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Que implicações tem para Venezuela próxima visita de Erdogan?

O presidente venezuelano não está sentado à espera da decisão de Washington para reviver acordos sobre o petróleo e está criando alianças que lhe permitirão sair do impasse econômico, acredita o analista do RT Ociel Alí López.

© AP Photo / Burhan Ozbilici

A próxima visita do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, a Caracas, anunciada na terça-feira (12) pelo seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, demonstra que a Venezuela se está tornando um lugar estratégico no meio da disputa entre os blocos geopolíticos que têm se reconfigurado ao longo dos últimos anos, afirma o colunista do RT.
A informação sobre a visita foi divulgada durante a cerimônia de despedida do embaixador turco em Caracas, Sevki Mutevellioglu, embora as datas concretas não tenham sido reveladas.
A atitude beligerante da Turquia no concerto internacional faz com que o país no contexto atual se encontre em uma posição predominante, crê Ociel Alí López.
Há alguns anos, mais precisamente desde o fracasso do golpe de Estado na Turquia em 2016, Erdogan se aproximou a Moscou, embora a Turquia seja um membro ativo e reconhecido da OTAN desde 1952. A posição mencionada, bastante paradoxal na situação mundial atual, demonstrou este ano o poder real da Turquia na política internacional.
Desde o início do conflito na Ucrânia, Erdogan tem proposto a sua mediação, com a Turquia se posicionando como uma eventual cena para as negociações entre os governos em conflito.
A seguir, a Turquia aproveitou seu status de país-membro da OTAN para primeiro vetar e depois aprovar, embora com certas condições, a adesão da Suécia e Finlândia à organização, o que fez com que todos no mundo ficassem esperando a decisão final de Erdogan.
Por outro lado, o presidente turco se converteu em um aliado de Maduro, especialmente desde a implementação do programa de recuperação econômica iniciado no segundo governo do líder venezuelano, quanto este tinha perdido todas as linhas de crédito, inclusive dos seus aliados. Assim, em plena crise venezuelana, o governo e os empresários turcos abriram de súbito vários canais de comercialização.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan discursa durante as negociações entre a Rússia e a Ucrânia no Palácio Dolmabahce, Istambul, Turquia – Sputnik Brasil, 1920, 15.07.2022
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan discursa durante as negociações entre a Rússia e a Ucrânia no Palácio Dolmabahce, Istambul, Turquia
© Sputnik / Сергей Карпухин / Abrir o banco de imagens
Vale a pena lembrar que já em 2018 Erdogan visitou Caracas, mas naquela época o seu governo não mantinha a dominância no contexto internacional que retomou após o início do conflito na Ucrânia e o ressurgimento ofensivo da OTAN.
Nesta próxima viagem, Erdogan planeja apoiar de novo o líder venezuelano, buscando dar novo impulso ao reconhecimento definitivo que foi impedido por vários governos ocidentais, especialmente por parceiros dos turcos no âmbito da OTAN, que têm bloqueado o país caribenho desde vários flancos comerciais, financeiros e diplomáticos, em uma tentativa falhada de derrubar Maduro.
O Ocidente está se abrindo a Caracas?
Desde o início do conflito na Ucrânia, a Casa Branca acelerou a sua aproximação com Miraflores (residência do presidente venezuelano) ao ter enviado duas missões de alto nível a Caracas que conduziram a negociações diretas. Como resultado, um funcionário do governo venezuelano foi tirado da lista dos sancionados pelo Departamento do Tesouro norte-americano. Além disso, foi parcialmente retomado o comércio petrolífero venezuelano, com as empresas europeias Repsol e Eni tendo recebido autorização para cooperar com o país.
Em plena cúpula do G7, em junho, um comunicado do presidente francês solicitava a volta da Venezuela como fornecedor de petróleo ao mercado europeu.
Há múltiplas razões que fazem pensar que se tornou absurdo manter Caracas atrás de uma “cortina de ferro”, supõe o colunista do RT, uma vez que os preços do petróleo recentemente dispararam e o mundo está em ambiente de incerteza sobre o abastecimento energético mundial.
A chegada do presidente turco poderia ao final abrir os olhos dos seus aliados ocidentais à necessidade de pôr fim ao período de bloqueio da Venezuela.
Mesmo assim, pense o Ocidente o que pensar, já o próprio Maduro estabeleceu uma linha estratégica, que não depende tanto de Washington e de seus aliados fiéis.

Última viagem de Maduro

Durante a Cúpula das Américas em Los Angeles, aonde a Venezuela não tinha sido convidada, Maduro se dirigiu a Ancara para se reunir com o seu homólogo turco, demonstrando que não estava à espera de Washington, mas que estava desenhando sua própria agenda que não dependesse das decisões da Casa Branca sobre as sanções.
Ancara não foi o único destino do líder venezuelano. Além da Turquia, ele visitou cinco países asiáticos e africanos, todos possuindo importância no mercado petrolífero e energético: Irã, Argélia, Kuwait, Catar e Azerbaijão. Ao mesmo tempo, é de salientar que Maduro não fez visitas às potências onde tradicionalmente tinha buscado apoio e financiamento: China e Rússia.
Neste caso, prevaleceram as intenções comerciais de desenvolver laços com os países aliados, como a própria Turquia, e reanimar as relações com países historicamente próximos à Venezuela devido à sua participação na Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
Ainda não conhecemos em profundidade os acordos que Maduro teria alcançado com os diferentes países que visitou, mas certamente dizem respeito a tais áreas como o gás, petróleo, petroquímica, refino e produção de alimentos. Ele especificou, ao chegar a Caracas, que estava esperando nas próximas semanas empresários de todos os países percorridos durante a viagem.
Neste contexto, as sanções financeiras que foram aplicadas à Venezuela, bem como aos países que queriam fazer comércio com ela, parecem já estarem sendo retiradas, antes de mais devido à sua ineficácia, conclui o analista do RT.

Mundo

Corte japonesa ordena que governo pague indenização por esterilizações forçadas

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Cerca de 25 mil japoneses foram vítimas de lei que tinha objetivo de “prevenir aumento dos descendentes inferiores”

 

Vista aérea de Tóquio
Getty Images

 

Numa decisão histórica, o Supremo Tribunal do Japão ordenou ao governo que pagasse indenizações às pessoas que foram esterilizadas à força ao abrigo de uma lei de eugenia agora extinta, decidindo que a prática era inconstitucional e violava os seus direitos.

A Lei de Proteção Eugênica, em vigor entre 1948 e 1996, permitiu às autoridades esterilizar à força pessoas com deficiência, incluindo aquelas com perturbações mentais, doenças hereditárias ou deformidades físicas e lepra. Também permitia abortos forçados se um dos pais tivesse essas condições.

A lei tinha como objetivo “prevenir o aumento dos descendentes inferiores do ponto de vista eugênico e também proteger a vida e a saúde da mãe”, segundo uma cópia da lei – que listava “notável desejo sexual anormal” e “notável inclinação clínica” entre as condições visadas.

Cerca de 25 mil pessoas foram esterilizadas sem consentimento durante esse período, de acordo com a decisão do tribunal, citando dados do ministério.

Embora o governo tenha oferecido compensar cada vítima em 3,2 milhões de ienes (cerca de US$ 19,8 mil) em 2019, ao abrigo de uma lei de assistência, as vítimas e os seus apoiadores argumentaram que isso estava longe de ser suficiente.

A decisão de quarta-feira (3) abordou cinco ações desse tipo, movidas por demandantes de todo o país em tribunais inferiores, que depois avançaram para a Suprema Corte.

Em quatro desses casos, os tribunais inferiores decidiram a favor dos demandantes – o que o Supremo Tribunal confirmou na quarta-feira, ordenando ao governo que pagasse 16,5 milhões de ienes (cerca de US$ 102 mil) aos atingidos e 2,2 milhões de ienes (US$13 mil) aos seus cônjuges.

No quinto caso, o tribunal de primeira instância decidiu contra os demandantes e rejeitou o caso, citando o prazo de prescrição de 20 anos. O Supremo Tribunal anulou esta decisão na quarta-feira, qualificando o estatuto de “inaceitável” e “extremamente contrário aos princípios de justiça e equidade”.

O caso agora é enviado de volta ao tribunal de primeira instância para determinar quanto o governo deve pagar.

“A intenção legislativa da antiga Lei de Proteção Eugênica não pode ser justificada à luz das condições sociais da época”, disse o juiz Saburo Tokura ao proferir a sentença, segundo a emissora pública NHK.

“A lei impõe um grave sacrifício sob a forma de perda da capacidade reprodutiva, o que é extremamente contrário ao espírito de respeito pela dignidade e personalidade individuais, e viola o artigo 13º da Constituição”, acrescentou – referindo-se ao direito de cada pessoa à vida, liberdade e a busca pela felicidade.

Após a decisão de quarta-feira, os manifestantes do fora do tribunal – homens e mulheres idosos, muitos em cadeiras de rodas – celebraram com os seus advogados e apoiadores, erguendo faixas onde se lia “vitória”.

Eles estão entre o total de 39 demandantes que entraram com ações judiciais nos últimos anos – seis deles morreram desde então, de acordo com a NHK, destacando a urgência desses casos à medida que as vítimas chegam aos seus anos finais.

Numa conferência de imprensa após a decisão do tribunal, o secretário-chefe do gabinete, Yoshimasa Hayashi, expressou o remorso e o pedido de desculpas do governo às vítimas, informou a NHK. O governo pagará prontamente a compensação e considerará outras medidas, como uma reunião entre os demandantes e o primeiro-ministro Fumio Kishida, disse ele.

Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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Polícia desmobiliza protesto pró-Palestina no parlamento australiano

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Manifestantes carregavam faixa em que denunciavam Israel por crimes de guerra

 

Polícia desmantela protesto pró-Palestina no Parlamento Australiano
Reuters

 

Quatro manifestantes pró-Palestina foram levados sob custódia policial nesta quinta-feira (4) depois de escalarem o telhado do parlamento australiano em Canberra.

Os manifestantes, vestidos com roupas escuras, permaneceram no telhado do prédio por cerca de uma hora. Eles estenderam faixas pretas, incluindo uma que dizia “Do rio ao mar, a Palestina será livre”, um refrão comum dos manifestantes pró-Palestina, e entoaram slogans.

Os manifestantes empacotaram suas faixas antes de serem levados pela polícia que os aguardava por volta das 11h30, horário local.

CNN

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Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

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País se prepara para entrar em uma nova era política com provável derrota do grupo há 14 anos no comando

 

Reino Unido vai às urnas hoje em eleição que deve tirar Conservadores do poder

 

Os britânicos vão às urnas nesta quinta-feira (4) em uma votação histórica para eleger um novo parlamento e governo nas eleições gerais. Pesquisas atuais indicam que o atual primeiro-ministro Rishi Sunak, do Partido Conservador, vai perder, encerrando uma era de 14 anos do grupo no poder.

A eleição é um referendo sobre o tumultuado governo dos Conservadores, que estão no comando do Reino Unido desde 2010 e passaram por uma crise financeira global, o Brexit e a pandemia.

Se os Trabalhistas obtiverem 419 assentos ou mais, será o maior número de assentos já conquistados por um único partido, superando a vitória esmagadora de Tony Blair em 1997.

Como funcionam as eleições?

O parlamento britânico tem 650 assentos. Para ter maioria, é preciso conseguir 326 assentos.

Após uma campanha de semanas, as urnas serão abertas às 7h, no horário local, desta quinta-feira (3h, horário de Brasília), e permanecerão abertas até às 22h.

Os britânicos podem votar em cada um dos 650 distritos eleitorais do país, selecionando o candidato que representará a área.

O líder do partido que ganhar a maioria desses distritos eleitorais se torna primeiro-ministro e pode formar um governo.

Se não houver maioria, eles precisam procurar ajuda em outro lugar, governando como um governo minoritário — como Theresa May fez após um resultado acirrado em 2017 — ou formando uma coalizão, como David Cameron fez depois de 2010.

O monarca tem um papel importante, embora simbólico. O rei Charles III deve aprovar a formação de um governo, a decisão de realizar uma eleição e a dissolução do Parlamento. O rei nunca contradiz seu primeiro-ministro ou anula os resultados de uma eleição.

A votação antecipada desta quarta-feira (4) foi convocada por Sunak. O atual primeiro-ministro era obrigado a divulgar uma eleição até janeiro de 2025, mas a decisão de quando fazê-lo cabia somente a ele.

O evento, contudo, provavelmente inaugurará um governo de centro-esquerda liderado pelo ex-advogado, Keir Starmer.

Rei Charles recebe Rishi Sunak no Palácio de Buckingham / Reprodução/ Palácio Buckingham

Quem é Keir Starmer?

O rival de Rishi Sunak é o líder trabalhista Keir Starmer, que é amplamente favorito para se tornar o novo primeiro-ministro britânico.

Ex-advogado de direitos humanos muito respeitado que então atuou como o promotor mais sênior do Reino Unido, Starmer entrou na política tarde na vida.

Líder trabalhista Keir Starmer em Blackpool / 3/5/2024 REUTERS/Phil Noble

Starmer se tornou um parlamentar trabalhista em 2015 e menos de cinco anos depois era o líder do partido, após uma passagem como secretário do Brexit no Gabinete Paralelo durante a saída prolongada do Reino Unido da União Europeia.

O britânico herdou um partido que se recuperava de sua pior derrota eleitoral em gerações, mas priorizou uma reformulação da cultura, se desculpando publicamente por um escândalo de antissemitismo de longa data que manchou a posição do grupo com o público.

Starmer tentou reivindicar o centro político do Reino Unido e é descrito por seus apoiadores como um líder sério e de princípios. Mas seus oponentes, tanto na esquerda de seu próprio partido quanto na direita do espectro político, dizem que ele não tem carisma e ideias, e o acusam de não ter conseguido estabelecer uma visão ambiciosa e ampla para a nação.

Quando saíram os resultados?

Após a abertura das urnas nesta quinta-feira (3), a mídia britânica estará proibida de discutir qualquer coisa que possa afetar a votação.

Mas no momento que a votação acabar, uma pesquisa de boca de urna será divulgada e definirá o curso da noite. A pesquisa, feita pela Ipsos para a BBC, ITV e Sky, projeta a distribuição de assentos do novo parlamento, e historicamente tem sido muito precisa.

Os resultados reais são contados ao longo da noite; o escopo do resultado da noite geralmente fica claro por volta das 3 da manhã, horário local (23h, horário de Brasília), e o novo primeiro-ministro geralmente assume o cargo ao meio-dia.

Mas as coisas podem demorar mais se o resultado for apertado ou se as vagas principais forem decididas na reta final.

De qualquer forma, a transferência de poder acontecerá no fim de semana, dando ao novo governo algumas semanas para trabalhar em legislações importantes antes do recesso parlamentar de verão.

CNN

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