Brasil
Endividamento entre jovens: como reverter esse crítico cenário
Falta de educação financeira e acesso facilitado ao crédito são fatores que levaram 12 milhões de brasileiros entre 18 e 29 anos para a inadimplência
Um conteúdo produzido pela Meu Acerto
Quem acha que ter dívidas é coisa de gente mais velha e que a turma que está entrando agora na vida adulta está imune a essa situação pode cair para trás ao saber da realidade.
Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 46% dos brasileiros com idade entre 25 e 29 anos estão inadimplentes. E a situação também é crítica para pessoas ainda mais jovens: 19% dos brasileiros entre 18 e 24 anos estão endividados. Juntos, esses dois grupos representam um total de 12,5 milhões de pessoas.
Os motivos que levaram essa multidão de pessoas tão jovens a uma situação de inadimplência são muitos. Mas, a maior parte deles tem dois pontos em comum: a falta de conhecimentos sobre finanças e as novidades trazidas pela entrada no mercado de trabalho. Outro levantamento do SPC Brasil aponta que 75% dos jovens com idade entre 18 e 30 anos não fazem controle do gasto.
A relação entre essa falta de conhecimento sobre questões financeiras e o alto índice de inadimplência no público jovem não é mera coincidência. Muitas vezes acompanhada de maus exemplos na infância, do acesso ao crédito facilitado e da novidade de administrar o próprio orçamento, a dificuldade de organizar as finanças acaba levando os jovens a serem mais vulneráveis ao endividamento”, explica Pedro Lima, economista e co-fundador da Meu Acerto, startup do mercado de recuperação de crédito.
As raízes desse problema
É claro que cada caso é um caso e que, assim como em outras áreas da vida, não dá para generalizar quando falamos de dinheiro. Mas, ao olharmos para o cenário de endividamento entre os jovens, é possível tirar algumas conclusões em relação às origens dessa situação.
A primeira delas diz respeito à falta de educação financeira na infância e adolescência. Se na nossa criação ou na nossa formação básica não tivermos contato com informações claras e acessíveis relacionadas a questões financeiras, a tendência é que a gente cresça sem saber lidar com dinheiro. Vale ressaltar: saber poupar não é dom, é uma habilidade que precisa ser desenvolvida.
Outra questão relevante nesse sentido é a constante necessidade de se sentir parte de um determinado grupo, que é normal ao longo da vida, mas é ainda mais presente na juventude.. Influenciados pela mídia e pelos hábitos de consumo de amigos ou outras pessoas, os jovens podem acabar tomando atitudes inconsequentes, sem levar em conta sua real situação e sua capacidade de arcar com os compromissos que assumiu. Se juntarmos isso ao desconhecimento sobre as consequências da inadimplência, a situação pode ficar ainda mais crítica.
Por fim, precisamos falar sobre a lógica do próprio mercado financeiro. O acesso facilitado ao crédito para jovens universitários ou que acabaram de ingressar no mercado de trabalho são fatores que têm responsabilidade indireta nesse cenário de endividamento. Por mais positiva que pareça, a facilidade de contratar empréstimos ou ter um cartão de crédito pode se tornar uma grande vilã nas mãos de quem ainda não sabe cuidar das próprias finanças.
Os impactos de endividamento para o público jovem
Além das consequências que afetam qualquer pessoa endividada, como a dificuldade de ter acesso ao crédito em momentos de necessidade e a restrição de fazer planos para o futuro por ver seu orçamento comprometido com o pagamento de dívidas, alguns fatores podem levar os jovens a sofrerem ainda mais com a situação de inadimplência.
Um dos exemplos disso é que uma pessoa pode ter mais dificuldade de se inserir no mercado de trabalho por conta do nome sujo. Fora os impactos emocionais causados pelo endividamento — que afetam diretamente nosso desempenho profissional —, há casos de empresas que consultam a situação financeira de um candidato antes de efetivar a contratação. Por mais que a legislação proíba a discriminação contra profissionais endividados no mercado de trabalho, há brechas que podem, sim, impedir a admissão de quem está com o nome sujo.
Essa dificuldade também pode ser encontrada na entrada do ensino superior. Apesar de nenhuma instituição de educação poder, legalmente, fazer consultas aos órgãos de proteção ao crédito para validar uma matrícula, ter o nome sujo pode causar a perda do direito a alguns benefícios estudantis, como o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).
As chaves para reverter essa situação
Por mais óbvio que seja falar de educação financeira, é preciso repetir, incansavelmente, o quanto a disponibilização de informações claras e didáticas é fundamental para ajudar as pessoas a melhorarem a sua relação com o dinheiro. Nesse sentido, vale ressaltar que o acesso cada vez mais democratizado à internet facilita que a gente conheça histórias de pessoas que passaram por situações semelhantes às que estamos vivendo e aprenda com a experiência delas para mudar o nosso próprio cenário.
Outro fator que precisa ser levado em conta nesta situação é a importância de se organizar financeiramente. E aqui, vale o alerta: é preciso desmistificar essa história de que planejamento financeiro é complexo e não é para qualquer um. O que precisa ser feito é encontrar o método que funciona melhor para a sua realidade e se desapegar dessa ideia de que só dá pra controlar as finanças com uma planilha robusta ou com um aplicativo extremamente complexo.
E, claro, não podemos deixar de falar sobre a importância de quitar as contas em atraso o mais rápido possível. Hoje em dia, existem diversas alternativas para que as pessoas possam negociar dívidas online, solução que faz muito sentido para um público tão ligado em tecnologia, como é o caso dos jovens. E o melhor é que empresas que atuam nesse mercado costumam oferecer condições flexíveis de negociação, como descontos atrativos e a possibilidade de parcelar o débito em muitos meses, para que o acordo não impacte tanto no orçamento mensal.
O mais importante, no caso de negociação, é se certificar que as parcelas caibam no seu bolso e que o acordo não vai acabar te levando para uma situação ainda mais crítica de endividamento. Uma educação financeira de qualidade e um planejamento financeiro adequado à sua realidade também vão te ajudar a se organizar de forma mais efetiva para isso.
Enfim, por mais que o cenário de endividamento dos jovens seja crítico, não dá pra deixar de acreditar que é possível reverter essa situação. Os jovens têm uma vida inteira pela frente e sempre é tempo de rever comportamentos e adquirir hábitos mais saudáveis, inclusive no que diz respeito às finanças.
Brasil
Taxa de desmatamento no Cerrado cai pela primeira vez em 4 anos
Dados são do sistema Deter, do Inpe, e foram anunciados pela ministra Marina Silva
Os alertas de desmatamento no Cerrado caíram pela primeira vez desde 2020 no primeiro semestre deste ano. As informações são do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e foram divulgadas nesta quarta-feira pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A área total desmatada de janeiro a junho de 2024 foi de 3.724 quilômetros quadrados. Esse índice vinha numa tendência de alta desde 2020, atingindo o ápice no primeiro semestre de 2023 – 4.395 – já durante a gestão do governo Lula. De 2023 a 2024, a a redução computada foi de 15%.
A ministra Marina Silva afirmou que os dados são um resultado do plano de combate ao desmatamento lançado em novembro do ano passado e da articulação do governo feita junto aos governadores da região. Em março, ela participou junto com outros ministros de uma reunião com os chefes dos Estados para tratar sobre estratégias de prevenir a devastação no Palácio do Planalto.
O corte da flora no Cerrado ocorre sobretudo nos Estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – área conhecida como Matopiba – e em mais de 40% dos casos tinha autorização dos governos estaduais.
“Esse é o primeiro número de redução consistente no cerrado, enquanto se consolida a tendência de queda no desmatamento da Amazônia”, disse o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco.
Considerados os maiores biomas do país, o Cerrado e a Amazônia somam mais de 85% da área desmatada no último ano, segundo estudo do MapBiomas. Em 2023, Cerrado superou pela primeira vez a Amazônia no tamanho de área desmatada – 1,11 milhão de hectares de vegetação nativa perdidos, o que equivalia a 68% de alta em comparação com 2022.
Os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma queda de 38% no primeiro semestre em comparação com 2023. Foram 1.639 quilômetros quadrados de área derrubada – o menor índice em sete anos.
Agência o Globo
Brasil
Deputados apresentam texto de regulamentação da reforma tributária nesta quinta
Carnes na cesta básica, armas e carros elétricos no imposto seletivo ainda são dúvida
Os deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária apresentam nesta quinta-feira, a partir das 10h, o parecer do primeiro projeto de lei que regulamentará a reforma tributária. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira que a votação do texto em plenário deve ocorrer na próxima semana.
Entre os pontos polêmicos com expectativa de acréscimo ao relatório estão: a inclusão das carnes na cesta básica, além da inclusão no imposto seletivo de itens como armas, carros elétricos e jogos de azar.
Lira indicou dificuldades para a inclusão da carne in natura na cesta básica de alimentos, com alíquota zero, como defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendido pelos deputados do GT. O presidente da Casa argumentou que a inclusão pode gerar impacto na alíquota padrão de referência. O Ministério da Fazenda previa que a taxa poderia subir de 26,5% para 27% com a adição.
“Nunca houve proteína na cesta básica. Mas, temos que ver quanto essa inclusão vai impactar na alíquota que todo mundo vai pagar”, afirmou Lira.
Para os parlamentares, porém, o aumento de itens no imposto seletivo poderá compensar a perda de carga tributária e garantir uma alíquota mais baixa. Os deputados chegam a prever um imposto de até 25%, a partir de 2033, quando todos os cinco impostos sobre consumo serão extintos.
Entenda o contexto
O primeiro texto da regulamentação da Reforma Tributária detalha a implementação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), que juntos formaram o IVA (Imposto sobre Valor Agregado). O tributo vai substituir cinco impostos que recaem sobre consumo hoje: PIS, Cofins, IPI, ICMS, ISS.
O atual texto de regulamentação da reforma tributária prevê que diferentes itens tenham a mesma alíquota padrão de imposto, como armas, munições, fraldas infantis, perfumes e roupas. Nenhum dos ítens estão na alíquota reduzida ou em regimes especiais. A proposta de regulamentação, porém, ainda será modificada por deputados do grupo de trabalho da Reforma Tributária.
O segundo texto, que deve ser apresentado nesta quinta-feira ao presidente Lira, trará os detalhes do funcionamento do Comitê Gestor, órgão que irá recolher e redistribuir o IBS a estados e municípios.
O IVA vai incidir no momento de cada compra, a chamada cobrança no destino. Hoje, os impostos recaem sobre os produtos na origem, ou seja, desde a fabricação até a venda final. Essa modalidade leva a um acúmulo das taxas ao longo da cadeia produtiva, deixando o produto mais caro.
O valor padrão do IVA ainda será definido e deve ser descoberto apenas um ano antes de cada etapa de transição. A transição entre sistemas começa em 2026, com a cobrança de apenas 1% de IVA. O valor vai aumentando ao longo dos anos seguintes, até chegar em 2033, quando todos os impostos sobre consumo serão extintos, e sobrará apenas o IVA. O valor cheio será definido em resolução do Senado Federal, que também determinará qual parcela cada ao CBS e qual será de IBS.
Agência o Globo
Brasil
Haddad anuncia cortes de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias
Ministro diz que determinação de Lula é cumprir arcabouço fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou na noite desta quarta-feira (3), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, que o governo prepara um corte de R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias que abrangem diversos ministérios, para o projeto de lei orçamentária de 2025, que será apresentado em agosto ao Congresso Nacional. O corte ainda poderá ser parcialmente antecipado em contingenciamentos e bloqueios no orçamento deste ano.
“Nós já identificamos e o presidente autorizou levar à frente, [o valor de] R$ 25,9 bilhões de despesas obrigatórias, que vão ser cortadas depois que os ministérios afetados sejam comunicados do limite que vai ser dado para a elaboração do Orçamento 2025. Isso foi feito com as equipes dos ministérios, isso não é um número arbitrário. É um número que foi levantado, linha a linha do orçamento, daquilo que não se coaduna com os programas sociais que foram criados, para o ano que vem”, disse o ministro em declaração a jornalistas após a reunião.
O levantamento dos programas e benefícios que serão cortados foi realizado desde março entre as equipes dos ministérios da área fim e as pastas do Planejamento e da Fazenda. Além disso, bloqueios e contingenciamentos do orçamento atual serão anunciados ainda este mês, “que serão suficientes para o cumprimento do arcabouço fiscal”, reforçou o ministro.
Essas informações serão detalhadas na apresentação do próximo Relatório de Despesas e Receitas, no dia 22 de julho. “Isso [bloqueio] está definido, vamos ter a ordem de grandeza nos próximos dias, assim que a Receita Federal terminar seu trabalho”.
Haddad reforçou que o governo está empenhado, “a todo custo”, em cumprir os limites da lei que criou o arcabouço fiscal.
“A primeira coisa que o presidente determinou é que cumpra-se o arcabouço fiscal. Essa lei complementar foi aprovada no ano passado, a iniciativa foi do governo, com a participação de todos os ministros. Portanto, não se discute isso. Inclusive, ela se integra à Lei de Responsabilidade Fiscal. São leis que regulam as finanças públicas do Brasil e elas serão cumpridas”, destacou o ministro da Fazenda.
A declarações de Fernando Haddad ocorrem um dia depois de o dólar disparar frente ao real, na maior alta em cerca de um ano e meio, no contexto de alta das taxas de juros nos Estados Unidos e também das críticas recentes do presidente brasileiro ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ao longo desta quarta, com novas manifestações de Haddad e do próprio presidente Lula, houve uma redução do nervosismo no mercado financeiro e o dólar baixou para R$ 5,56, revertendo uma cotação que chegou a encostar em R$ 5,70 no pregão anterior.
Agência Brasil
-
Mundo8 meses atrás
México vai às urnas em eleição histórica e pode eleger 1ª presidente mulher
-
Geral8 meses atrás
Saiba como fica a composição do TSE com a saída de Moraes e a chegada de André Mendonça
-
Geral8 meses atrás
Após derrotas no Congresso, Lula faz reunião com líderes do governo nesta segunda (3)
-
Política8 meses atrás
Apoio de Bolsonaro e estrutura do PL podem levar Fernando Rodolfo ao segundo turno em Caruaru, mostra pesquisa
-
Saúde7 meses atrás
Cientistas descobrem gene que pode estar associado à longevidade
-
Polícia8 meses atrás
Homem é executado em plena luz do dia em Bom Conselho
-
Comunidade8 meses atrás
Moradores do São João da Escócia cobram calçamento de rua há mais de 20 anos
-
Comunidade8 meses atrás
Esgoto estourado prejudica feirantes e moradores no São João da Escócia