Brasília
No Hospital de Base, quatro farmácias garantem segurança aos pacientes
Para assegurar o adequado armazenamento e a correta dispensação para a população, medicamentos de uma das maiores unidades hospitalares do Centro-Oeste ficam em pontos distintos da estrutura
Um profissional, diversos papéis. Todos fundamentais para a prestação de um atendimento de excelência ao paciente. O farmacêutico atua em diferentes funções dentro de uma unidade hospitalar. Só no Hospital de Base (HB), por exemplo, existem a Farmácia Clínica, a Farmácia Hospitalar, o Laboratório Químico e a Radiofarmácia da Medicina Nuclear. Cada equipe com funções distintas que se complementam em algum momento.
“Além de ser uma exigência legal, os farmacêuticos atuam na segurança dos produtos recebidos, seu adequado armazenamento e a correta dispensação para os pacientes. Também atuam no estudo e na intervenção quanto às interações medicamentosas e na análise econômica dos tratamentos”, destaca o gerente geral de Assistência do Hospital de Base, Bruno Sarmento. “O Hospital de Base é pioneiro no Distrito Federal em Farmácia Clínica, área de atuação que contribui para a segurança dos pacientes”, acrescenta.
“Acredito que os médicos sentem o diferencial do nosso trabalho porque olhamos para o paciente de forma individualizada e não apenas para o medicamento”Nathália Lobão, chefe do Serviço da Farmácia Clínica do Hospital de Base
Farmácia Clínica
A Farmácia Clínica do Hospital de Base conta com 16 colaboradores. Os farmacêuticos atuam junto com a equipe assistencial, de médicos e profissionais da Enfermagem, para avaliação do paciente, prescrição do medicamento e orientação quanto ao seu uso. “Nosso trabalho agrega valor em saúde, segurança e qualidade ao atendimento que o hospital presta aos pacientes”, resume a chefe do Serviço da Farmácia Clínica do Hospital de Base, Nathália Lobão.
“Acredito que os médicos sentem o diferencial do nosso trabalho porque olhamos para o paciente de forma individualizada e não apenas para o medicamento”, destaca Nathália. Hoje, os farmacêuticos clínicos atual em 11 áreas do HB. Desde o contato inicial com o paciente, durante toda a internação e também no momento da alta médica, para garantir o acesso e a educação quanto ao uso da medicação em casa.
A equipe da Farmácia Clínica começou atendendo as UTIs. Hoje, atua também nos ambulatórios de Onco-Hematologia e Fibrose Cística e nas unidades de internação da Ortopedia, Neurocirurgia, Cardiologia, Cirurgia Vascular, Mastologia, Ginecologia Oncológica, Cabeça e Pescoço, Urologia e Pneumologia, Hematologia, Nefrologia e Oncologia. Desde outubro de 2022, a equipe está acompanhando também o Pronto-Socorro.
“A atuação do farmacêutico no ambiente hospitalar é sinônimo de qualidade e segurança no que se refere ao uso de insumos farmacêuticos, pois este profissional baseia suas ações no cumprimento das legislações sanitárias, mas sem perder de vista o cuidado humanizado”Sâmara Rafaela Vieira Assunção Monteiro, chefe do Núcleo de Insumos Farmacêuticos do Hospital de Base
Farmácia Hospitalar
Já a Farmácia Hospitalar atua em toda a cadeia logística dos insumos farmacêuticos, desde a seleção até a utilização pelo paciente, contribuindo para a otimização da assistência de forma segura e racional. A Farmácia Hospitalar do Hospital de Base abrange uma Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF), sete farmácias satélites, além de uma Central de Manipulação de Quimioterapia.
A CAF é responsável pelo controle, armazenamento, recebimento e dispensação de medicamentos e materiais médico-hospitalares, inclusive as órteses, próteses e materiais especiais, para as farmácias satélites e para todos os setores do hospital.
As farmácias satélites, por sua vez, são responsáveis pelo controle, armazenamento e dispensação dos insumos médico-hospitalares para os pacientes internados nas respectivas áreas onde essas farmácias estão presentes: Pronto-Socorro, UTI, Centro Cirúrgico, setores de internação, Hemodinâmica e Ambulatório.
Já a Central de Manipulação e Dispensação de Quimioterapia é responsável pelo controle, armazenamento, manipulação e dispensação dos medicamentos quimioterápicos para os pacientes internados no Hospital de Base e para os pacientes ambulatoriais.
Graças a uma comunicação efetiva com os demais profissionais, os farmacêuticos da Farmácia Hospitalar ajudam na identificação e prevenção dos problemas relacionados aos medicamentos, no controle de infecção hospitalar, informações para o uso seguro dos medicamentos, entre outros serviços tão importantes dentro de um hospital. “Essas ações coordenadas visam melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, explica a chefe do Núcleo de Insumos Farmacêuticos do Hospital de Base, Sâmara Rafaela Vieira Assunção Monteiro.
“A atuação do farmacêutico no ambiente hospitalar é sinônimo de qualidade e segurança no que se refere ao uso de insumos farmacêuticos, pois este profissional baseia suas ações no cumprimento das legislações sanitárias, mas sem perder de vista o cuidado humanizado”, destaca.
“Hoje, o laboratório clínico tem contribuído muito com a área médica, pelas diversas técnicas modernas usadas para realização de exames que podem ajudar nos diagnósticos”Lara Cristina Ferreira Malheiros, chefe do Laboratório Clínico do Hospital de Base
Laboratório Químico
O Laboratório Químico é onde são realizados os exames laboratoriais. Os farmacêuticos bioquímicos trabalham na análise desses exames, fazendo a correlação com o caso clínico do paciente e, por fim, elaborando um laudo para embasar o diagnóstico, o acompanhamento ou o tratamento do paciente. “Este trabalho é de grande importância, pois o paciente precisa de um resultado de exame para o atendimento e o acompanhamento médico”, detalha a chefe do Laboratório Clínico do Hospital de Base, Lara Cristina Ferreira Malheiros.
O papel do laboratório clínico dentro de um hospital é muito importante e o farmacêutico bioquímico exerce vários papéis, como a supervisão da fase pré-analítica, o processamento da amostra, a verificação da qualidade da amostra, até a emissão do laudo. “Hoje, o laboratório clínico tem contribuído muito com a área médica, pelas diversas técnicas modernas usadas para realização de exames que podem ajudar nos diagnósticos”, destaca Lara. A equipe é composta por dez colaboradores, farmacêuticos e bioquímicos.
“O objetivo é assegurar o uso do radiofármaco correto e na dose certa para cada paciente, assim como a finalidade pretendida. Para isso, são realizadas ações de farmacovigilância, conferência das prescrições e registros eletrônicos do radiofármaco e da dispensação em doses individuais, acompanhadas de correta identificação do paciente e do medicamento”Elaine Araújo Rocha Silva, gerente de Diagnóstico e Apoio Terapêutico da Medicina Nuclear do Hospital de Base
Radiofarmácia na Medicina Nuclear
A Radiofarmácia do Hospital de Base é responsável por todos os processos relacionados aos radiofármacos no contexto da Medicina Nuclear. É uma unidade clínica e administrativa, supervisionada por farmacêutico. A Radiofarmácia é responsável pela manipulação dos radioisótopos e radiofármacos, fracionamento e dispensação em doses individuais, respeitando os requisitos de proteção radiológica.
Os termos são complicados. Para entender melhor, os radiofármacos manipulados hoje no Hospital de Base estão relacionados principalmente aos exames realizados pelo PET-CT para os casos de oncologia, diagnóstico, estadiamento e detecção de recorrência ou progressão do câncer; e para iodoterapia nos casos de hipertireoidismo e o carcinoma diferenciado da tireoide. A Radiofarmácia é responsável ainda pelo controle de qualidade desses radiofármacos.
O trabalho da equipe de farmacêuticos busca garantir a segurança do paciente atendido na Medicina Nuclear. “O objetivo é assegurar o uso do radiofármaco correto e na dose certa para cada paciente, assim como a finalidade pretendida. Para isso, são realizadas ações de farmacovigilância, conferência das prescrições e registros eletrônicos do radiofármaco e da dispensação em doses individuais, acompanhadas de correta identificação do paciente e do medicamento”, detalha a gerente de Diagnóstico e Apoio Terapêutico da Medicina Nuclear do Hospital de Base, Elaine Araújo Rocha Silva. A Radiofarmácia conta com dois farmacêuticos bioquímicos e seu responsável técnico é o farmacêutico Ademar de Barros Lima Júnior.
Os radiofármacos se diferem dos medicamentos convencionais por apresentarem tempo de meia vida curto. Assim, eles exigem preparação pouco antes da administração, o que requer a preparação segura e efetiva tanto para o operador quanto para os pacientes, respeitando as diretrizes de proteção radiológica. Dentro da Radiofarmácia, o farmacêutico está envolvido em todas as fases da utilização do medicamento: planejamento, solicitação, recebimento e conferência dos insumos radioativos e não radioativos, assim como conferência das prescrições dos radiofármacos, documentação, manipulação, fracionamento, farmacovigilância e ensino.
“O índice de abastecimento de insumos, no último ano, alcançou patamares próximos aos de excelência, reflexo do elevado nível de dedicação e comprometimento desses profissionais, que não medem esforços em buscar sempre a melhor solução para o atendimento da rede assistencial”Savio Toledo Cavallari, gerente geral da Gerência Geral de Logística de Insumos
Logística e insumos
Além das farmácias do Hospital de Base, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) conta ainda com farmacêuticos na Gerência Geral de Logística de Insumos (GGLIN), localizada no Setor de Indústria e Abastecimento. Eles desenvolvem um trabalho fundamental para garantir o adequado abastecimento de insumos às unidades de saúde administradas pelo instituto. São responsáveis pela análise de estoques de insumos; pela elaboração de elementos técnicos que subsidiam os processos de compras; pela emissão de ordens de fornecimento; pelo monitoramento das entregas dos insumos; pela análise do consumo de insumos pelas unidades de saúde; e pelo monitoramento da distribuição dos insumos às unidades geridas pelo IgesDF.
“O índice de abastecimento de insumos, no último ano, alcançou patamares próximos aos de excelência, reflexo do elevado nível de dedicação e comprometimento desses profissionais, que não medem esforços em buscar sempre a melhor solução para o atendimento da rede assistencial”, afirma Savio Toledo Cavallari, gerente geral da GGLIN.
Responsável pela aquisição, armazenamento e distribuição dos medicamentos para as 15 unidades geridas pelo IgesDF, a área abrange a Gerência de Insumos Farmacêuticos e Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), a Coordenação de Insumos Laboratoriais e a Gerência de Almoxarifado e Patrimônio.
Os farmacêuticos dessas áreas atuam nos bastidores, principalmente para que não faltem insumos nas áreas assistenciais. O gerente de Insumos Farmacêuticos e OPME, Sandro de Sousa Alexandre, explica que é durante a aquisição e programação que o farmacêutico, além de analisar o custo-benefício, elabora parecer técnico, checando os registros sanitários necessários aos produtos e avaliando a existência de queixas técnicas. Já no armazenamento, o profissional busca preservar a qualidade do medicamento que envolve não apenas o processo de produção, mas também as etapas de transporte e armazenamento adequados, para que suas características farmacológicas não sejam comprometidas.
“O farmacêutico hospitalar também realiza toda a parte burocrática e administrativa de elaboração e revisão de documentos, assim como garante o cumprimento das normas de boas práticas exigidas pela Anvisa”, esclarece o gerente. “A atuação do farmacêutico hospitalar é muito abrangente, pois ele está presente ainda nas diversas comissões hospitalares, é responsável por ações de farmacovigilância, realiza manipulação de insumos, é pesquisador, é gestor, dentre diversas outras funções”, acrescenta. Em sua equipe, Sandro tem farmacêuticos atuando na Unidade Central de Administração (Ucad), nas unidades de pronto atendimento (UPAs) e em hospitais geridos pelo IgesDF.
Já a coordenadora de Insumos Laboratoriais, Regineth Cardoso Soares de Oliveira, explica que sua equipe executa as atividades relacionadas aos serviços de abastecimento em que o planejamento, a programação e a aquisição dos insumos laboratoriais têm um papel fundamental para assegurar o acesso aos exames laboratoriais clínicos para avaliação, diagnóstico, tratamento e acompanhamento do paciente. A Coordenação de Insumos Laboratoriais (COINL) é responsável por providenciar os insumos para os Núcleos de Laboratório Clínico, Núcleo de Citopatologia e Anatomia Patológica, Serviço de Banco de Leite Humano e Serviço de Hematologia e Hemoterapia, presentes nas unidades geridas pelo IgesDF.
“A gestão de logística e aquisição tem o objetivo de indicar um fluxo de abastecimento que possibilite o atendimento oportuno, a um custo racional e com qualidade, além da não ocorrência de faltas, excedentes e perdas por erros de projeção de demandas”, detalha a coordenadora. “Assim, é fundamental contar com uma equipe qualificada para desenvolver todas as etapas desse processo, dentro das exigências legais e administrativas que devem ser cumpridas”, conclui Regineth.
*Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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