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Eleição presidencial: a importância de Minas Gerais para decidir o vencedor

Nas últimas eleições presidenciais, o postulante ao Palácio do Planalto que venceu no estado, saiu também vitorioso nacionalmente

(Getty Images/Danny Lehman)

Minas Gerais ajuda a entender como os brasileiros votam. Nas últimas eleições presidenciais, o postulante ao Palácio do Planalto que venceu no estado, saiu também vitorioso nacionalmente. Em 2010 e 2014, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) recebeu porcentagem quase idêntica de votos em Minas Gerais e no total do Brasil. O mesmo ocorreu com a vitória do presidente Jair Bolsonaro (PL), na eleição de 2018.

O cientista político Marco Antonio Teixeira, coordenador do mestrado profissional em gestão e políticas públicas da FGV EAESP, explica que Minas Gerais é um reflexo do Brasil muito pela sua geografia, por estar na região Sudeste, ter fronteira com o Nordeste e com o Centro-Oeste.

“É o segundo estado mais populoso do Brasil e tem influência de vários estados do Centro-Oeste, da Bahia e de São Paulo. Minas Gerais é uma síntese do Brasil”, diz.

O mesmo entendimento é percebido por André César, cientista político da Hold Assessoria. “Minas Gerais é muito estratégico, com influências de todo o Brasil. No Vale do Jequitinhonha o estado tem muito reflexo e sentimento do Nordeste. No Triângulo Mineiro é muito Centro-Oeste, ligado ao agronegócio. Mais ao sul, tem influência de São Paulo, como também do Rio de Janeiro”, avalia.

Essa influência na política nacional não é de hoje. Vale lembrar que o estado revezava com São Paulo a indicação do presidente do país na política chamada de Café com Leite, até a Revolução de 1930, que levou o gaúcho Getúlio Vargas ao poder.

Tancredo Neves, que morreu antes de assumir, era mineiro e foi o primeiro presidente eleito do Brasil na redemocratização. Itamar Franco, apesar de ter nascido em alto mar, é de Minas Gerais e fez carreira política no estado.

E não é só a posição estratégica que é importante do ponto de vista eleitoral, os números também são significativos. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral de 2020, Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do país, com 16 milhões de eleitores, só atrás de São Paulo, que tem 33 milhões de brasileiros aptos a votar.

No Sudeste, disputa está indefinida

O segundo turno da eleição presidencial está indefinido no maior colégio eleitoral do país, o Sudeste, segundo a pesquisa eleitoral EXAME/IDEIA divulgada no último dia 19 de maio. Em uma simulação da disputa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 44% das intenções de voto, contra 40% do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Apesar do petista estar na frente, o cenário é considerado empate, por estar dentro da margem de erro dos estratos da pesquisa, que é de seis pontos percentuais para mais ou para menos.

A sondagem ouviu 1.500 pessoas entre os dias 14 e 19 de maio. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-01734/2022. A EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Leia o relatório completo.

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, o Sudeste é o maior colégio eleitoral do país. Nas eleições de 2020, a região concentrava 64.720.797 de eleitores, ou 42,99% dos aptos a votar em todo o país. A segunda maior região em número de eleitores é o Nordeste, com 40.654.818 (27,01% do total). O Sul conta com 14,47% dos eleitores, o que contabiliza 21.781.949 brasileiros. A região Norte tem 11.908.196 (7,91%) votantes. A região Centro-Oeste concentra o menor número de eleitores: 10.943.887 (7,27% do total).

Apesar de estar indefinido no Sudeste, a disputa entre Lula e Bolsonaro está com uma tendência mais definida em outras regiões. A maior diferença é no Nordeste, com 63% das intenções de voto contra 25%, em favor do petista. O atual presidente venceria Lula no Norte (57% a 31%), no Centro-Oeste (51% a 33%), e no Sul (48% a 37%).

Nos números gerais, o ex-presidente tem 46% das intenções de voto, e o presidente Bolsonaro, 39%. A distância entre os dois é de 7 pontos percentuais, a menor em um ano.

Primeiro turno

Em uma simulação de primeiro turno de forma estimulada, em que os nomes são apresentados previamente, Lula superou os 40% em janeiro deste ano e desde então oscilou dentro da margem de erro, ficando com 41% nesta pesquisa de 19 de maio. Bolsonaro passou de 24%, no começo do ano, para 32%. Ciro Gomes estava com sete pontos em janeiro, e agora tem 9% das intenções de voto.

Vale lembrar que, por conta da desistência de Sergio Moro (União Brasil) da corrida presidencial, a pesquisa não testou o nome dele na sondagem de abril e nesta, de maio. Sem o ex-juiz, tanto Lula quanto Bolsonaro receberam mais intenções de voto, sendo maior a proporção para o presidente.

Em um primeiro turno, Bolsonaro mantém a vantagem em relação a Lula, registrada na pesquisa de abril, nas regiões Norte (50% X 24%), Centro-Oeste (43% X 28%), e no Sul (40% X 34%). O petista tem a preferência dos eleitores nos maiores colégios eleitorais do país: Sudeste (37% a 33%), e no Nordeste (58% a 19%).

Por renda, o atual presidente venceria entre os mais ricos. Nas classes A e B, Bolsonaro aparece com 41% das intenções de voto, contra 34% de Lula. Nas classes D e E, o petista tem 45%, contra 24% do atual ocupante do Palácio do Planalto.

(Exame)

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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