Brasil
Apesar dos resultados, pré-candidatos em SP põem em xeque câmeras da PM
A maioria dos pré-candidatos ao governo paulista tem adotado um tom crítico em relação ao uso de câmeras acopladas ao uniforme de policiais militares. As manifestações recentes indicam a disposição dessas pré-campanhas de se conectar com o eleitorado bolsonarista no Estado. Tarcísio de Freitas (Republicanos), Márcio França (PSB), Felício Ramuth (PSD) e Vinicius Poit (Novo) defendem mudanças no projeto implementado no governo João Doria (PSDB).
O governador Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à reeleição, manifestou dúvidas sobre o programa antes de passar a defendê-lo. Entre os pré-candidatos mais conhecidos, só Fernando Haddad (PT) tem endossado a iniciativa.
A medida, que levou à redução de mortes de policiais e de suspeitos em confronto, foi adotada em 2020 pelo secretário de Segurança Pública de Doria – então governador e hoje pré-candidato à Presidência -, general João Camilo Pires de Campos. A ação virou vitrine.
Desde o início, o projeto foi alvo de críticas de bolsonaristas. Em redes sociais, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) foi o primeiro a questionar “a quem interessa” um equipamento que grava ações de PMs em tempo integral.
Tarcísio, ex-ministro da Infraestrutura e pré-candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro, promete abolir o uso de câmeras. “Tarcísio pretende acabar com a obrigatoriedade de câmeras no fardamento policial por considerar que a forma mais efetiva de combate ao crime é garantir treinamento contínuo e capacitação de qualidade para a tropa, de forma a assegurar a capacidade de agir de acordo com as circunstâncias enfrentadas nas ruas de São Paulo”, afirmou a assessoria do pré-candidato, em nota.
Resultados positivos
Os números mostram os efeitos da iniciativa. A queda de letalidade policial no Estado após a adoção das câmeras foi de 46% na média mensal, comparando o período anterior ao posterior à adoção do sistema.
Os 18 batalhões que trabalham com câmeras registraram diminuição de 85% (mais informações nesta página). Houve, ainda, segundo a Secretaria da Segurança Pública aumento de 41% das prisões em flagrante na comparação com os batalhões sem câmeras.
Relatório da Ouvidoria da Polícia divulgado na quarta-feira passada mostra queda de 10% de denúncias de abuso de autoridade e de 41% de lesão corporal. O total de queixas contra a PM caiu 10,8% de 2019 a 2021.
“O programa está sendo mal compreendido. Ele não visa só à redução da letalidade, que é palco de disputa ideológica, mas serve para proteção do policial”, disse Renato Sérgio de Lima, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O ano passado foi o que registrou o menor número de policiais mortos em serviço desde 1991. Foram quatro – três deles em acidentes de trânsito.
Para surpresa de tucanos ligados a Doria, Garcia chegou a pôr o projeto em xeque. Em entrevista à revista Veja São Paulo, ele afirmou que as câmeras precisariam “filmar mais os bandidos do que a polícia”. “Para as operações especiais, como Choque e Rota, eu realmente tenho dúvidas”, completou.
Mais tarde, em entrevista ao Estadão, o governador mudou o discurso. “Tenho repetido: as câmeras filmam o bandido e protegem o policial. Transformar seu uso numa discussão ideológica, do contra ou a favor, é não levar a sério a segurança pública. Os dados até agora mostram que as câmeras protegem a vida do policial. Ninguém me provou o contrário”, disse.
Oposição se divide
As críticas do bolsonarismo encontraram abrigo na esquerda. No momento em que tenta construir aliança com o PT, França vai na contramão de Haddad, ex-ministro, ex-prefeito e pré-candidato. “Sobre a utilização de câmeras, defendo que elas sejam acionadas em momentos de conflitos ou em ações específicas. Por exemplo: no momento em que o policial sacar a arma, a câmera começa a gravar imediatamente. Ao que me oponho é a esse formato ‘BBB’ em que uma policial nem sequer pode ir ao banheiro sem ser filmada”, disse o pré-candidato do PSB.
Haddad, por sua vez, fez um raro elogio à gestão Doria e classificou a medida como um “avanço”. “Eu sou pela vida das pessoas. Sempre. A maioria dos especialistas em segurança pública defende a utilização das câmeras no uniforme dos PMs.”, afirmou ao Estadão.
Ramuth, ex-prefeito de São José dos Campos e pré-candidato do PSD, disse ser favorável à tecnologia, mas com adequações. “As câmeras são necessárias e tiveram resultado positivo no patrulhamento de rotina, mas, nas operações especiais, defendo protocolos específicos estabelecidos pelas próprias forças de segurança.”
Poit defendeu também com ressalvas. “Acho que é uma decisão que deve ser tomada em conjunto com as forças de segurança pública, baseada em dados e evidências”, afirmou o pré-candidato do Novo.
Para o cientista político Vitor Marchetti, da Universidade Federal do ABC, os questionamentos revelam tentativa de diálogo dos pré-candidatos com o eleitor bolsonarista, que hoje tende a votar em Tarcísio. “Em São Paulo, em Minas e no Rio, a disputa entre Bolsonaro e Lula será mais forte. Por isso, Garcia terá dificuldade de se colocar em uma terceira via. Já França viu seu campo congestionado com Haddad e busca um crescimento artificial da intenção de voto sinalizando para o eleitor conservador.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
-
Mundo8 meses atrás
México vai às urnas em eleição histórica e pode eleger 1ª presidente mulher
-
Geral8 meses atrás
Saiba como fica a composição do TSE com a saída de Moraes e a chegada de André Mendonça
-
Geral8 meses atrás
Após derrotas no Congresso, Lula faz reunião com líderes do governo nesta segunda (3)
-
Política8 meses atrás
Apoio de Bolsonaro e estrutura do PL podem levar Fernando Rodolfo ao segundo turno em Caruaru, mostra pesquisa
-
Saúde7 meses atrás
Cientistas descobrem gene que pode estar associado à longevidade
-
Polícia8 meses atrás
Homem é executado em plena luz do dia em Bom Conselho
-
Comunidade8 meses atrás
Moradores do São João da Escócia cobram calçamento de rua há mais de 20 anos
-
Comunidade8 meses atrás
Esgoto estourado prejudica feirantes e moradores no São João da Escócia