Brasil
Covid-19: Anvisa decide nesta terça se libera vacina bivalente da Pfizer
Segundo especialistas, os imunizantes disponíveis hoje nos postos de saúde do País conferem uma proteção mínima contra as novas variantes
A nova onda da covid-19 tem preocupado especialistas pela maior resistência às barreiras vacinais e transmissibilidade das novas cepas do coronavírus. Em meio a este cenário, a vacina bivalente da Pfizer se tornou uma esperança: por ser mais atualizada e conter uma mistura de cepas do vírus SarsCov-2, o imunizante pode garantir uma proteção maior contra as novas variantes.
O imunizante está em fase da aprovação para uso emergencial no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que realizará uma reunião extraordinária nesta terça-feira, 22, para decidir sobre a liberação.
Hoje, as subvariantes que mais preocupam autoridades sanitárias ao redor do mundo são a BQ.1 e a XBB, ambas da linhagem da Ômicron – variante contra a qual a vacina bivalente da Pfizer possui proteção específica, diferentemente dos imunizantes disponível no Brasil.
Segundo especialistas, os imunizantes disponíveis hoje nos postos de saúde do País conferem uma proteção mínima contra as novas variantes, mas é preciso que as pessoas tomem todas as doses de reforço necessárias. Para pessoas imunossuprimidas, como pacientes recém transplantados, pessoas com câncer ou doença de lúpus, os infectologistas afirmam que a imunização com a vacina bivalente, mais atualizada, é bastante importante.
As novas cepas e a vacina bivalente
A BQ.1 provocou surtos de covid-19 na Europa na metade do ano, foi encontrada no Brasil nos últimos meses e pode ser uma das responsáveis pelo aumento no número de casos da doença no País. Já a XBB tem maior número de casos na Ásia, em especial na Índia e em Cingapura, mas está mais ligada a casos fatais.
Segundo Julio Croda, médico infectologista da Fiocruz e professor da UFMS, apesar de os estudos sobre a proteção da vacina bivalente contra a BQ.1 ainda não terem sido concluídos, a composição do imunizante indica maior proteção contra a subvariante.
“A BQ.1 tem escape de reposta imune maior e já temos dados dela sobre anticorpo neutralizante, que está relacionado à proteção contra infecção. Dessa forma, fica claro que a vacina bivalente garante maior nível de anticorpo neutralizante e, portanto, maior proteção para a BQ.1?, diz o especialista.
Em nota, a Pfizer informou que ainda está investigando a taxa de efetividade da vacina atualizada em relação à BQ.1. No entanto, a farmacêutica afirma que já tem comprovação de que o imunizante aumenta significativamente o número de anticorpos contra a Ômicron e que pessoas que receberam esta vacina estão mais protegidas do que as que tomaram outros imunizantes.
Estudos iniciais
A última atualização feita no imunizante da Pfizer, que recebeu o nome de vacina bivalente, visa tanto a forma original do coronavírus quanto as variantes BA.4 e BA.5 da Ômicron. Os estudos estão na segunda fase de um total de três e as descobertas ainda não foram revisadas por pares, mas os resultados iniciais são positivos.
Segundo os dados já publicados pela Pfizer e pela BioNTech, em pessoas com mais de 55 anos, o reforço da vacina bivalente foi associado a um aumento de mais de 13 vezes nos níveis de anticorpos em comparação com os níveis pré-reforço.
“Esses dados demonstram que nossa vacina bivalente adaptada BA.4/BA.5 funciona conforme planejado para fornecer proteção mais forte contra as sublinhagens Omicron BA.4 e BA.5, disse Ugur Sahin, CEO e cofundador da BioNTech, parceira da Pfizer no desenvolvimento do imunizante, em um comunicado.
“Na próxima etapa e como parte de nossa abordagem baseada na ciência, continuaremos a avaliar a neutralização cruzada da vacina adaptada contra novas variantes e sublinhagens. Nosso objetivo é fornecer imunidade mais ampla contra a Covid-19 causado pelo SARS-CoV-2, incluindo Ômicron e outras cepas circulantes”, completou.
Aprovação no Brasil
Os técnicos da Anvisa vão se reunir nesta terça-feira às 18h para deliberar sobre duas solicitações de uso da vacina bivalente da Pfizer na população acima de 12 anos de idade. A reunião extraordinária foi convocada após o aumento de casos de covid-19 no País e a pressão de especialistas da saúde para que o órgão agilizasse os testes e a liberação do imunizante.
O pedido de uso emergencial da vacina foi encaminhado pela Pfizer à Anvisa no dia 30 de setembro deste ano e, desde então, o órgão tem analisado a demanda. Antes de a reunião ser a convocada, a agência e o Ministério da Saúde mantinham silêncio sobre o prazo para conclusão do procedimento e a previsão de quando as novas doses poderiam começar a ser aplicadas.
Em nota divulgada na semana passada, a Anvisa afirma que “os processos estão em fase final de análise pela área técnica”. A etapa seguinte ao término da avaliação pelos técnicos é o encaminhamento do parecer à Diretoria da agência para deliberação do pedido de uso emergencial. Quando questionada, a Avisa responde que ainda não fixada a data para a decisão e contemporiza que providências devem ser adotar “em breve”.
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
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