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Brasil

Governo do Rio paralisa conversas com Supervia sobre tarifa dos trens

Passagens de trem permanecem em R$ 5

Henrique Freire/Governo Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, anunciou nesta noite (7) a suspensão da negociação de novo reajuste tarifário para os trens operados pela concessionária Supervia. Segundo ele, a passagem permanecerá em R$ 5 até que os problemas na prestação do serviço sejam sanados. A decisão foi tomada em meio a uma crise decorrente das constantes paralisações. 

A situação afeta sobretudo moradores da zona oeste da capital e dos municípios da Baixada Fluminense, que se deslocam diariamente para trabalhar na região central da cidade do Rio de Janeiro.

Ontem (6), os usuários da Supervia enfrentaram um dia de caos, com 54 estações amanhecendo fechadas e dois ramais – Saracuruna e Belford Roxo – inoperantes. A normalização da circulação levou seis horas.

A Supervia justifica as paralisações pelos episódios recorrentes de roubos de cabos. Segundo a concessionária, ao longo de 2021, mais de 30 quilômetros de fios foram furtados. Nos dois primeiros meses de 2022, foram levados mais de 10 quilômetros, causando um prejuízo de R$ 440,2 mil e impactando 491 viagens. A Supervia registrou 220 ocorrências em janeiro e fevereiro, o que representaria um aumento de 268% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Força-tarefa

Essa reincidência do crime colocaria em questão a força-tarefa criada conjuntamente pelo governo e pela Supervia. A iniciativa, acordada em setembro do ano passado, buscava coibir a movimentação dos criminosos. Os 270 quilômetros de linhas passaram a ser vigiados por 200 policiais e drones também começaram a ser usados para patrulhar os trilhos.

Mas para o governo, só o roubo de cabos não explica os problemas na prestação do serviço. Cláudio Castro anunciou que será feita uma vistoria técnica e acusou a concessionária de mentir sobre as reais causas da situação. Também alegou que as ocorrências de furtos são registrados “em lote”, dificultando a investigação.

“Uma série de falhas operacionais tem acontecido: falta manutenção, conservação, composição sem controle sobe na plataforma, viagens são interrompidas por queda na rede aérea, portas dos vagões não fecham e atrasos são rotina dos usuários. É inadmissível atribuir todas as questões a furtos de cabos. Os números divulgados pela concessionária não se sustentam. Se fosse real, não haveria mais trens em circulação”, afirmou ele.

O governador também disse ser preciso separar a segurança pública da segurança patrimonial, que é de responsabilidade da concessionária. Segundo ele, a Supervia foi alertada sobre o baixo efetivo de sua guarda patrimonial. “Materiais de alto valor, muitas vezes, estão protegidos por um simples cadeado. A segurança pública não será utilizada como desculpa para problemas da concessionária”, acrescentou. No entanto, ele descartou no momento realizar uma intervenção no serviço e considerou que esta medida, embora prevista em contrato, seria extrema.

Usuários

Nas redes sociais, usuários reclamam. “Todo dia a Supervia humilha o morador de Duque de Caxias de uma forma diferente”, desabafou Thays Sant’Anna durante as últimas paralisações. “Não adianta acordar ainda mais cedo para chegar no trabalho porque a Supervia sempre encontra um jeito de fazer o trem atrasar”, escreveu Amanda Abreu.

O descumprimento de obrigações contratuais como reformas, modernização de subestações e revitalização das vias já gerou uma multa à Supervia. A sanção, no valor de R$ 2,2 milhões, foi aplicada na terça-feira (5) pela Agência Reguladora de Transportes (Agetransp) pela falta dos investimentos previstos quando a concessão foi assinada em 2010.

Reajuste

Era em meio a todo esse cenário que a Supervia e o governo vinham negociando o reajuste tarifário. Em janeiro, a Agetransp chegou a homologar o aumento da passagem de R$ 5 para R$ 7. Posteriormente, o governo anunciou buscar uma repactuação, por considerar o novo valor muito alto e a mudança, prevista para fevereiro, acabou sendo suspensa.

No mês passado, a assessora-chefe no gabinete do governador, Priscila Sakalem, disse que não seria aceita uma tarifa acima de R$ 6 e que a correção deveria ser pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A declaração foi feita à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Trens, instalada em fevereiro pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para investigar a precariedade do serviço e as razões das interrupções e atrasos de viagens, da superlotação e de outros problemas.

A Supervia foi procurada para comentar a saída do governo do Rio da negociação de novo reajuste tarifário para os trens operados pela concessionária e as declarações do governador Cláudio Castro, mas ainda não retornou.

Agência Brasil

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Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos

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Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva

Joédson Alves/Agência Brasil

Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.

A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.

A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.

O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.

“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.

Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.

Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.

Agência o Globo

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Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta

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Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida

 

Plenário da Câmara dos Deputados durante a promulgação da reforma tributária ( Roque de Sá/Agência Senado)

 

Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.

Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.

Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.

“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.

Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.

Entenda o contexto

O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.

O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.

O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.

O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.

O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.

Agência o Globo

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Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias

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Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante entrevista após reunião na residência oficial da presidência do Senado em Brasília, em 25/05/2023 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.

“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.

O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.

Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.

Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.

“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.

A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.

Agência Brasil

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