Brasil
Fundação Amazônia Sustentável beneficia famílias por projetos de infraestrutura
Desde 2008, a FAS atua na região amazônica com projetos, dentre eles, de educação, geração de renda e infraestrutura
Do Rio Purus, no estado do Amazonas.
Há 15 anos, a Fundação Amazônia Sustentável atua na região amazônica brasileira. Com projetos embasados nos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU, a instituição conta com programas de educação, geração de renda e infraestrutura, entre outros. De acordo com dados da organização, 14.397 famílias foram beneficiadas por projetos de infraestrutura em 119 comunidades durante o último ano. Enquanto, 21.526 famílias foram impactadas por projetos da FAS no decorrer dos 15 anos de atuação.
“A FAS é uma organização da sociedade civil cujo propósito é ‘Manter a Amazônia viva, com todos e para todos’. O atingimento desse propósito necessita o desenho e a implementação eficazes e eficientes tanto na Amazônia urbana quanto na profunda”, afirmou Valcléia Solidade é Superintendente de Desenvolvimento Sustentável da FAS, responsável pela gestão da superintendência dos programas oferecidos pela fundação.
Em 2018, quando completou dez anos de existência, a fundação – que conta, hoje, com 145 funcionários – conquistou o Certificado de Honra ao Mérito da Assembleia Legislativa do Amazonas, além do Prêmio Melhores ONGs, que também recebeu o mesmo reconhecimento nos anos de 2019 e 2021.
Os primeiros passos
A superintendente explica que tudo começa com a escuta ativa dos territórios a serem impactados pelos projetos por meio de oficinas comunitárias que buscam co-criar soluções – que podem ser expandidas e ampliadas por programas públicos. Os projetos abraçam os temas de educação, empoderamento, renda e empreendedorismo, infraestrutura, conservação ambiental, saúde, pesquisa, desenvolvimento e inovação.
O alinhamento ESG
O processo de diligência da organização segue alguns questionamentos definidos com base nos aspectos ESG (do inglês, meio ambiente, social e governança). O processo tem como fundamentação principal três questionamentos: A alta gestão está alinhada com o ESG?; quais são os projetos que estão alinhados com os princípios ESG? e como funcionam os indicadores e monitoramento desses impactos.
A análise é feita por uma empresa de consultoria e envolve análise de relatórios, entrevistas e outros. “A consultoria independente apresenta ao Conselho de Administração da FAS um relatório, apontando gargalos e pontos de atenção. Ainda no Conselho, representantes da empresa discutem potenciais pontos de atenção. Por fim, o Conselho de Administração da FAS delibera sobre a parceria”, comentou
Parcerias e a necessidade de investimentos
Solidade descreve como fundamental o papel das empresas e do investimento privado, se empenhando em transformar a curva de destruição em prosperidade na Amazônia. “Isto vai além dos investimentos em compensação ou mitigação dos impactos causados pelas empresas – pois isso é lei. Diversas bolsas de valores, inclusive a B3, remuneram melhor os acionistas que investem em empresas que investem coerentemente em ESG”, comenta.
Segundo a superintendente, se não houver investimento nas pessoas que cuidam da floresta, nenhum projeto ou ação terá êxito. “Devemos ter em mente que os territórios são formados por populações que estão inseridas neles e que tem tradições culturais inerentes aos diversos espaços ocupados por eles. Devemos valorizar a ancestralidade, culturas e costumes para que de fato o legado dessas populações possa continuar existindo”, pontuou Solidade.
Os programas
Os projetos da FAS estão divididos em cinco frentes: Educação, Empreendedorismo, Floresta em Pé, Saúde na Floresta e Soluções Inovadoras. O Programa Floresta em Pé (PFP), por exemplo, auxilia comunidades no manejo e bioeconomia de espécies locais, como o Pirarucu, Cacau e Guaraná. Em 2022, somente, foram contabilizados R$ 7 milhões de faturamento de negócios sustentáveis e, um deles é o cultivo do cacau na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) nas várzeas do Rio Madeira.
Além do apoio da FAS, a ação de cultivo do cacau conta com o suporte do Fundo Amazônia do BNDES para oferecer uma técnica de cultivo do cacau que conserve o solo e gera renda para os agricultores familiares. Este projeto segue alinhado com os ODS 1 (Erradicação da Pobreza), 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável), 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico), 12 (Consumo e Produção Responsáveis) e 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima).
Outro projeto é o Dicara (Programa de Desenvolvimento Integral de Crianças e Adolescentes Ribeirinhas da Amazônia) que, desde 2014, se propõe a fortalecer a autonomia de crianças e adolescentes de 0 a 17 anos nas zonas rurais e periféricas de Unidades de Conservação (UC) da região Amazônica. O programa se estrutura em três pontos focais: educação, cidadania e saúde. Assim como o programa Primeira Infância Ribeirinha e o Primeira Infância Amazonense (PIA) que focam em programas de saúde, além disso, a instituição conta com programa para mulheres e homens em diversas frentes.
Na área da saúde, Solidade destaca o projeto SUS na Floresta, que implementou 66 pontos de conectividade que possibilitaram a realização de quase 1080 teleatendimentos em saúde nas comunidades apoiadas pela fundação.
“Se a Amazônia tem esse valor tão importante para o Brasil e o planeta, deve-se considerar que o maior patrimônio são as pessoas que nela habitam e que têm cuidado com maestria do seu ecossistema e sua biodiversidade. Por isso é muito essencial investir nos territórios com infraestrutura social, econômica e ambiental, garantindo qualidade de vida para todos”, conclui Solidade.
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
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