Brasília
Projeto que define o modelo de gestão da UnDF será concluído este mês
Com investimento de R$ 3,48 milhões, o trabalho vem sendo realizado há dois anos para contribuir com a efetivação de um sistema próprio de educação superior no DF que seja referência nacional
O projeto de pesquisa Uma Universidade Distrital deve concluir, até o dia 15 deste mês, um estudo de modelo de gestão de ensino superior para a Universidade do Distrito Federal Professor Jorge Amaury Maia Nunes (UnDF), a primeira instituição pública do sistema de educação superior distrital.
“As pesquisas que vêm sendo desenvolvidas são importantes balizas para que a política de educação superior pública distrital seja ampliada com qualidade e equidade”
Simone Benck, reitora pro tempore da UnDF
O trabalho vem sendo executado ao longo dos dois últimos anos pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), em parceria com a Fundação de Apoio à Pesquisa e Inovação do Distrito Federal (FAP-DF) e a UnDF. Com investimento de cerca de R$ 3,48 milhões, a iniciativa foi construída em quatro etapas e contém as atividades e os estudos necessários para a efetivação de um sistema próprio de educação superior no DF.
“As pesquisas que vêm sendo desenvolvidas são importantes balizas para que a política de educação superior pública distrital seja ampliada com qualidade e equidade. Com os estudos em mãos, a UnDF tem à disposição ferramentas sólidas para que sua oferta de ensino seja informada com evidências científicas que corroborem o desenvolvimento socioeconômico e tecnológico local”, ressalta a reitora pro tempore da UnDF, Simone Benck.
Segundo os estudos, em toda a Ride a oferta do ensino superior está concentrada em 88 instituições acadêmicas, das quais 72 têm sede no DF e 16 estão espalhadas pelos demais municípios que integram a Ride, todas privadas
As atividades incluem elaboração de propostas de políticas de desenvolvimento institucional, acadêmicas, de gestão, de planejamento e de avaliação. Também serão elaborados as propostas de macropolíticas de Educação a Distância (EaD) e documentos, como a Proposição de Estatuto Universitário.
Neste mês também serão apresentadas as propostas de implementação dos serviços digitais da nova instituição, como o projeto de biblioteca virtual, o sistema informatizado de gestão acadêmica e o projeto da estrutura tecnológica computacional – este com capacidade de processamento compatível com as demandas necessárias ao funcionamento da universidade distrital.
Segundo a coordenadora-geral do projeto de pesquisa, Cláudia Griboski, os resultados têm como objetivo contribuir com a implantação de uma instituição forte e transformadora que será referência na educação superior.
Estudos buscam contribuir para que o ensino superior do DF se torne uma referência para outras instituições no Brasil | Foto: Arquivo Agência Brasília
“As propostas de documentos institucionais, cuidadosamente elaboradas pelo Cebraspe, trazem uma formação universitária pautada na articulação metodológica dos quatro is – Interdisciplinaridade, Inovação, Internacionalização e Inclusão”, aponta a gestora. “A implantação da UnDF é a concretização do sonho de uma coletividade, e suas ações impactarão não só a comunidade do Distrito Federal, mas toda a educação brasileira.”
Junto a seus parceiros, o Cebraspe já concluiu os estudos de viabilidade de uma universidade distrital que levantaram dados essenciais para a nova instituição. Estão incluídas investigações sobre impacto e custos de implantação, pesquisa sobre a oferta e a demanda de educação superior – pública e privada – no DF e na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride), além da elaboração de um panorama do ensino acadêmico no DF, com seus desafios e perspectivas.
“Percebemos, durante esse tempo de pandemia, a importância e a urgência da utilização de tecnologia no ensino público, e a pesquisa que o Cebraspe fez, a partir do fomento da FAP-DF, apresenta uma possibilidade para a UnDF do ensino a distância com uma estrutura inovadora e tecnológica”
Marco Antônio Costa Júnior, diretor-presidente da FAP-DF
O diagnóstico concluiu que a UnDF deve trazer impactos positivos para a economia distrital. Entre os desafios a serem enfrentados pela instituição, está a implantação de quatro mestrados e dois doutorados, conforme recomendação da Capes.
Ainda segundo os estudos, em toda a Ride a oferta do ensino superior está concentrada em 88 instituições acadêmicas, 72 das quais têm sede no DF – cinco públicas e 67 privadas -, enquanto outras 16, todas privadas, estão espalhadas pelos demais municípios que integram a Ride.
Nesse grupo, havia apenas duas instituições de ensino superior: a Universidade de Brasília (UnB), pública e federal, e a Universidade Católica de Brasília (UCB), privada sem fins lucrativos, o que significa que a maior parte das universidades da região são unidades não universitárias privadas. Os dados são do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), referentes aos Censos da Educação Superior (CenSup), de 2010 a 2019.
“Percebemos, durante esse tempo de pandemia, a importância e a urgência da utilização de tecnologia no ensino público; e a pesquisa que o Cebraspe fez, a partir do fomento da FAP-DF, apresenta uma possibilidade para a UnDF do ensino a distância com uma estrutura inovadora e tecnológica, [oferecendo,] por exemplo, a utilização de uma biblioteca virtual e uma melhoria no modelo de aplicação nas aulas práticas, um diferencial para o ensino superior público em nossa capital”, afirma o diretor-presidente da FAP-DF, Marco Antônio Costa Júnior.
O Centro também já concluiu a fase de identificação de alguns modelos de gestão inovadores, bem como algumas metodologias e tecnologias de ensino superior atrativas, subsidiando a UnDF na incorporação de boas práticas universitárias. Estiveram sob análise no benchmarking (processo de avaliação de uma empresa ou instituição em relação à concorrência) as boas práticas adotadas em seis universidades nacionais públicas e privadas e quatro internacionais.
Entre as boas práticas observadas, constam gestão descentralizada e participativa e atividades de sustentabilidade dos campi nas áreas da eficiência energética, uso da água, reciclagem e mobilidade, entre outras.
Para incentivar a inovação, os resultados do benchmarking recomendam a presença do setor produtivo na universidade (com os laboratórios corporativos), a atuação dos parques tecnológicos, a presença de incubadoras e a criação de um núcleo de empreendedorismo.
O Cebraspe também entregará propostas de arquiteturas curriculares, instrumentos de avaliação acadêmica, regulamentos e projetos pedagógicos, além dos currículos dos cursos selecionados pela UnDF.
Para saber mais sobre o projeto de pesquisa Uma Universidade Distrital, acesse o site projetoundf.com.br.
*Com informações da UnDF
Motoristas que passaram pelo local estranharam a fumaça preta que sai das torres, que se trata, na verdade, de uma simulação de incêndio
Uma fumaça no Congresso Nacional assustou os brasilienses nesta sexta-feira (21/6). Quem passou pelo local, observou uma fumaça preta saindo pelas torres do órgão e se preocupou. Vídeos gravados pelos moradores da capital mostram o momento, confira:
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A fumaça se trata, na verdade, de um procedimento para exercício de enfrentamento de emergência, realizado pela Seção de Prevenção e Combate contra Incêndios do Departamento de Polícia Legislativa (Seprin/Depol) no Anexo I.
O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBM-DF) confirmou que a fumaça se trata da simulação.
A data da simulação não foi incialmente anunciada e terá duração de aproximadamente duas horas. A energia do edifício foi desligada e não é autorizada movimentação de veículos no estacionamento até o término da ação.
Brasília
Governo federal libera mais R$ 1,8 bilhão para ações de apoio ao RS
Crédito extraordinário foi autorizado por meio de medida provisória
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
>> Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
– Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
– Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
– Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
– Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
– Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
– Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
– Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
– Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender “a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.
Por Agência Brasil
Brasília
Senador abastece carros da família com verba pública; gasto por mês daria para cruzar 4 vezes o país
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O senador Alexandre Luiz Giordano (MDB) manteve perfil discreto desde que assumiu o cargo por ser suplente de Major Olímpio (do antigo PSL), que morreu em 2021 durante a pandemia vítima de Covid-19. Ele tem chamado atenção no meio político, porém, pela prestação de contas com combustíveis e seu périplo por restaurantes caros de São Paulo.
Levantamento da Folha de S.Paulo mostra que gastos de mais de R$ 336 mil abasteceram carros de Giordano, de seu filho e também de uma empresa da família. Com o combustível em preços atuais, o total seria o suficiente para dar 17 voltas na Terra. A média mensal de gastos com o item, de cerca de R$ 9.000, possibilitaria cruzar o país, em uma linha reta do Oiapoque ao Chuí, quatro vezes por mês.
O senador diz não haver irregularidade nos gastos e que não utiliza toda a verba disponibilizada. Ele ainda justifica o uso de veículos particulares para economia e afirma que o STF (Supremo Tribunal Federal) já arquivou questionamento sobre gasto de combustível. A apuração, porém, não esmiuçava todos os detalhes dos gastos do senador ao longo de três anos.
Os dados no site do Senado apresentam limitações por misturar despesas com locomoção, hospedagem, combustível e alimentação uma minoria de senadores traz um detalhamento ampliado, o que não ocorre nos dados relativos a Giordano. Nessa categoria mais ampla, Giordano tem o sexto maior gasto desde que assumiu, com um total de R$ 515 mil. A reportagem localizou R$ 336 mil em despesas exclusivamente com postos de gasolina por meio da análise do nome dos estabelecimentos, que é de longe o maior entre senadores por São Paulo.
Pelo mesmo recorte, o senador Astronauta Marcos Pontes (PL), por exemplo, gastou por volta de R$ 10 mil em postos de gasolina e centros automotivos nos últimos três anos. Já Mara Gabrilli (PSD) gastou R$ 26 mil. No caso de Giordano, a maioria das notas está concentrada no Auto Posto Mirante (R$ 183 mil), zona norte da capital paulista, região do escritório político e empresas da família do senador. Outro posto, o Irmãos Miguel consta de reembolsos que somam por volta de R$ 122 mil. O estabelecimento fica na cidade de Morungaba, de menos de 14 mil habitantes, no interior de São Paulo.
O lugar abriga o Hotel Fazenda São Silvano, do qual Giordano é dono. O senador não detalhou por qual motivo concentra tamanho gasto em combustível na cidade. A Folha de S.Paulo também encontrou gastos em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. Todas registradas em finais de semana, quatro notas, totalizam gastos de R$ 1.200 no Auto Posto Ipiranguinha, que fica na rodovia Oswaldo Cruz a reportagem localizou ação judicial do ano passado que cita um imóvel do filho de Giordano, Lucca, em condomínio a cerca de 2 km do local.
Em um dos domingos em Ubatuba, em janeiro de 2023, também foi registrado um gasto R$ 255 com um pedido de um abadejo para dois. Na época desse gasto, o Senado estava em recesso. A reportagem encontrou diversos gastos com refeições aos finais de semana, mesmo durante a pausa do Legislativo. As despesas do senador com alimentação chamam a atenção pela predileção por restaurantes caros, conforme foi revelado pelo Metrópoles.
Em março, há uma nota fiscal de R$ 681 da churrascaria Varanda Grill, na região da Faria Lima, que incluiu dois carrés de cordeiro por R$ 194 cada. Em 2022, o ressarcimento foi de R$ 810 na churrascaria Rodeio, em Cerqueira Cesar, com direito a uma picanha para dois no valor de R$ 385. A lista traz locais como Fogo de Chão, Outback, Jardim Di Napoli e Almanara.
A exigência não vai apenas para os pratos. Uma nota fiscal do restaurante Cervantes traz R$ 144 apenas em seis unidades de água, das marcas premium San Pellegrino e Panna. Em 2018, Giordano declarou R$ 1,5 milhão em bens à Justiça Eleitoral. Desafeto de Ricardo Nunes (MDB), Giordano levou para Guilherme Boulos (PSOL) seu apoio, mas também um histórico de polêmicas na política.
O caso mais ruidoso veio à tona em 2019, quando Giordano foi personagem de uma crise política no Paraguai envolvendo a usina hidrelétrica binacional de Itaipu. Segundo as investigações, o então suplente usou o nome da família Bolsonaro para se credenciar na negociação da compra de energia. Ele nega ter falado em nome do governo ou do clã Bolsonaro.
SENADOR DIZ QUE USA CARROS PARTICULARES PARA ECONOMIZAR
O senador Giordano afirma que os os gastos já foram analisados pelo Senado, pela Procuradoria Geral da República e pelo STF, sendo que os dois últimos arquivaram procedimento preliminar “por entenderem que não há qualquer ilegalidade nos apontamentos realizados”.
O MPF havia pedido à corte que intimasse o senador após apurar gasto de R$ 3,9 mil em gasolina e diesel em um só dia. O arquivamento aconteceu após explicação de que esse tipo de gasto se referia a 15 dias ou mais, e não a uma única visita.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, aceitou o argumento e ressaltou que os gastos não ultrapassam o limite mensal de R$ 15.000 para este tipo de item. Giordano diz que cota parlamentar contempla também de sua assessoria quando em atividade e afirma que “utiliza e disponibiliza para seus assessores, quando em apoio à atividade parlamentar, os veículos que possui”. Ele afirmou ainda que assessores utilizam, se necessário, os próprios veículos para deslocamentos no âmbito da atividade também.
A resposta aconteceu após a reportagem enviar quatro placas de veículos à assessoria de Giordano, no nome dele, do filho e de empresa da família, que constavam das notas. Ele justifica o uso dos automóveis para “evitar a ampliação do uso da verba de gabinete com aluguéis de veículos” e que os gastos nos postos citados ocorrem por questões logísticas. “Vale ressaltar que este parlamentar não utiliza toda a verba disponibilizada, tendo mensalmente sobras acumuladas”, afirma, em nota.
O senador ainda afirmou que atividade parlamentar não se restringe a dias úteis, “estando o parlamentar em contato constante com sua base para atender às demandas postas”. Giordano também afirmou que os gastos com alimentação ocorrem no exercício de atividades parlamentares e que as refeições mencionadas estão ligadas ao cumprimento do mandato, estando em conformidade com a lei.
A reportagem localizou recibos com placas de veículos em nome do filho do senador, Lucca Giordano, de empresa da família e do próprio parlamentar as notas citam o senador como cliente. A maioria dos comprovantes, porém, não especifica o carro abastecido.
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