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O que afeta as chances de reeleição de Biden em 2024?

As perspectivas de reeleição do presidente Biden vão depender de seu sucesso em impedir que a economia dos EUA caia na recessão, sua capacidade de encorajar e ajudar a alcançar a paz no conflito na Ucrânia e o papel do presidente Donald Trump na campanha republicana, disseram analistas políticos à Sputnik.

© AFP 2023 / Jim Watson

 

Na manhã de terça-feira (25), o presidente de 80 anos, o homem mais velho a ocupar o cargo, anunciou que concorreria a um segundo mandato de quatro anos à Casa Branca em novembro de 2024.
Em uma mensagem nas redes sociais, Biden disse que concorreria novamente porque “toda geração tem um momento em que teve que defender a democracia” e “suas liberdades fundamentais” e acredita que chegou a hora.

Possibilidade razoável

Apesar das críticas e das baixas avaliações nas pesquisas de opinião, Biden ainda tem uma chance razoável de ganhar um segundo mandato, observou o professor de história e estudos afro-americanos da Universidade de Houston, Gerald Horne.
“Ele tem 50% de chance de ser reeleito, embora as chances a seu favor aumentem se Trump for seu principal concorrente”, disse Horne.
No entanto, as perspectivas de Biden dependeriam, em última análise, de seu histórico na economia e na crise da Ucrânia, acrescentou Horne.
“Uma recessão ou agravamento do conflito na Ucrânia pode comprometer suas chances”, reconheceu o especialista.
Biden declarou sua candidatura para 2024 no quarto aniversário do anúncio de sua primeira candidatura à Casa Branca, observou Horne.
“Ironicamente, o governador [Ron] DeSantis, da Flórida, tem mais chances de derrotá-lo, mas agora está atrás de Trump nas pesquisas”, disse ele.

Economia: fator vital

O analista financeiro, colunista e ex-banqueiro Martin Hutchinson concordou que o histórico econômico de Biden antes da eleição seria vital.
“A chance [de Biden] de ser reeleito depende da economia entre agora e depois. Se tivermos uma recessão substancial, ele está frito”, disse Hutchinson.
Mas mesmo que a economia e outras questões explodam na cara de Biden, ele ainda pode vencer, acredita o analista.
Biden “provavelmente ainda teria 10% de chance de reeleição porque os republicanos poderiam estragar tudo ao gerar uma rebelião anti-Trump massiva caso Trump fosse o indicado”, afirmou.
Biden declarou deliberadamente sua intenção de concorrer novamente mais de um ano e meio antes da eleição, a fim de evitar que qualquer adversário sério surgisse em seu próprio Partido Democrata, explicou Hutchinson.
“[Eu] acho que agora é o mesmo timing de 2019. Se ele tivesse adiado [seu anúncio de reeleição], a chance de um rival democrata sério teria aumentado; anunciar agora antecipa isso”, disse ele.
Como titular da Casa Branca, Biden também teria a vantagem de não ser enfraquecido antecipadamente por debates intermináveis com outros candidatos de seu próprio partido, como os republicanos teriam de suportar, apontou Hutchinson.
“Não ter debates tornará a vida mais fácil para ele; seu pesadelo seria debater contra [qualquer] adversário sério”, disse o analista.
Se Trump se tornasse o candidato presidencial republicano pela terceira vez consecutiva, os democratas tentariam manipular o sistema para evitar expor Biden a quaisquer debates contundentes com ele, acredita Hutchinson.
“Os democratas encontrarão uma maneira de não debater com Trump nas eleições gerais [embora se considere que Trump tenha perdido o primeiro debate com Biden em 2020]”, concluiu.

Contraste com Trump

O professor de direito e comentarista político da Universidade George Mason, Francis Buckley, disse à Sputnik que muitos democratas gostariam de saudar mais uma campanha presidencial de Trump, pois acreditam que isso provavelmente os levaria a repetir a vitória sobre ele.
“A estratégia democrata é levantar uma bandeira vermelha diante de Trump para persuadi-lo a concorrer. O anúncio de Biden faz parte disso”, disse ele.
Biden também vai se beneficiar por ser percebido como um moderado relativo, enquanto a imagem de Trump continua sendo a de um outsider (considerado de fora do meio político), insurgente e extremista, observou Buckley.
“Biden também está bem-posicionado em uma corrida contra Trump porque todos os outros no partido são de esquerda. Portanto, o que Biden oferece aos eleitores é uma fachada de moderação, enquanto o que ele oferece aos progressistas é uma administração que eles de fato controlarão”, disse o especialista.
No entanto, Trump poderia mais uma vez vencer as probabilidades e desafiar as expectativas, como fez tantas vezes antes em sua carreira política meteórica, observou Buckley.
“Há uma chance de Trump vencer. Ele é um candidato melhor do que DeSantis porque, na realidade, ele é menos um ‘guerreiro cultural’. E as pessoas estão profundamente cansadas dos democratas”, afirmou.

Ucrânia

A Ucrânia é outro fator que pode pesar nas perspectivas de reeleição de Biden, disse o comentarista político e historiador Dan Lazare à Sputnik.
A atual administração está interessada na “vitória na Ucrânia ou pelo menos em um impasse contínuo”, acredita o especialista, projetando mais escalada nesta frente.
“Eu colocaria meu dinheiro em mais perturbações do que em menos. A situação na Ucrânia está cada vez mais perigosa e acho que é tolice imaginar que a situação continue como está por mais um ano e meio. Moscou pode ceder, embora eu ache que seja mais provável que Kiev desista”, disse ele.
Se assim for, Biden terá uma grande crise em suas mãos e “talvez não consiga sobreviver” a ela, disse Lazare.
O mesmo vale para China e Taiwan, uma região onde os Estados Unidos precisam de “paz, ou pelo menos ausência de guerra”, segundo o especialista.

Mundo

Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

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Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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