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Turistas e moradores esperam até 5h para travessia na balsa de Ilhabela

Sem ponte até o continente, o serviço é o único acesso à ilha, com mais de 40 praias e um dos destinos mais buscados do verão

(Eduardo Frazão/Exame)

Turistas e moradores têm reclamado de fila de até cinco horas da balsa que faz a travessia de São Sebastião para Ilhabela, no litoral norte de São Paulo. Sem ponte até o continente, o serviço é o único acesso à ilha, com mais de 40 praias e um dos destinos mais buscados do verão. O Departamento Hidroviário (DH) órgão estadual, diz que a causa é o mau tempo, que obriga a reduzir a carga nas balsas. Mas usuários afirmam que há demora mesmo se o tempo é bom – parte vê piora ante o pré-pandemia.

llhabela tem 36 mil habitantes e a população mais que dobra na alta temporada. Turistas disputam balsas com moradores, fornecedores e prestadores de serviços. Há nove embarcações para a travessia, incluindo duas lanchas para pedestres. Conforme o site do DH, entre 17h e 20h de quinta-feira, 5, horário de pico, o tempo de espera, nos dois sentidos, oscilou entre 3 horas e meia e 5 horas. O tempo normal é de 30 minutos.

O serviço operava com capacidade reduzida para 242 veículos por hora (a capacidade plena é de 400), por causa da maré instável e dos ventos fortes. Nesta sexta, 6, ao meio-dia, com tempo bom e fora do pico, havia fila de até uma hora.

Duas balsas, a FB-25 e a FB-29, estão paradas para reforma. Segundo o DH, a FB-29 deve voltar ao serviço em fevereiro, antes do carnaval. Já a FB-25, a maior da frota, com capacidade para 85 veículos, só volta no fim de março. No lugar delas, foram postas três embarcações menores – duas operadas com ajuda de rebocadores. A atual gestão do DH diz ter reforçado o trabalho com uma nova balsa, que já está operando. E, para agilizar o fluxo, afirma ter adotado medidas como embarque e desembarque simultâneos e manutenção noturna de equipamentos.

CRÍTICAS

No dia 4, José Francisco Goiano, morador de Ilhabela de 65 anos, diz ter sofrido para ir a uma consulta médica em São Sebastião. “Mesmo com atendimento prioritário, foram mais de três horas aguardando”, diz. “Tenho ido ao Hospital Regional de Caraguatatuba para tratamento e, quando a consulta é às 7h, entro na fila às 4h30.”

A dirigente escolar Thays Ribeiro, da capital, disse que no réveillon de 2021 não havia pegado fila. Na época, medidas de quarentena já haviam sido revogadas, mas parte do público ainda não frequentava as praias por medo da covid.

Agora, não teve a mesma sorte para a virada de ano. “Foi a maior roubada, quase 5 horas para entrar e estou preocupada com a saída, pois tem fila 24 horas por dia.” Hoje, quando retornar, ela vai pegar a balsa de madrugada.

“Como a balsa não dá prioridade para funcionários de empresas que prestam serviços à população, deixamos de atender muita gente”, diz João Pedro Nunes, funcionário de uma empresa de telefonia, que vê na situação uma “tragédia” para moradores e turistas. “É lamentável um lugar tão bonito ficar tão inacessível por falta de competência dos gestores públicos”, critica Thays.

A Secretaria de Logística e Transportes na gestão 2019/22 afirma ter investido mais de R$ 21,2 milhões na modernização do sistema aperfeiçoando manutenções e reformando embarcações, flutuantes e pontes de acesso. Acrescenta que a manutenção passou a ser feita durante 24 horas e foram criados canais de informação em tempo real e o serviço ganhou lanchas exclusivas para pedestres e ciclistas.

FUTURO

Em dezembro de 2021, o Estado lançou edital de concessão à iniciativa privada das travessias litorâneas, mas o projeto foi suspenso após críticas de prefeitos de áreas incluídas na proposta. Segundo a gestão anterior disse à época, um dos objetivos da concessão era justamente o de evitar filas para os usuários dos serviços. Procurado, o DH, agora sob a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que vai revisar o projeto para checar sua viabilidade de implementação.

Em 7 de dezembro, o prefeito de Ilhabela, Toninho Colucci (PL), realizou audiência pública sobre as balsas, que ele defende municipalizar. “Acredito que com o novo governo estadual essa discussão possa ser retomada”, disse.

Na audiência, o então diretor da DH, José Reis, reconheceu que as duas balsas, sobretudo a JB-25, faziam falta no cotidiano de travessias. Segundo ele, a embarcação maior foi enviada para o estaleiro de Itajaí (SC), o único com as condições de realizar a reforma.

Comandante da Delegacia dos Portos de São Sebastião, André Abreu Castelo Soares disse, na mesma reunião, que as embarcações substitutas, operadas com rebocador, são homologadas e inspecionadas pela Marinha – o que inclui avaliação de segurança.

AGENDAMENTO

A travessia funciona 24 horas, com saídas de hora em hora de meia-noite às 5 da manhã, e de 30 em 30 minutos das 5h30 às 23h30. Carros pagam R$ 19 em dias úteis e R$ 28,50 aos sábados, domingos e feriados.

Existe um serviço chamado Hora Marcada, mas a tarifa mais do que dobra. Para carro, vai a R$ 46,40 em dia útil e a R$ 64,50 em finais de semana e feriados.

O horário pode ser agendado até 60 dias antes, mas é preciso chegar com no máximo 30 minutos de antecedência ou até 30 de atraso para realizar o embarque imediato.

O agendamento pode ser feito por e-mail (horamarcada@dh.sp.gov.br) ou pelos fones 13-3358.2743, 13-3358.3088 e 13-3358.2277.

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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