Economia
Dólar: um “caixa” de US$ 30 bilhões pode mudar a trajetória do câmbio
Exportadoras mantêm dólares no exterior para gestão de dívidas e portfólio; moeda pode voltar ao Brasil para investimentos estratégicos ou reserva de contingência
A covid-19 faz mal para a saúde e para as moedas. A pandemia interrompeu um padrão de contágio em alguns países que deveriam ter suas moedas fortalecidas com a valorização das commodities, mas não estão tendo esse retorno. O Brasil está entre eles. Aqui, o dólar se mantém impávido acima de R$ 5,20, mas há um estoque estimado em US$ 30 bilhões de exportadoras brasileiras no exterior que pode mudar essa história. E cotação. A vinda desses recursos para o mercado local não é, contudo, questão de vontade, mas de decisões que envolvem gestão de dívidas, de caixa e de portfólio. “E as empresas, assim como investidores, têm viés. E avaliam o futuro de olho no passado recente. Se a decisão de ter caixa no exterior deu certo, por que não manter?”, pergunta Marcelo Giufrida, sócio e CEO da Garde Asset Management que presidiu a gestora do BNP Paribas e a ANBIMA.
Em entrevista , Giufrida, especialista em mercado de capitais e assuntos internacionais, aponta essa massa de recursos no exterior como uma das razões para o dólar persistentemente forte no Brasil. Outro fator de sustentação da moeda em relação ao real é basicamente o prêmio de risco melhor representado pela inclinação da curva de juros do que pelo Credit Default Swap (CDS), em sua avaliação. “O CDS reflete melhor as condições de países e empresas com endividamento em dólar. No caso do Brasil e de nossas empresas, porém, o endividamento é baixo em moeda estrangeira. Já a inclinação da curva de juro é uma medida mais realista por considerar o risco da dívida doméstica e, portanto, o risco fiscal do país”, afirma.
Giufrida não descarta o regresso de parte desse estoque de dólares por boas ou más notícias. “As empresas podem usar os recursos para investir em outras empresas ou projetos. Os recursos podem ter um uso estratégico ou reserva de contingência, se necessário.”
Momento ímpar da Indústria
O executivo chama atenção para o momento ímpar para as empresas no Brasil hoje. “Há anos, não se via o setor industrial crescer mais que serviços. E a pandemia deu fôlego a esse movimento. Recursos economizados em despesas com viagens, restaurantes e serviços em geral pelas classes A e B foram direcionados à reforma de casas, sítios. A mudança de foco deu gás à indústria, como se vê, inclusive, no comportamento do IGP-M comparado ao IPCA. Na prática, o IGP-M traduz muita atividade, muitos negócios, que podem ser oportunidades para as empresas com caixa.”
Alguns fatores, porém, incentivam a manutenção de dólares no exterior pelas empresas. Um deles, lembra Giufrida, é a gestão de dívidas. Empresas de infraestrutura dispõem hoje de um mercado de capitais que viabiliza “funding” de longo prazo. Tornou-se vantajoso deixar de emitir títulos no exterior e atender a demanda local por ativos de longo prazo — caso das debêntures — atreladas ao IPCA e que entram em despesas dedutíveis de imposto. O CEO da Garde pondera que, no Brasil, a tributação corporativa é de 34%, a maior do mundo, enquanto na maioria dos países é de 20% e, em alguns países, de 15%. Manter dólares no exterior permite também recomprar bônus e “matar” dívidas.
Giufrida cita duas das maiores exportadoras brasileiras — Petrobras e Vale — como exemplo de empresas que mantêm parcela substancial do caixa no exterior como reserva estratégica ou de contingência. A Petrobras, como exemplo, com disponibilidade de caixa de US$ 11,7 bilhões, mantém lá fora US$ 8,5 bilhões. Há cerca de um ano, os valores eram de, respectivamente, US$ 7,3 bilhões e US$ 5 bilhões. Em 12 meses, portanto, a petroleira elevou de 68,5% para 72,6% a fatia do caixa externo.
Tanto a Vale quanto a Petrobras, graças à forte geração de caixa, continuaram a desalavancar seus balanços e os pré-pagamentos de dívidas não saem dos planos. Vem da Klabin outro exemplo de gestão de dívida. Em janeiro, a empresa levantou US$ 500 milhões com emissão de Sustainability Linked Bonds (SLB) com prazo de 10 anos e recomprou antecipamente US$ 98 milhões de bônus que venceriam em 2024. O perfil do endividamento melhorou, inclusive, com extensão de prazo.
Para o especialista em macroeconomia José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, a retenção de dólares no exterior tem sentido por empresas que esperam uma desvalorização do real. Ele avalia que as retenções dependem essencialmente das expectativas para as taxas de juros e de câmbio. “Não vejo mudança de comportamento das exportadoras. O dólar caiu recentemente por desmonte de posições contra o real ante um Copom mais conservador na condução da política monetária. Isso vale para a perspectiva de política de juros no exterior e o cenário de dólar fraco se consolidou mais um pouco.”
Para Lima Gonçalves, o ciclo de alta das commodities observado agora terá repercussão semelhante à vista nos anos 2000. Notadamente entre 2004 e 2010, quando países exportadores se beneficiaram com crescimento econômico, fortalecimento da balança comercial e de fluxos de investimento externo. Em 2003, teve início a alta de combustíveis e metais; em 2006, as commodities agrícolas tomaram fôlego. Os preços chegaram ao ápice em meados de 2008, sendo momentaneamente truncados pela crise financeira global, mas avançando até novas máximas em 2011 e entrando em declínio a seguir pelo desaquecimento da economia global.
Pandemia rompe engrenagem
Os economistas Julia Gottlieb, Laura Pitta e João Pedro Bumachar, do Itaú Unibanco, alertam que a pandemia rompeu um mecanismo histórico, uma vez que a alta das commodities não está levando à tradicional dupla consequência, aumento na oferta de dólares por mais receitas de exportação e fluxo de capitais com impacto sobre a taxa de câmbio. Enquanto as commodities avançaram cerca de 25% em um ano até março, as moedas de países exportadores emergentes depreciaram 7%, e as de países desenvolvidos apreciaram 10%. Há um descolamento entre a evolução das commodities e das moedas e ele se dá por restrições temporárias de oferta, evolução da pandemia e do ritmo de vacinação, além de perspectiva de crescimento econômico e fundamento fiscal.
Se de um lado, a pandemia comprometeu a produção de várias commodities e os preços subiram ao mesmo tempo em que algumas economias — caso da China — retomaram a atividade; de outro, a velocidade da vacinação e a perspectiva de recuperação da economia está associada ao risco-país que espelha também expectativas com fundamentos fiscais. O risco Brasil, medido pelo CDS ultrapassa 200 pontos-base, enquanto Colômbia tem risco pouco acima de 100 pontos, Chile, 50 pontos e Austrália e Canadá menos de 25 pontos. Todos são exportadores de commodities.
No Brasil, o risco elevado decorre do aumento considerável do endividamento nos últimos anos, da dinâmica da pandemia e de suas consequências econômicas e sociais, que tornam “não desprezível o risco de flexibilização adicional do teto de gastos”, ponderam os economistas do Itaú. Contudo, eles consideram que o aumento da Selic e os preços das commodities mais elevados tendem a fluxos comerciais favoráveis e abrem espaço para uma volta do fluxo de dólares para o país. Portanto, há espaço para apreciação do real.
Eles ponderam que a combinação de três indicadores incentiva a manutenção de dólares no exterior por exportadores: a evolução da Selic, do Fed Funds e do risco-país. “A elevação da Selic, num ambiente de risco fiscal contido, deve ser suficiente para impedir um aumento ainda mais expressivo da diferença entre o câmbio físico e o contrato, hoje estimada em US$ 30 bilhões. Caso a Selic alcance 5,5% e o risco Brasil permaneça no patamar atual, o diferencial das contas de câmbio cai praticamente à metade, para US$ 17 bilhões”, calcula o Itaú.
Economia
Carteira de dividendos: veja os papéis mais recomendados para julho
A Petrobras foi a empresa mais indicada pelas instituições financeiras consultadas pela CNN para compor a carteira de melhores pagadoras de dividendos em julho.
O levantamento considerou as avaliações de Santander, Empiricus, XP, Guide, Ativa e BTG Pactual.
Os papéis mais recomendados foram:
- 5 recomendações: Petrobras;
- 4 recomendações: Banco do Brasil, CPFL e Vale;
- 3 recomendações: BB Seguridade, Eletrobras e Itaú.
Após um impasse sobre o pagamento ou não de dividendos extraordinários, o conselho de administração da Petrobras aprovou em abril o repasse de 50% do valor total, referente ao exercício de 2023.
Com a distribuição, a equipe de analistas do Santander avalia manter o peso dos papéis da estatal em sua carteira. Já o BTG, optou por ampliar sua exposição à estatal.
“Embora a companhia esteja sinalizando maiores investimentos, a verdadeira questão para nós é se esse aumento em potencial poderia sacrificar a capacidade da empresa de distribuir dividendos substanciais, e acreditamos que não”, aponta a equipe do BTG em relatório.
Momento de incertezas
O Ibovespa encerrou o pregão de sexta-feira (28), o último de junho, em queda de 0,32% no dia. Apesar de ter acumulado alta de 1,47% no mês, o índice caiu 7,66% no primeiro semestre deste ano.
O que se avalia é que as incertezas se mantém e o mercado seguirá se pautando por elas.
“O cenário local segue girando em torno da dificuldade do governo em convencer o mercado quanto ao seu comprometimento fiscal”, aponta a Ativa Investimentos em relatório.
O governo trabalha com a meta de zerar o déficit neste ano e no próximo — após alterar a meta de 2025, o que não foi favorável para a imagem de responsabilidade fiscal.
Apesar de o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assegurar que o arcabouço será cumprido, o mercado vê o déficit primário em 0,7% do Produto Interno Bruto neste ano.
Lula se reuniu nesta quarta-feira (3) com ministros da área econômica do governo. Após o encontro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que o presidente mantém seu compromisso com as contas públicas.
“A primeira coisa que o presidente determinou é ‘cumpra-se o arcabouço fiscal’. Não há discussão sobre esse respeito. Em 2024, 2025, 2026, o compromisso nosso é de cumprimento das leis complementares de finanças públicas”, comentou Haddad.
Segundo o chefe da equipe econômica, o governo realiza desde março um estudo entre os ministérios buscando despesas que podem ser cortadas. De acordo com Haddad, foram identificados R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias, cujo corte, segundo o ministro, já foi autorizado pelo presidente.
O economista-chefe da XP Inc., Caio Megale, apontou em entrevista ao WW de terça-feira (2) que além da questão fiscal, outro imbróglio do cenário doméstico também segue na mira do mercado: a questão monetária.
“Essa transição para o próximo presidente [do BC] é uma espada, de fato, na cabeça. A gente não sabe exatamente quem vai ser a próxima ou o próximo presidente, qual vai ser a visão de política monetária que essa pessoa vai ter na hora de conduzir a taxa de juros, de tomar as decisões”, pontuou Megale.
“Acho que dar uma clareza e maior transparência de como vai ser a gestão da política monetária depois da transição do Roberto Campos e medidas efetivas no sentido de controlar as despesas do lado fiscal, eu acho que é o que vai trazer uma tranquilidade [para o mercado].”
Economia
Venda de veículos eletrificados cresce 146% no primeiro semestre de 2024
Entre janeiro e junho, comercialização de automóveis registrou cerca de 79 mil vendas, de acordo com relatório da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE)
O comércio de automóveis movidos a eletricidade segue em crescimento no Brasil. No primeiro semestre de 2024, a venda de veículos leves eletrificados alcançou um total de 79.304 unidades em todo o país. Somente no último mês de junho, foram registrados 14.396 novos emplacamentos, o que representa a terceira melhor marca para um mês de toda a série histórica.
O número maior de vendas na metade inicial do ano indica um crescimento de 146% em relação ao primeiro semestre de 2023, e de 288% na comparação com o mesmo período de 2022. Além dos automóveis totalmente elétricos, também são incluídos na estatística os veículos parcialmente eletrificados – ou híbridos. Os dados foram levantados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) e divulgados nesta quarta-feira (3/7).
Com o avanço do número de vendas, a ABVE estima que o Brasil já atingiu a marca de 300 mil veículos comercializados desde o início da série histórica do levantamento, em 2012. Além disso, a previsão da associação para 2023 é que mais de 150 mil automóveis desta categoria sejam vendidos até o fim do ano em todo o território nacional, o que indica um crescimento de cerca de 60%.
No Brasil, ainda predominam os veículos elétricos plug-in, que se consolidaram no mercado nacional e representaram 69% de todas as vendas no primeiro semestre. Dentro desta categoria, estão incluídos os tipos BEV (totalmente elétricos) e PHEV (elétricos híbridos). Na sequência, os HEV convencionais (elétricos não plug-in a gasolina ou diesel) ficaram com 9,3% da parcela total de eletrificados vendidos.
Preocupação para o setor
Mesmo diante de um aumento das vendas, o setor de veículos elétricos está preocupado com o reajuste da tributação dos produtos. Desde a última segunda-feira (1º/7), passou a vigorar uma resolução que aumenta a alíquota para a importação de elétricos importados, de 10% para 18%. Em julho de 2025, sobe para 25%, até atingir 35% no ano seguinte.
“Temos ouvido notícias preocupantes sobre a antecipação da alíquota de 35% do Imposto de Importação de veículos elétricos, que estava prevista pelo Governo Federal somente para julho de 2026. Entendemos que, a se confirmar, essa antecipação configuraria uma lamentável quebra das regras estabelecidas há apenas seis meses pelo próprio governo”, avalia o presidente da ABVE, Ricardo Bastos.
Além disso, a associação teme a inclusão dos veículos elétricos no Imposto Seletivo, que é chamado popularmente de “imposto do pecado”. A lei foi estabelecida pela emenda constitucional da reforma tributária, aprovada no ano passado, com o objetivo de sobretaxar bens considerados danosos à saúde e ao meio ambiente.
Na avaliação da ABVE, a inclusão dos veículos eletrificados no IS “não faria sentido”, visto que esse tipo de automóvel emite menos gases de efeito estufa e reduz o nível de ruído nas cidades do país. “Eles são fatores decisivos para melhorar a qualidade de vida e diminuir as mortes associadas à poluição nas grandes cidades”. “Não nos parece cabível que esses veículos venham a ser taxados como se fossem produtos que fazem mal à saúde ou ao meio ambiente, o que absolutamente não é o caso”, conclui o presidente da associação.
Economia
Produção industrial cai 0,9% em maio, diz IBGE
No acumulado do ano, houve avanço de 2,5%
A produção industrial brasileira caiu 0,9% em maio em relação a abril. É o segundo recuo consecutivo, apontando retração de 1,7% no período. Com o resultado, o setor perdeu o ganho acumulado entre fevereiro e março deste ano (1,1%).
No acumulado nos últimos 12 meses, houve crescimento de 1,3%, o que acabou por reduzir a intensidade no ritmo de evolução se comparado ao resultado do mês anterior. Os dados foram anunciados nesta quarta-feira (3), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
Os números fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta quarta-feira (3) pelo órgão, que mostrou ainda avanço de 2,5% no acumulado dos cinco primeiros meses de 2024, se comparado ao mesmo período do ano anterior.
Influências
Nessa comparação, entre as atividades, as principais influências positivas na totalidade da indústria foram anotadas por produtos alimentícios (5,2%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,1%), indústrias extrativas (2,3%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (4,8%).
O gerente da pesquisa, André Macedo, disse que, em maio de 2024, a indústria apresentou “predominância de resultados negativos de forma geral”, com recuo na margem e na comparação com maio de 2023.
Houve, ainda, interrupção da trajetória ascendente no índice de média móvel trimestral e perda de intensidade no ritmo de expansão no acumulado do ano e dos 12 meses anteriores.
Nesse mês, a indústria intensificou a queda que já tinha sido registrada no mês anterior, e entre os fatores que explicam esse resultado, estão as chuvas no Rio Grande do Sul, que tiveram um impacto local maior, mas também influenciaram o resultado negativo na indústria do país, informou o texto publicado pelo IBGE.
Conforme a pesquisa, 16 das 25 atividades investigadas tiveram recuo em maio de 2024. Veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,7%) e produtos alimentícios (-4,0%) foram as duas maiores influências negativas para o resultado geral da indústria em maio.
O gerente afirmou, também, que esses dois setores foram prejudicados pelas enchentes do Rio Grande do Sul. No setor de veículos automotores, a paralisação das plantas industriais locais provocou impactos diretos e indiretos. Por causa do mau tempo, tanto as montadoras de veículos, quanto as fábricas de autopeças pararam com as produções e isso afetou também o abastecimento para a produção de bens finais no restante do país.
“Houve, por exemplo, a concessão de férias coletivas em uma planta industrial em São Paulo como forma de mitigar os efeitos das paralisações ocorridas em unidades produtoras de peças no Rio Grande do Sul”, completou.
Greve
Macedo acrescentou que a paralisação decorrente de greve em outra montadora e a base de comparação elevada também contribuíram para a queda de dois dígitos na atividade. Em abril, o setor de veículos registrou crescimento de 13,8%.
A atividade de produtos alimentícios, que responde por cerca de 15% da produção industrial do país, teve em maio o segundo mês seguido de queda. A perda acumulada no período é de 4,7%.
“A retração no processamento da cana-de-açúcar, por conta da condição climática menos favorável na segunda quinzena de maio, provocou uma queda pontual na produção do açúcar. Já entre os impactos negativos que podem ter a ver com as chuvas no Rio Grande do Sul estão as carnes de aves, de bovinos e de suínos e os derivados da soja, que são produtos que têm grande peso no setor”, explicou.
Outros setores que recuaram e influenciaram o resultado negativo do mês foram os de produtos químicos (-2,5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-6,3%), produtos do fumo (-28,2%), metalurgia (-2,8%), máquinas e equipamentos (-3,5%), impressão e reprodução de gravações (-15,0%) e produtos diversos (-8,5%).
Os principais impactos positivos no resultado geral da indústria foram as indústrias extrativas (2,6%) e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,9%). De acordo com Macedo, esses segmentos têm grande peso e evitaram uma queda maior no resultado da indústria.
“O crescimento do setor extrativo veio após uma queda no mês anterior, ou seja, tem o efeito de uma base de comparação mais negativa. Também houve aumento na extração dos dois principais produtos, o petróleo e o minério de ferro”, afirmou.
As atividades de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,7%), produtos têxteis (2,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (1,5%), produtos de borracha e de material plástico (0,5%), outros equipamentos de transporte (0,2%), móveis (0,2%) e celulose, papel e produtos de papel (0,1%) também tiveram desempenho favorável.
“Ainda na comparação com abril, as quatro grandes categorias econômicas recuaram: bens de consumo duráveis (-5,7%), bens de capital (-2,7%), bens intermediários (-0,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%)”, pontuou o IBGE.
O recuo de 1,0% na comparação de maio de 2024 com maio do ano anterior teve influência dos resultados negativos de duas das quatro grandes categorias econômicas, 14 dos 25 ramos, 43 dos 80 grupos e 50,4% dos 789 produtos pesquisados, finalizou o IBGE.
Agência Brasil
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