cabo Orange, no Amapá — Foto: Divulgação/ICMBIo
Com uma área de aproximadamente 657.318 mil hectares, o Parque Nacional do Cabo Orange está localizado nos municípios de Calçoene e Oiapoque, no Norte do Amapá, região também conhecida como Litoral Equatorial Amazônico.
As espécies florestais mais comuns na região são as árvores mangue-branco, mangue-vermelho e o negro.
O local abriga vários animais que estão ameaçados de extinção, entre eles gato-do-mato, cuxiú-preto, tartaruga-verde, tamanduá-bandeira, onça-pintada, peixe-boi marinho e peixe-boi-da-Amazônia.
Peixe-boi ameaçado de extinção volta à natureza após seis anos de resgate — Foto: Divulgação/Ibama
Um protagonista desta região é o peixe-boi chamado “Victor Maracá”. Ele foi resgatado e após viver por seis anos em uma piscina foi devolvido à natureza num rio na Aldeia do Manga, em Oiapoque.
Segundo o ICMBio, uma das visões que mais impressiona os visitantes é a grande concentração de aves, que utilizam a área para construção de ninhos nos mangues.
Aves migratórias no Cabo Orange — Foto: ICMBio/Divulgação
De acordo com o biólogo analista do ICMBio, o Amapá recebe anualmente algumas espécies de aves que fogem do inverno de países como o Canadá e os Estados Unidos e que passam o verão nesse ponto específico no Norte do Brasil.
“Tem animais que viajam milhares de quilômetros do Canadá e do Alasca (EUA) e vêm pra cá. O maçarico-rasteirinho, maçarico-de-perna-amarela. Do grande e do pequeno, vêm ficar aqui durante o inverno de lá, que tem muita neve e não tem comida”, comentou Silvestro.
Caranguejos-uçá — Foto: ICMBio/Divulgação
Outros protagonistas dessa área são os caranguejos-uça, crustáceos predominantes na região. A espécie se alimenta de folhas em decomposição, sementes e frutos de mangue.
A carne do caranguejo-uça é bastante apreciada na culinária, por isso é definido anualmente o período de defeso durante a época reprodutiva da espécie.
Conhecida como “andada”, essa fase acontece no início do ano, quando os caranguejos saem das tocas e andam aos montes pelos manguezais, em busca de acasalamento e para a liberação de ovos.
Caranguejos-uça na “andada” — Foto: CPRH
Esta área que compõe o Parque Nacional do Cabo Orange é apenas um recorte da rica biodiversidade existente na costa do Amapá.
Outras duas unidades de conservação litorâneas também guardam as riquezas do extremo norte do Brasil: a Reserva Biológica do Lago Piratuba e a Estação Ecológica Maracá-Jipioca, que abriga a “Ilha das Onças-Pintadas”, uma das regiões mais remotas do estado com acesso pelo município de Amapá.
Onça fotografada na Estação Ecológica Maracá-Jipioca, na chamada ‘Ilha das Onças-Pintadas’, no Amapá — Foto: Girlan Dias/ICMbio
Terras indígenas
Crianças e adultos participam da soltura de tracajás nas terras indígenas de Oiapoque — Foto: Marcelo Domingues/Instituto Iepé
Povos Indígenas temem a exploração de petróleo na costa do Amapá por acreditarem que a atividade deve provocar impactos ambientais em pelo menos quatro etnias que ficam ao norte do estado.
Renata Lod, vice coordenadora do Conselho de Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque (CCPIO), detalhou que os povos Karipuna, Galibi Marworno, Galibi Kali’ na e Palikur-Arukwayene vivem em 3 Terras Indígenas demarcadas e homologadas (TI Uaçá, TI Jumina e TI Galibi).
Comunidade indígena Açaizal — Foto: CCPIO/Divulgação
Ao todo, são cerca de 13 mil indígenas vivendo em 56 comunidades dentro de uma área contínua de 518.454 hectares, organizada em 5 regiões: BR-156, Rio Oiapoque, Rio Uaçá, Rio Urukawá e Rio Curipi.
A vice coordenadora disse que as comunidades receberam com satisfação o resultado do parecer do ibama.
“Ele apenas afirma aquilo que a gente vem tentando dialogar com a Petrobras todo esse tempo porque nós estamos tentando um diálogo para que o nosso protocolo de consulta seja respeitado, mas também para que a gente mostre os danos que isso pode trazer. Nós estamos vivendo as questões das mudanças climáticas e nós povos indígenas estamos vivendo na pele toda essa situação”, disse.
Terras indígenas podem ser afetadas por exploração na costa do Amapá — Foto: Maksuel Martins/Secom
Outra preocupação é a movimentação de aeronaves na região. Segundo Lod, o barulho pode causar transtornos nas aldeias, que não estão acostumadas com sobrevoos.
“A questão das aeronaves que passavam quase que diariamente em cima das nossas aldeias trazendo consequências tanto para as nossas crianças que se assustavam, quanto para a caça. Isso assustava as caças, tanto pássaros, quanto animais terrestres […] os nossos territórios vai sendo impactados com isso”, completou.
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
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