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Especialista: Gorbachev idealizou Rússia como parte da UE, mas se frustrou com hostilidade ocidental

Um ideal que não deu certo devido ao descumprimento de acordos por parte do Ocidente. O ex-presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, queria a integração da Rússia com a União Europeia, à época em gestação, mas se decepcionou porque, embora a Guerra Fria tenha se encerrado, a postura de hostilidade do Ocidente em relação à Rússia prosseguiu.

© AP Photo / Alexander Zemlianichenko

A autocrítica aparece na jornada do seu pensamento ao longo de décadas, segundo o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP) Cesar Albuquerque, que se debruçou sobre ensaios, artigos, livros, entrevistas e pronunciamentos de Gorbachev desde antes da ascensão ao poder, passando pelo período em que administrou o fim da União das Repúblicas Socialistas Sov­­­­­­­­­­­­­­­iéticas (URSS), até o começo do século XXI.
Há quatro eixos em sua pesquisa, cuja tese de doutorado será defendida em novembro na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da universidade: ideológico-político, doméstico, econômico e de política externa.
O ex-presidente soviético morreu na semana passada, aos 91 anos.

“Estamos falando de alguém que foi responsável por uma mudança estrutural da geopolítica global”, disse Albuquerque em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil.

Ex-presidente da União das Repúblicas Socialistas Sov­­­­­­­­­­­­­­­iéticas (URSS), Mikhail Gorbachev acena em evento em Moscou, em 7 de novembro de 1989 - Sputnik Brasil, 1920, 06.09.2022

Ele explica que o seu trabalho começa com a evolução do pensamento de Gorbachev até a chegada ao Kremlin e pouco antes de ele chegar ao posto de secretário-geral do Partido Comunista, equivalente ao cargo de líder máximo da União Soviética.
Nessa parte, Albuquerque investiga se já havia elementos ideológicos que levariam às reformas econômicas e sociais (Perestroika e Glasnost, respectivamente) da próxima etapa da análise, que é a gestão em si — calcada na tentativa de modernização do Estado por meio dessas reformas, no fim da Guerra Fria e no colapso da URSS.
Os últimos dois capítulos são relativos ao período pós-União Soviética.

“Na década de 1990, ele tinha uma produção bem intensa de livros, principalmente, e de alguns artigos muito publicados no exterior, onde ele tinha uma imagem bastante positiva nesse período pós-Perestroika. Ali, também, eu procuro demonstrar de que modo o pensamento dele reagia ao período [do ex-presidente da Rússia Boris] Yeltsin, que havia sido seu principal algoz na Perestroika, seu principal rival no período. [Há] a questão da identificação dele com a social-democracia, que é uma bandeira que ele passa a defender, e cria, depois, um partido, dois”, narra o pesquisador.

Em seguida, Albuquerque se debruça sobre a primeira década do século XXI, na relação de Gorbachev com a dinâmica da política russa, já sob a era Putin, e também com a política externa.

“E aí tem uma questão muito interessante, porque há, de uma certa forma, uma divergência [de Gorbachev] em relação ao assunto da política doméstica na Rússia, principalmente no fim da primeira década do século, no início dos anos 2010, mas um alinhamento em relação à política externa russa em tempos mais recentes”, indica.

A frustração com o Ocidente e o alinhamento à política externa de Putin

Para muitos analistas no Ocidente que acompanharam Gorbachev e que têm uma visão muito simplista do pensamento dele, pode parecer contraditório que o ex-presidente da URSS tenha defendido a reunificação da Crimeia à Rússia (aprovada em referendo popular em 2014) e o fim da Guerra Fria.
Mas não é bem assim, argumenta o pesquisador da USP: há uma coerência que liga ambos os pontos ao longo de décadas.
Ex-presidente da União das Repúblicas Socialistas Sov­­­­­­­­­­­­­­­iéticas (URSS), Mikhail Gorbachev, posa ao lado da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, em 15 de dezembro de 1984 - Sputnik Brasil, 1920, 06.09.2022
Já no começo da década de 1990 e após a dissolução da União Soviética, segundo a tese de Albuquerque, Gorbachev começa a falar sobre a questão do avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e de um descumprimento de acordos — ainda que naquele momento não houvesse nenhum documento oficial que comprovasse aqueles acordos.
O incômodo de Gorbachev era com a OTAN incorporando membros, inicialmente da Europa Oriental, e, depois, até de ex-repúblicas soviéticas.

“Isso era apontado por ele, sim, como um fator bastante negativo e um descumprimento de promessas que foram feitas nas negociações dele — tanto da não intervenção soviética na dissolução dos regimes da Europa Oriental, da Europa do Leste, quanto no processo de renegociação do tratado da União [Soviética], antes de a União Soviética ser desfeita”, mostra Albuquerque.

O ex-presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, durante participação em programa de rádio de Moscou, em 6 de março de 2012 - Sputnik Brasil, 1920, 06.09.2022
Nesse sentido, o discurso dele vai se tornando mais crítico a esse avanço da OTAN. E à própria incorporação da Alemanha na aliança militar, que, segundo o especialista, também é uma questão que Gorbachev aponta em alguns textos: havia um compromisso selado, ainda que verbalmente, com os líderes alemães e os líderes ocidentais de não ingresso do país germânico.
Mais tarde, a contragosto de Gorbachev, a Alemanha se tornou membro da coalizão.

“Isso ajuda a compreender essa continuidade, esse alinhamento em relação à política externa do Gorbachev para com o Putin, para a política externa que o Putin adota, principalmente depois de 2007: de recuperar o protagonismo da Rússia e, ao mesmo tempo, de se ver como, de algum modo, ameaçado com esse avanço da OTAN, que vai cercando cada vez mais as fronteiras russas e a [sua] esfera de influência natural [em países vizinhos] (ou, pelo menos, que a Rússia entende como natural dela ao longo da história). Isso para ele é muito claro. E é aquilo que eu comentei agora, em relação a essa frustração que ele de fato revela em vários textos, principalmente no fim da década de 1990 e no início [da] de 2000. Das oportunidades de cooperação, de aproximação e de integração, por exemplo, em relação à Europa, à integração europeia”, diz Albuquerque.

Como morreu o sonho do ‘lar comum europeu’

Gorbachev jamais se descreveu como “traído” pelo Ocidente. No entanto, pondera o pesquisador da USP, “frustrado” é uma expressão bastante interessante nessa dinâmica da política internacional, da cooperação econômica, do que ele imaginava que seria possível de se construir em termos geopolíticos.

“Em certo ponto, ele era bastante idealista. Os discursos dele, embora ele não seja um teórico por natureza, são de um político que também tem uma dimensão ideológica e teórica. Mas ele é, em primeiro lugar, um agente político. Ele tinha uma certa visão idealista, que em alguns aspectos o guiou ao longo das reformas e mesmo do que ele entendia, ao fim, do que seria um sistema político, um sistema econômico ideal — e que, no fim, não se concretizaram.”

Ex-presidente da União das Repúblicas Socialistas Sov­­­­­­­­­­­­­­­iéticas (URSS), Mikhail Gorbachev, conversa com lituanos na ex-república soviética, em 11 de janeiro de 1990 - Sputnik Brasil, 1920, 06.09.2022
Ex-presidente da URSS, Mikhail Gorbachev conversa com lituanos na ex-república soviética, em 11 de janeiro de 1990
Exemplo disso eram seus discursos ao fim da reforma econômica do Estado soviético, a Perestroika, que culminou com a extinção da URSS.

“O Gorbachev, no fim da Perestroika, falava muito no lar comum europeu. A Europa já tinha seu mercado comum e depois foi construindo as bases da União Europeia [UE]. E o Gorbachev defendia que a Rússia deveria fazer parte desse processo. A União Soviética, ainda, e mais tarde a Rússia, não poderiam ser excluídas desse processo de integração porque ela é parte natural da Europa historicamente. Ao longo de toda a sua história, a civilização russa também é europeia. Isso, para ele, acaba sendo mais frustrante porque ele vê a Rússia praticamente alijada de qualquer processo de integração. Muito pelo contrário: há a manutenção de uma lógica de hostilidade, de afastamento. E [da Rússia] vista sempre como ‘o outro’, como o diferente. Então isso para ele também era outro aspecto bastante frustrante”, avalia Albuquerque.

A visão idealista levou a certa ingenuidade no xadrez da política com o Ocidente, diz o pesquisador.

“Essa visão dele sobre acordos que ele, de algum modo, costurou (mas que não estavam formalizados), ou promessas de que uma redução das tensões levaria naturalmente a uma integração e a uma cooperação, depois vimos que não se construíram. A ajuda que o Ocidente depois vai oferecer à Rússia nos anos 1990, ela se dá através de mecanismos tradicionais como [os que] nós, por exemplo, na América Latina, sempre tivemos. É FMI, é receituário neoliberal: faz assim, o dinheiro vem; faz assim, o dinheiro não vem. Então existe toda uma forma como ele passa a, depois, enxergar que

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Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

Por

Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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